Outro dia eu postei um artigo da Folha de São Paulo sobre o assunto, depois daquele artigo procurei um pouco mais sobre isso na internet e vi que há muita gente que odeia tanto quanto eu essas propagandas bestas que associam mulher e produto. Ainda bem que muita gente repudia este tipo de marketing, homens inclusive. Depois tentei me lembrar das propagandas de cerveja nos outros países onde vivi, não me lembrava de nenhuma dos Estados Unidos. Normal, aparentemente a propaganda de cerveja lá é proibida. Lembrei-me de várias da Bélgica (o país das cervejas), uma em especial era muito engraçada, mas difícil de explicar. Eram dois caras conversando sobre o processo da Kriek, uma cerveja de cereja. Nunca vi, por lá, propaganda de cerveja usando mulher boazuda. Eu detesto o gosto da cerveja, mas conheço muita mulher que gosta, por que razão as propagandas de cerveja no Brasil não levam este público em conta? Mesmo mulher que gosta de mulher odeia aquele estereótipo usado nas cervejas. E como disse acima, muitos homens também, felizmente. Mas há sempre uns bestalhões que compram a idéia. Não é só a cerveja, algumas propagandas de carro vivem associando mulher e coisa. Compre o carro e leve o brinde. Decerto.
Achei mais este artigo de Marilene Felinto na Caros Amigos, transcrevo uma parte:
"A campanha publicitária maciça e persistente intensifica-se no verão. Veiculada principalmente pelos canais de televisão, uma guerra surda vai opondo as diversas marcas de cerveja que associam ad nauseam a imagem do consumo dessa bebida à aquisição de uma mulher “boa”, “gostosa”, “redonda”, “bonita” etc. As propagandas são de uma manipulação tão descarada que andam agora usando como símbolos de homens bem-sucedidos no consumo de cerveja (e na conseqüente aquisição de uma mulher “boa”) sujeitos barrigudos e mesmo com histórico de alcoolismo comprovado!"
(...)
"Faz alguns meses que um episódio relacionado à ascendência devastadora da propaganda sobre as mentalidades jovens me impressionou. Por ocasião da campanha da Schincariol, cujo slogan era “Experimenta”, tive oportunidade de testemunhar um grupo de meninas indo a um baile à fantasia fantasiadas de garrafa de cerveja. A parte de trás do short que usavam estampava, em letras grandes: “Experimenta”! Diante disso, para que serve a frase inócua – “aprecie com moderação” – que “regulamenta” os tais anúncios de cerveja? Que regulamentação é essa? Por que não proíbem de vez os anúncios como proibiram os de cigarro? Existe um mal pior entre o fumo e o álcool?"
Marilene Felinto é escritora e jornalista.
(...)
"Faz alguns meses que um episódio relacionado à ascendência devastadora da propaganda sobre as mentalidades jovens me impressionou. Por ocasião da campanha da Schincariol, cujo slogan era “Experimenta”, tive oportunidade de testemunhar um grupo de meninas indo a um baile à fantasia fantasiadas de garrafa de cerveja. A parte de trás do short que usavam estampava, em letras grandes: “Experimenta”! Diante disso, para que serve a frase inócua – “aprecie com moderação” – que “regulamenta” os tais anúncios de cerveja? Que regulamentação é essa? Por que não proíbem de vez os anúncios como proibiram os de cigarro? Existe um mal pior entre o fumo e o álcool?"
Marilene Felinto é escritora e jornalista.
Retirado de Caros Amigos
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