sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Poema da sexta-feira

Two worlds

It makes no difference abroad,
The seasons fit the same,
The mornings blossom into noons,
And split their pods of flame.
Wild-flowers kindle in the woods,
The brooks brag all the day;
No blackbird bates his jargoning
For passing Calvary.
Auto-da-fe and judgment
Are nothing to the bee;
His separation from his rose
To him seems misery.

Emily Dickinson
...

Obs: Infelizmente não encontrei uma tradução e não ouso fazer uma eu mesma.

domingo, 25 de abril de 2010

Hoje é domingo

Acordei sem objetivo definido, aproveitei que não estava chovendo e levei o cachorro para passear até cansar, era certo que a chuva ia voltar com tudo. Dito e feito. O cachorro voltou feliz para casa e eu pude passar boas horas sem escutar reclamação (ele é lindo, fofo, não estraga as coisas, mas é bem reclamão, quando 'precisa' sair não desgruda um só segundo). Antes de voltar para casa parei na padaria, cheguei, preparei o café e, como não temos televisão, digo, não temos os canais, só o aparelho, colocamos um filme para vermos enquanto tomávamos o café. Eu e meu sobrinho. Na verdade mal escolhemos o filme, nem pensamos, põe aí Beleza Americana! Eu ia ver só um pedaço, já o vi inúmeras vezes...Acabei revendo o fime todo. Eu gosto muito, os diálogos são ótimos, os atores são excelentes, sobretudo a Annete Bening. O filme todos já conhecem e quase todos já viram (e quem não viu, veja!) não vou resumir aqui, não ia servir para nada. É um filme super premiado, o primeiro e certamente o melhor de Sam Mendes. Acabei de me dar conta que já falei antes deste filme, e naquela época eu o estava revendo.
...

Continuo a leitura de A Montanha Mágica, estou na metade do livro, precisamente na página 530. É longo e fico tentada a ler outras coisas enquanto isso, às vezes leio um conto de Kawabata ou uma novela de Conrad, mas não quero me afastar da Montanha, não quero ficar um ano lendo ou ter que retomar a leitura por ter deixado o livro de lado muito tempo. Já fiz muito isso. Além do mais estou adorando o livro, a leitura não é fácil, mas também não é difícil, flui tranquila, já criei intimidade com os personagens. Até aqui a história se passa basicamente no sanatório para tuberculosos , em Davos, Hans Castorp, o personagem principal, vai ao sanatório visitar o primo Joachim que está se tratando ali. Era para ser uma visita rápida, três semanas, mas Hans Castorp termina, ele também, meio prisioneiro daquele lugar. A história começa em 1907, ou seja, pouco antes da primeira guerra, momento crucial na Alemanha. Ok, um dos momentos cruciais da Alemanha. Ao que parece, nessa época os dois irmãos Mann não estavam em bons termos porque Thomas tinha uma visão bem mais conservadora sobre o papel político da Alemanha do que o irmão, Heinrich, felizmente Thomas Mann reconsidera a sua posição depois de algum tempo.

Acrescento como curiosidade que a mãe de Thomas Mann, Julia da Silva Bruhns, era brasileira, João Silvério Trevisan escreveu um romance baseado na vida dela, o título é Ana em Veneza, eu o li há alguns anos e gostei muito.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

o poema da sexta-feira

Canção tola

Mamãe.
Eu quero ser de prata.

Filho,
terás muito frio.

Mamãe.
Eu quero ser de água.

Filho,
terás muito frio.

Mamãe.
Borda-me em tua almofada.

Isso sim!
Agora mesmo!
....
Cancíón tonta

Mamá.
Yo quiero ser de plata.

Hijo,
tendrás mucho frío.

Mamá.
Yo quiero ser de agua.

Hijo,
tendrás mucho frío.

Mamá.
Bórdame en tu almohada.

¡Eso sí!
¡Ahora mismo!

Federico GARCIA LORCA

Trad. William Agel de Melo

domingo, 18 de abril de 2010

Cuidado com o peso e a forma

Este é o título de um interessante artigo do Contardo Calligaris que pode ser lido no Oriente-se. A ideia defendida pelo autor é exatamente o contrário do que vou contar aqui, segundo ele quanto menos as pessoas têm controle sobre a vida, mais elas tentam controlar o próprio corpo, em princípio, seria mais fácil.
Há alguns anos uma amiga teve uma experiência bizarra numa escola particular onde ensinava, uma reunião tinha sido marcada, ela entra na sala de reuniões e só vê os professores 'mais cheinhos', que é também o caso da minha amiga. A reunião era justamente sobre 'peso', controle de peso, minha amiga disse que os professores mal podiam acreditar no que estavam ouvindo, mas a diretora dizia, resumindo, que aqueles professores não tinham controle nem sobre o próprio corpo, como esperavam controlar uma turma? Imaginem o constrangimento. Enfim, de acordo com Calligaris a diretora estava completamente equivocada, além de ser uma péssima educadora.
....

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Paris vista da Torre Eiffel

No site da Torre.
Boa visita!

o poema da sexta-feira

Visto à luz do sol
é apenas um inseto
o pirilampo

Bashô


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os romances que ninguém deve morrer sem ler

De acordo com

Harold Bloom


O crítico Harold Bloom selecionou apenas dez títulos


A cartuxa de Parma – Stendhal

Emma – Jane Austen

Grandes esperanças – Charles Dickens

Crime e castigo – Dostoievski

Retrato de uma senhora – Henry James

Em busca do tempo perdido – Marcel Proust

A montanha mágica – Thomas Mann

Moby Dick – Herman Melville

Enquanto agonizo – William Faulkner

O leilão do lote 49 – Thomas Pynchon


Fonte: Revista Época

...

Estou, neste momento, lendo A Montanha Mágica, mas não por causa da lista do Bloom (por causa da minha própria lista), é um livro que eu queria ler há tempo. O engraçado é que li em mais de um lugar que A Montanha Mágica não é a obra mais importante de Mann, mas foi a única dele que o H. Bloom colocou na lista. Será que ele não leu os outros? Brincadeira....

Exportadora de implantes mamários é investigada por fraude no silicone

Qua, 14 Abr, 10h35

PARIS, França (AFP) - A fabricante francesa de implantes mamários Poly Implant Prothese (PIP), que exportava 90% de sua produção e tinha clientes no Brasil, Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia, entre outros países, está na mira da justiça por um caso inédito de fraude na composição de seu silicone.
PUBLICIDADE

As investigações abertas pela promotoria de Marselha, sul da França, se somou a uma primeira queixa apresentada por uma mulher em 2009 acusando os implantes de "colocar em perigo a vida do próximo".

A Poly Implant Prothese, que até há alguns anos era o número três do setor, sofreu um revés aparentemente irreversível nas últimas duas semanas.

No final de março, a Agência de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde francesa (AFSSAPS) suspendeu o uso dos implantes mamários do gel de silicone desse fabricante e pediu sua retirada do mercado.

A autoridade de saúde baseou a decisão em uma frequência de ruptura do envoltório desses implantes mais elevada do que em outros produtos do gênero que também contém gel de silicone, e em reações inflamatórias locais.

Aparentemente, a PIP usava um silicone diferente do declarado.

No geral, estes implantes têm uma vida de 10 anos.

Segundo Jean Claude Ghislain, diretor de avaliação de dispositivos médicos da AFSSAPS, estas rupturas geralmente passam despercebidas por falta de sintomas, por isso a necessidade de que as mulheres que se submeteram a esse implante façam controles médicos periódicos.

Das 500.000 mulheres que se viram submetidas na França a implantes mamários com silicone - composição que voltou ao mercado em 2001 -, 30.000 delas utilizaram implantes fabricados pela sociedade Poly Implant Prothese.

Depois da recomendação da AFSSAPS de que as mulheres que usam implantes mamários dessa fábrica se submetam a uma ecografia anual, as autoridades sanitárias da Argentina e do Chile decidiram retirar o produto do mercado.

A abertura de uma instrução por parte da promotoria de Marselha coincide com a decisão do tribunal do Comércio de Tolón, também no sul da França, de declarar a empresa em falência.

Os 120 funcionários da Poly Implant Prothese reclamam de 10.000 a 15.000 euros de indenização e ameaçam atear fogo à fábrica que ocupam há duas semanas.
.......
fonte: yahoo notícias

sexta-feira, 9 de abril de 2010

o poema da sexta-feira

O Adormecido do vale

Era um recanto onde um regato canta
Doidamente a enredar nas ervas seus pendões
De prata; e onde o sol, no monte que suplanta,
Brilha: um pequeno vale a espumejar clarões.

Jovem soldado, boca aberta, fronte ao vento,
E a refrescar a nuca entre os agriões azuis,
Dorme; estendido sobre as relvas, ao relento,
Branco em seu leito verde onde chovia luz.

Os pés nos juncos, dorme. E sorri no abandono
De uma criança que risse, enferma, no seu sono:
Tem frio, ó Natureza – aquece-o no teu leito.

Os perfumes não mais lhe fremem as narinas;
Dorme ao sol, suas mãos a repousar supinas
Sobre o corpo. E tem dois furos rubros no peito.

Arthur Rimbaud

Traduçao de Ivo Barroso

sábado, 3 de abril de 2010

Mais estranho que a ficção


Acabei de rever este filme, Mais estranho que a ficção, e gostei mais ainda do que da primeira vez. Eu adoro a Emma Thompson, mas da primeira vez que vi o filme achei ela meio exagerada...hoje isso não me incomodou. Revi vários outros filmes esses dias, Tudo sobre minha mãe (como eu sabia o que ia acontecer já comecei a chorar nas primeiras cenas), Blade Runner que há tempos eu queria rever, Laranja mecânica...não foram todos neste feriado, senão eu não teria feito outra coisa. Queria muito ter visto A Fita Branca no cinema, mas infelizmente perdi, vou ver assim que sair em DVD ou assim que alguém copiar para mim. Quando o canadense estava aqui bastava dizer 'Estou com vontade de ver tal filme' e plim o filme aparecia na minha frente, a qualidade nem sempre era primorosa, mas não dá para exigir tudo. Claro que eu também posso aprender isso ao invés de esperar que um canadense faça por mim, but...não é necessário, ainda tenho muita coisa para ver aqui.
...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

É longo, mas vale a pena escutar!

O Poema da sexta-feira

Noite morta


Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.


Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.


No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.


O córrego chora.
A voz da noite . . .


(Não desta noite, mas de outra maior.)

Manuel Bandeira

Petrópolis, 1921