sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Marie Trintignant e Colette



Esses dias vi na tv partes da série « Colette, une femme libre », uma mini-série baseada na vida da famosa escritora. O último papel da atriz francesa Marie Trintignant foi, justamente, neste filme realizado por Nadine Trintignant, sua mãe. Era comum ver a família Trintignant trabalhando junta, o pai de Marie, Jean-Louis, também é ator e seu irmão estava trabalhando neste mesmo filme quando Marie foi assassinada três dias antes de terminarem a filmagem.

No dia 27 de julho de 2003, Bertrand Cantat, à época namorado de Marie, agrediu-a fisicamenete durante uma discussão, os golpes foram fatais, ela ficou em coma e morreu três dias depois. Aparentemente o desentendimento começou por causa de mensagens (sms) que Marie vinha trocando com o ex-marido e pai de seus filhos. Bertrand Cantat era o líder de um dos grupos de rock mais famosos da França, o Noir Désir. Esse assassinato foi um tremendo golpe, não poderia deixar de ser, para a família de Marie, até eu quase chorei ao ouvir o discurso do pai dela durante o enterro, sem sensacionalismos, era sincero mesmo. Mas não foi um golpe só para a família, os fãs de B. Cantat também levaram um tremendo choque, ele era não só o líder de um grupo de rock mas uma figura respeitada, engajada em movimentos sociais, contra a extrema direita etc....enfim, foi um estrago. Ele está na prisão e espero que fique por muitos e muitos anos, mas não sei se vai ser assim. Ele cometeu o crime na Lituânia, era lá que Marie e a família estava trabalhando no filme e lá ele foi julgado, de acordo com as leis do país ele foi condenado a oito anos de prisão. Só isso.


Lembro-me que nos dias em que isso aconteceu eu estava em Bruxelas e fui ao apartamento de Madame de Vish, nossa vizinha, pedir uma informação qualquer (sabe aquelas portas em que a gente bate sempre?) vi na mesa dela uma revista com fotos de Marie Trintignant e comecei a folhear. Madame de Vish me disse: "Que coisa triste, viu? Uma mulher bonita, nova.....mas também esse povo é tudo maluco, vive drogado, uma mulher com filhos, devia ter tido mais juizo." Tem condição? Mas era difícil convencer Mme de Vish de qualquer coisa....


O último filme que vi com Marie Trintignant, no cinema, foi Janis et John, uma comédia onde ela interpreta uma dona de casa resignada que, por causa de alguns negócios ‘mal feitos’ de seu marido se vê transformada em Janis Joplin. Eu adorei vê-la interpretando Janis. Quando o filme saiu, em 2003, ela já estava morta e eu, como muita gente, tinha perdido a capacidade de julgamento, só estava contente em vê-la na tela. Neste filme ela trabalhou com o pai, Jean-Louis Trintignant.


Colette


Na foto a escritora francesa Colette, autora de Gigi, La Maison de Claudine, etc. O primeiro marido de Colette era escritor, quando bateu os olhos nos escritos da jovem e provinciana esposa, percebeu logo que ali tinha potencial e publicou os livros no seu próprio nome. Felizmente ela percebeu a tramóia e retomou os direitos.

Hilda Hilst no Rose Livros

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Tess










Resenha minha no RoseLivros

domingo, 24 de setembro de 2006

C'est le Printemps




Já é primavera —
Uma colina sem nome
Sob a névoa da manhã.
Bashô

sábado, 23 de setembro de 2006

Pesadelo


Essa noite tive um pesadelo, sonhei que tinha que fazer uma prova de matemática. Foi horrível, eu sofria muito, não entendia nada e era preciso dar as respostas, eu mal reconhecia aquilo com prova de matemática. Uma agonia. Acho que tive esse sonho porque uma das aulas do curso de espanhol estava contando que seu pai fez de tudo para que ela aprendesse inglês, desde pequena, passou por todos os cursos sem nunca conseguir se comunicar na língua, como se tivesse um distúrbio. Disse, então, que resolveu tentar o espanhol e que até mesmo em espanhol ela é ruim.....decerto eu transferi isso para a matemática. Será possível? Mas eu não tinha tanto horror assim à matemática na escola, só não me interessava tanto. Cruzes, que foi um pesadelo foi.


Imagem: Scream, Edvard Munch ..................










Elizabeth Bishop no Rose Livros por Marcelo Coelho.

"Acaba de ser publicado em Nova York um livro com mais de 350 páginas com todos os inéditos de Elizabeth Bishop, incluindo trinta ou quarenta esboços de poemas escritos no Brasil. Ela viveu por mais de vinte anos em nosso país, de 1951 até o começo da década de 70."

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Os Olhos Verdes no RoseLivros



Marguerite Duras

[Texto meu no RoseLivros]

O verdadeiro nome de Duras é Marguerite Donnadieu, ela nasceu em Saïgon, em abril de 1914 e morreu em Paris em março de 1996. Foi escritora, roteirista, cineasta, seu trabalho mais conhecido deve ser o livro autobiográfico O Amante que lhe rendeu o importante prêmio Goncourt, foi traduzido para mais de 40 línguas e levado às telas por Jean-Jacques Annaud, o resultado parece não ter agradado em nada a escritora. Outro de seus trabalhos conhecido é o roteiro do famoso Hiroshima mon amour de Alain Resnais, uma das obras primas da Nouvelle Vague.
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I Love Billy Wilder por Antonio Caetano Café Impresso

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Fim de semana


Este fim de semana fui para Florianópolis e choveu. Choveu e fez frio. Eu não me importo muito, até gosto de ficar olhando para o mar com o tempo que todo mundo chama de ‘ruim’, gosto do lugar vazio, sem barulho, sem música chata. É muito bom. O problema é que estávamos acompanhando dois italianos que visitavam o Brasil pela primeira vez, mas eu expliquei bem: Ainda é inverno! Quisessem sol que fossem para o nordeste.
Enfim, foi bom para mim e não foi tão bom para eles. Felizmente italiano é animado (claro que não serve para todo mundo, nunca serve) e sempre se diverte nem que seja fazendo piada com a própria situação. Se eu estivesse com minha amiga alemã ia ser um deus nos acuda, ia ter que ouvir até minha orelha ficar quente.

Ontem de manhã, logo depois do café, eu saía da pousada distraída (por demais distraída) lendo um panfleto que tinha encontrado em cima do balcão, não olhei para a frente e meti a cara na porta de vidro, fiquei tonta e sem entender por uns segundos, aquela sensação estranha, onde, quando, como, que isso, quem foi? Um senhor chileno, dono da pousada, veio correndo, me abraçou, passava a mão na minha cabeça e dizia: ‘Desculllpa, descullpa’ e eu morrendo de vergonha. Desculpa pelo quê, pela minha burrice, por ter colocado uma porta bem na entrada da pousada? Eu só dizia: ‘Não foi nada’ enquanto meu lábio sangrava, é verdade, foi uma esbarrão e tanto. Às vezes eu ganho do Mister Bean! Mas nem tive dor de cabeça depois, já estava esperando por uma, só mesmo o inevitável dolorido na testa e os lábios mais sexy por um dia ou dois. Mas foi um incidente pequeno, não deu para estragar o fim de semana.

Briteiros

Os Estados Unidos financiam jornalistas anticastristas

Pelo menos dez jornalistas do Estado da Flórida receberam pagamentos regulares do governo americano para fazerem reportagens contra o regime cubano de Fidel Castro, publicou ontem o jornal Miami Herald.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Meu conto da Anjos de Prata

Um animal morto no meio do meu caminho

O animal jazia ali. Fedido, coitado, umas moscas a sobrevoá-lo. Morto e desenterrado, atravessado no meu caminho. Olho para ele enojada, com pena do seu fim, uma pena que se estende a todos os fins, ao meu também. Um pobre animal de patas estiradas, teso, daqui a pouco será só ossos. Ossos podem durar uma eternidade. E o que é ‘uma eternidade’? Um animal, um sustantivo se decompondo, transformando-se até não ser mais, até outra coisa. Ossos. A metamorfose não levará mais que algumas semanas. Terá morrido de velhice ou de picada de cobra? De fome não foi, ninguém morre de fome aqui. Minha irmã me alcança. Ai, que nojo! Tampa o nariz e vira o rosto. Ordena com voz fanhosa, vamos por aquele caminho.

Eu vou e o animal fica às moscas.

domingo, 10 de setembro de 2006

Mãe é mãe

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A morte feliz no RoseLivros por Wagner Campelo.

The L Word

The L Word é uma série americana, alguns chamam de versão feminina de Queer as folk, é uma espécie de novela do mundo lésbico. O L aí vem disso, Lesbian, mas na abertura da série são mostrados também que o L pode ser Love, Lashes, Lonely, Life, etc. Essa série começou em janeiro de 2004 e virou febre nos Estados Unidos, parece que teve um enorme impacto na sociedade. Já foi, ou é, mostrado também na Inglaterra, Canadá, Alemanha, França, Suíça e talvez outros mais e no Brasil pela warner channel com muitos cortes segundo este site brasileiro e este. Eu não vi na tv, uma amiga me emprestou os dvds com todas as temporadas até agora, foram três.

Eu gostei da série, embora no final (que não é final ainda) já estivesse ficando bem ‘novela’ mesmo, quer dizer, dá a impressão de que começam a puxar dali e daqui, alongar porque está agradando, começa a ficar forçado. De todo modo, eu acho que é positivo para a sociedade mostrar a vida de um grupo de lésbicas, mesmo sabendo que ali é meio artificial, há a vantagem de se ver os problemas de família, a vontade de algumas de terem filhos, o ‘sair do armário’, as festas, as curiosidades dos outros.

( ) ilustrativo:
Lembrei-me de uma história de alguns meses atrás, quando aconteceu aquele episódio na USP, um guarda destratou duas meninas porque estavam se beijando ou sei lá o quê. Falou-se muito disso nos dias. Então, eu estava almoçando na casa de uma amiga, o pai dela que já está bem velho, contou-nos que tinha ouvido na televisão que os policiais de São Paulo iam ter que fazer um curso para ‘aprenderem a serem gays’ (!?)....Bem, na verdade, discutia-se que eles iam passar por um curso para aprenderem a lidar e respeitar a diferença.

Enfim, não sei nada sobre a repercussão da série no Brasil, não ouvi falar muito, não sei se divulgaram bem ou se é porque eu sou meio por fora do que se passa na tv... é interessante a novela, sobretudo se a warner channel parar de cortar cenas.

Achei esse blog sobre a série e tem também informações na wikipedia.

sábado, 9 de setembro de 2006

Merdeka day


Esse feriado de 7 de setembro me fez lembrar do MERDEKA DAY ou Hari Merdeka...o dia da independência da Malásia. Eu achava engraçado ver as faixas festejando o tal dia. E se pronuncia tal qual escreve. Para nós, brasileiros, a língua dos malaios e indonésios não é difícil de aprender. Não que eu tenha aprendido, só aquela coisa básica, ou seja, comida, claro. Susu, por exemplo é leite e nunca vou me esquecer porque eu achava bonitinho, bem infantil. Outra palavra que eu achava bonita era KELUAR que significa saída em bahasa malaio (o nome da língua).
Essa é a foto das Twin Towers, devo ter tirado a foto em 2000 ou 2001.
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Os três mosqueteiros no RoseLivros por Claudinei Vieira.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Mishima e João Ubaldo Ribeiro no RoseLivros



Publiquei texto sobre Sede de Amor, de Mishima na RoseLivros. Ele já foi publicado aqui mas eu dei uma caprichadinha nele.

"Mishima nasceu em Tóquio, em 1925, é mais conhecido no ocidente pela morte espetacular do que pela obra em si. Em 1970 suicidou-se segundo o ritual do Seppuku, o suicídio foi minuciosamente preparado, segundo alguns biógrafos esta preparação levou um ano e Mishima organizou toda a sua vida antes de partir desta forma dramática. Ao final do ritual ele teve a cabeça decepada, como mandava o figurino. Masakatsu Morita, aparentemente amante de Mishima, tinha sido designado para esta tarefa mas não foi capaz de executá-la. Koga terminou o trabalho e Masakatsu, por sua vez, matou-se também de acordo com o ritual....."

FOTO: Kishin Shinoyama, Yukio Mishima em pose de São Sebastião, 1968

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O feitiço da ilha do Pavão de João Ubaldo Ribeiro por Vera do Val em 04/09/2006.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Me enfiaram o superman pela goela abaixo


Li um post no Síndrome de Estocolmo sobre o Superman e lembrei-me da minha própria experiência há algumas semanas. Eu estava só em Curitiba, ainda no hotel e decidi ir ao cinema, havia não sei quantas salas ocupadas com.....Superman, comprei um jornal, vi os programas, fui a outro lugar ver outro filme. Alguns dias depois na mesma situação, só que bastante cansada para sair procurando, fui ver o bendito filme, o Superman. Achei um porre. É mais ou menos assim, ele engravidou a Louis Lane e sumiu no mundo, um cabra safado. Voltou alguns anos depois e a encontrou casada (espertíssima, não perdeu nem um mês pelo jeito)com o primeiro homem que deve ter encontrado pela frente, fazendo de conta que ele era o pai do menino (coisa mais antiga, né?). Ela estava toda rancorosa, evidentemente, afinal tinha sido abandonada grávida, sem nenhuma explicação. Estava tão irada que tinha até escrito um livro contra o superman, quando ele reapareceu ela estava recebendo um prêmio pulitzer pelo livro.
Ah, sim, ele ainda voa, salva os que estão em perigo, protege o 'seu povo', mas na intimidade é isso, um 'cabron' que larga a mulher grávida e depois 'não sabia de nada', só fui dar uma volta em outras galáxias para colocar a cabeça no lugar.
Este foi o filme que eu vi. Bobinho que só.

domingo, 3 de setembro de 2006

Xô!


Essa é só para engrossar o coro, todo mundo deve ter ouvido falar deste ato de censura de Sarney, li no blog da Denise Arcoverde, agora no do Manoel Carlos que conseguiram retirar do ar o blog da jornalista Alcinéa por causa da publicação desta charge. Xô, censura e Sarney!

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Chocolat


Mais uma sexta-feira de chuva e frio.....
Um Chocolate quente não cairia mal.
Ainda mais agora que descobri que o chocolate, ao contrário do que diziam as más línguas, faz muito bem para a pele.
Um bom fim de semana para nós todos.
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A "novilingua", artigo muito interessante que li na Briteiros 28/08.
"Lembram-se da “novilingua” (newspeack) imaginada por Grorge Orwell para a sua distopia em forma de romance, “1984”, publicado em 1948, que ficcionava o futuro de pelo menos uma (grande) parte da Humanidade (o megabloco chamado Oceânia) dominada pelo Partido único, o Ingsoc, encabeçado pelo Big Brother?"
(Para continuar clique no link acima)
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No RoseLivros: As Metamorfoses do Jeca Tatu.