segunda-feira, 30 de abril de 2007

Svastika


Acabei de ler esta novela (não nesta edição que coloquei aí) e já parti para outra de Tanizaki. Estou completamente envolvida por este universo dele. Vou tentar fazer uma resenha de svastika para o RoseLivros. É muito, muito bom. Preciso falar mais dele e vou também verificar se foi traduzido para o português.
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Noites do Sertão

Reli, há algumas semanas, Noites do Sertão, Guimarães Rosa. Eu o tinha lido há uns 10 ou 12 anos. Meu livro ficou com um amigo que vive na Alemanha, é músico e disse que queria compor alguma coisa baseada no trabalho de Rosa. Comprei outro exemplar no sebo e me pus a ler sem me dar conta de que era o mesmo livro. Por incrível que pareça, tinha me esquecido. Já nas primeiras páginas percebi que já conhecia aquela história, claro, e ainda pensei, 'há tantos livros de G. Rosa que ainda preciso ler, não deveria reler este'. Mas, como parar? Não consegui, reli todo o livro e valeu a pena. É muito bonito, sobretudo a segunda história.
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sábado, 28 de abril de 2007

Diego Rivera

El vendedor de alcatraces
Se formos confiar na biografia de Frida Kalo, Diego Rivera terá sido o companheiro mais execrável que uma mulher poderia ter. Entretanto o fato de ser desrespeitador, feio, baixinho, obeso nunca foi, parece, empecilho para que ele conquistasse as mulheres mais bonitas e famosas, incluindo Dolores del Rio, a Salma Hayek da época. Não sobrou, no rol das amantes, nem mesmo a irmã de Frida.
Falando em S. Hayek, ela é a Frida num filme 'bobinho' que fizeram baseado nesta biografia de que falei. Eu detestei o filme, super clichê e também bastante condescendente, inclusive com D. Rivera.
Como companheiro, fica a impressão de que D. Rivera não valia muito mesmo, entretanto, como artista é outra história...Esse El vendedor de alcatraces, por exemplo, é lindo, os murais que ele deixou também. Eu não sei 'ler' obras de arte, não passo muito do 'gostei' 'não gostei', por isso uso palavras como lindo.
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E ontem à noite fui ver Ó Paí, Ó....apesar de algumas cenas muito divertidas, de algumas músicas boas e de Lázaro Ramos (por causa dele é que fui ver o filme) não posso dizer que valeu realmente a pena ter saído de casa, enfrentado trânsito etc e tal. Dá para esperar e ver em DVD. Tem momentos do filme que me lembravam aquelas produções de Boliudi em que, de um momento para o outro o povo começa a cantar e dançar, sem uma razão aparente. Além disso, a tragédia no fim do filme, com as duas crianças, me pareceu completamente desnecessária e fora de contexto.
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O amante de lady Chatterley no RoseLivros por Aluizio Alves Filho - Revista Achegas

sexta-feira, 27 de abril de 2007

semana

Essa foi mais uma semana daquelas. Aconteceu uma tragédia na família da secretária aqui da escola, a tia dela foi assassinada pelo marido. Depois de ter espancado e assassinado a esposa, o marido pegou os filhos, levou-os para a casa da avó e disse: "Tá aí, toma conta". Deu as costas para a sogra que, prevendo o pior perguntava pela filha, foi para um terreno baldio e atirou na própria boca. A secretária me contou tudo por telefone e explicou que, claro, não podia trabalhar essa semana, tinha que ajudar...Eu conversei com outros da família e me disseram aquilo que muita gente diz, vemos essas histórias na tv, nos jornais, mas nunca pensamos que poderá acontecer tão perto, com alguém que amamos. Infelizmente acontece.
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Quixote - Portinari - Ventura de ser louco. RoseLivros
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quinta-feira, 26 de abril de 2007

livroflor


Minha obra de arte
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quinta-feira, 19 de abril de 2007

Pulau Tioman

Tioman é uma ilha da Malásia, no mar da China, um lugar turístico e bastante bonito. É uma ilha que vive essencialmente do turismo. De Tioman eu me lembro das crianças, muitas crianças que olhavam para a minha máquina e começavam a fazer poses, brigavam para aparecer nas fotos. Tenho várias. Estas duas meninas estavam quase nos tapas, a menor queria aparecer em todas, aí parece que ela está de má vontade, mas é porque a outra tinha brigado com ela.
Eu me lembro também que algumas pessoas mantinham macacos, ou micos, presos em correntes. Achei muito triste, eu estava passando por uma estradinha, chovia e um destes macaquinhos acorrentados tentava se proteger atrás de um poste bem fino. Odiei a cena. Eu estava mal nestes dias, ver animais tratados desta maneira não ajudava...De modo que eu estava numa ilha que todo mundo chama de 'paradisíaca', mas não estava no paraíso. Não mesmo.
Para chegar lá tomamos um barco em Johor Bahru que foi à toda, chegando lá pegamos o primeiro quarto livre num bangalô não muito cheiroso, como não é caro, decidimos simplesmente abandonar este e arrumar outro quarto.
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Mais fotos minhas aqui

Moby Dick

"A única e definitiva obsessão na vida do Capitão Acab é encontrar e acabar de uma vez com a grande baleia branca que arrancou uma de suas pernas. Não se deterá diante de nada; sacrificará sua vida e a dos outros; não dormirá; não descansará. A saga de Acab transforma seu navio e seus tripulantes em uma cruzada contra o que ele considera o Mal."

No RoseLivros por ClaudineiVieira - Desconcertos
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segunda-feira, 16 de abril de 2007

Manderlay

Este foi o filme deste fim de semana, é o segundo da trilogia de Lars Von Trier sobre os Estados Unidos (U.S.A. Land of Opportunity), o primeiro é Dogville, excelente. Todo mundo diz que o primeiro é melhor que Manderlay, deve ser, mas eu ainda estou sob o impacto deste e até agora não me parece que aquém.
A atriz Bryce Dallas Howard substitui a N. Kidman no papel de Grace. Eu gostei dela também, enfim, adorei o filme, vou rever um dia desses.
O terceiro filme da trilogia deve sair este ano.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

New baby na família

Falei num num post anterior de minha irmã que estava grávida, uma que nunca imaginamos fosse ter filhos....mas, os 40 estavam batendo, ela pensou: Now or never. NOW.
Nós todos estranhamos muito, família, amigos, todos que conheciam a minha irmã. Eu, da minha parte, não me acostumava com a idéia, não entendia. Quando ela esteve no Brasil (vive em Bruxelas), já grávida, decidi não conversar muito com ela sobre isso. Mas ela estava estranhamente calma, do furacão que era passou a quase um mestre zen. Estranhíssimo.
O nascimento estava previsto para maio, comprei meu bilhete para 10 de maio para ir conhecer o novo sobrinho e ficar um pouco com minha irmã. Ninguém mais da nossa família pode ir agora. E quem disse que o garotinho quis esperar maio? Nasceu neste fim de semana. E agora que nasceu eu não estou me aguentando de vontade de vê-lo. Estava conversando com minha irmã no telefone e ouvi o choro dele, liguei para a outra irmã correndo e contei que já conhecia o choro do Daniel, é este o nome. A família toda passou do estranhamento ao alvoroço. Criança tem poder, juro.
E estão todos muito bem, minha irmã, o marido, o Daniel. Eu estou vendo se consigo adiantar minha viagem, está difícil, tinha programado tudo para maio.
Este na foto não é o meu sobrinho ainda, não temos foto dele, minha irmã ainda está no hospital e o marido dela cuidando de tudo, assim fora de hora, não teve muito tempo. Bom, também ele não ia nascer tão espertinho assim....Agora que expliquei é que vi a burrice.
Bom, esta é a grande novidade.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Dias....

Existe um problema de saúde chamado SAD (Seasonal Affective Disorder). Conheço alguém que vive em Seattle e que foi gravemente afetado por esta ‘disorder’ que é relacionada, mais comumente, ao inverno. Tanto que é também conhecida como winter depression ou, mais bonitinho, winter blues. Pois, ao que parece, comigo é exatamente o contrário do blues de inverno, hoje eu acordei super bem e o dia está fresquinho em Curitiba depois de alguns dias de um calor infernal. Sim, acreditem, faz calor em Curitiba. Eu vivi por muitos anos na Bélgica, enfrentei não sei quantos invernos e não tive nenhum problema relacionado ao tempo. Confesso que tinha dias que a gente sentia falta de um solzinho básico, eu tentava me organizar para vir ao Brasil pelo menos uma vez durante o inverno, mas não era nada que pudesse ser considerado ‘problema’. Em Singapura, onde também vivi, era quente, terrivelmente quente e úmido. Acho bem mais difícil viver num clima assim do que no frio. Você sai do banho e já está suando de novo, é um horror e me dá muitas dores de cabeça também.

Enfim, hoje o clima está perfeito aqui, mas, à tarde estou saindo para São Paulo. Todo mundo deve estar saindo de São Paulo e eu indo. Gosto de São Paulo vazia. Vamos buscar alguém que chega, justamente de Seattle...mas não é a mesma pessoa da 'disorder' de que falei acima. É um jovem garoto que nunca saiu dos Estados Unidos, o Brasil será o seu primeiro país estrangeiro. No mais, vou pegar uns livros, ver algum filme e, se der, vou ver aquela exposição do corpo humano.
Bom feriado a todos.

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Imagem: Bloom, V. Van Gogh

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terça-feira, 3 de abril de 2007

Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América

Meu irmão estava de férias e veio passar uns dias comigo, chegou aqui falando tanto deste filme que eu mal podia esperar para ver. E lá foi meu irmão ver pela segunda vez, e riu tudo de novo, aliás já ria com antecedência, só de lembrar das cenas que estavam por vir. Eu também dei boas risadas, embora o filme seja, em alguns momentos, muito politicamente incorreto. Meio nojento também. É bom saber logo de cara que o criador do personagem e ator Sacha Baron Cohen é judeu, não fosse a coisa ia ser feia.
Eu nem sempre curto o politicamente incorreto, está meio na moda se denominar 'politicamente incorreto', mas este está imperdível.

domingo, 1 de abril de 2007

A japonesa

Comprei, em um museu de Washington D.C, uma gravura representando uma
japonesa de cabeleira negra, rosto redondo, sobrancelhas finas, a boca, um pontinho vermelho e delicado, o nariz é um traço quase invisível, da mesma cor do fundo e apenas mais escuro que o rosto, a mão também pequena, de dedos finíssimos, os três do meio dobrados, levantando uma parte da roupa, o ‘mindinho’ livre. A outra mão está completamente escondida na manga do kimono. Esta japonesa vem me acompanhando há algum tempo e, por força de tanta viagem e maltrato terminou por ficar meio amassada. De vez em quando eu desenrolava o cartucho e a contemplava, mas só agora tive tempo e vontade para mandar emoldurá-la. ‘Uma moldura simples e não muito cara.’ Pedi pensando que não valeria a pena investir já que a gravura apresentava imperfeições.

Uma vez emoldurada percebi que os amassados se tornaram quase imperceptíveis, mas não me arrependi de ter optado por aquele acabamento simples, caía bem, a moldura não roubava a atenção. Pude apreciar melhor a minha japonesa, congelada naquele movimento lento, meio de lado, a boquinha suave de um pontinho só...Ela me fez pensar em outra japonesa, aquela pintada por Van Gogh, de um certo modo parecida com esta só que virada para a esquerda e muito mais colorida, os cabelos num arranjo exagerado e os olhos parecem sorrir de um jeito meio cínico, como se estivesse a zombar da gente ou como se tivesse feito uma travessura. Em tudo isso, muito diferente desta que tenho aqui.

Pendurei a gravura no meu quarto, à noite estava a contemplar esta delicadeza, aqueles olhinhos que não sabemos para onde olham, os pezinhos que não se deixam nem adivinhar, os tecidos finos cobrem tudo, que trabalhe a imaginação! Levanto-me da cama e me aproximo da gravura para ler as referências. Descubro, com espanto, que a linda japonesa é, na verdade, um homem:
‘Actor portraying a woman, Japanese painting, Edo (Kambun Period 1661- 73)Ukiyoe School.
Volto para a cama meio magoada com a minha japonesa por ter se dissimulado durante tdo esse tempo, depois percebo, claro, que eu é que não quis ver a realidade que estava estampada ali...Enfim, sem razão, mas ainda assim meio contrariada, durmo.

Pela manhã o primeiro gesto, erguer a mão e alcançar aquilo que parece uma parte do meu corpo, os óculos, com eles no rosto contemplo, uma vez mais, a graciosa e dissimulada. Sonolenta reflito, ou melhor, repito, ‘Há mais mistérios entre o céu e a terra....’ e decido que isso é bom, ‘Fiat lux’.

Abro a janela e vislumbro o novo dia.

Afinal, que me importa o sexo escondido sob aquele kimono?
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Leila Silva
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Obs: Crônica escrita para
Anjos de Prata, já a publiquei aqui antes, agora re-publico com a imagem correspondente.
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Livros

"Todos os livros do mundo não valem um café com um amigo." Ermano Olmi. Cineasta italiano.
Será?
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Obs: Essa foto não é minha, e me esqueci de onde a tirei. Bonita, não?