terça-feira, 25 de novembro de 2008

Claude Lévi-Strauss completa 100 anos

da Folha de S.Paulo - 25/11/2008 - 08h00

Claude Lévi-Strauss, um dos maiores intelectuais vivos da atualidade, foi o criador da antropologia estrutural. Ao longo de sua trajetória acadêmica, lecionou em várias universidades, alternando a atividade com suas expedições e a produção literária. Conheça sua cronologia.

Leia a cronologia da carreira de Lévi-Strauss na Folha.

Claude Lévi-Strauss faz 100 anos no próximo dia 28. Imaginem o que deve ser atravessar um século, duas guerras mundias e, sem esquecer que ele é judeu. A importância dele no Brasil é enorme, ninguém deve ter passado por um curso de História - para não dizer outros - sem ter lido Tristes Trópicos. Além disso está ligado à USP desde os primórdios, é citado em música de Caetano Veloso...

domingo, 23 de novembro de 2008

Abaixo-assinados que recebemos por e-mail

Eu recebo sempre um ou outro abaixo-assinado por e-mail, muitas vezes o mesmo, mais de uma vez, enviado por mais de um amigo. Abaixo-assinado ou notícia sensacionalista, 'os americanos dominaram todo o norte do Brasil' e coisas do gênero. Na época das Olimpíadas foi uma farra, dezenas de e-mail mostrando o quanto os chineses eram malvados, eram embaraçosos até, de teor racista, cheio de clichês.

Claro, recebi este aí do cachorro também e nem descarto a possibilidade de ter assinado...pelo sim, pelo não. Às vezes são enviados por amigos tão queridos que fico em dúvida, mas na internet, o autor do artigo abaixo tem razão, é melhor desconfiar e pesquisar.

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Um cão morrendo de fome

Por Bráulio Tavares -



A Internet entrou em ebulição algum tempo atrás em torno de mais uma “instalação de arte contemporânea” perpetrada por nossos criativos artistas. Noticiou-se que o costarriquenho Guillermo Vargas, conhecido como “Habacuc”, teria amarrado um cachorro faminto numa exposição de artes plásticas e o deixado ali sem pão nem água, até que ele morreu de fome. Um abaixo-assinado de protesto se alastrou pela rede. Blogueiros pediram a cabeça de Habacuc, sugerindo que na próxima exposição ele amarrasse a própria mãe, etc. e tal.

Eu sou da tribo e conheço os caboclos. Tudo que aparece na Internet com abaixo-assinado sempre me acende uma luzinha de alerta, porque cheira a boato, invenção, lenda urbana. Pesquisei mais um pouco e achei, se não um desmentido categórico, pelo menos uma versão diferente dos fatos. Habacuc de fato usou o cão, mas ele era alimentado diariamente, e só ficava amarrado no salão durante as horas em que a exposição estava aberta ao público. Na parede da sala lia-se a frase “Eres lo que lees” (“Tu és o que lês”) em letras formadas com biscoitos de cachorro; e um aparelho de som tocava o hino sandinista ao contrário. Bem – em termos de arte talvez não seja nenhuma “Guernica”, mas é muito mais plausível do que a primeira versão. Além disso, o cachorro acabou fugindo depois de alguns dias, numa distração do vigilante.


Continua na Cronópios

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imagem: Dinner's in the dog, Jo Parry.

sábado, 22 de novembro de 2008

George Eliot

George Eliot nasceu no dia 22 de novembro de 1819. Seu verdadeiro nome era Mary Anne Evans, preferiu escolher um pseudônimo masculino para assinar suas novelas porque desprezava o estereótipo feminino de novelista e decidiu escrever do seu própio modo. Não conheço muito da obra de Eliot, mas fiquei sempre intrigada com este nome masculino.

Henry James escreveu sobre Eliot:
"She is magnificently ugly--deliciously hideous...in this vast ugliness resides a most powerful beauty which, in a very few minutes steals forth and charms the mind, so that you end as I ended, in falling in love with her."
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O poema da sexta-feira


Apocalypse


Emily Dickinson (1830-1886)


I'm wife; I've finished that,
That other state;
I'm Czar, I'm woman now:
It's safer so.

How odd the girl's life looks
Behind this soft eclipse!
I think that earth seems so
To those in heaven now.

This being comfort, then
That other kind was pain;
But why compare?
I'm wife! stop there!

domingo, 16 de novembro de 2008

Terminei esta semana a leitura de LE MUR, vi mais alguns episódios de ROMA, vi alguns filmes: O CÉU DE SUELI e ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO. Devia ter ido ao cinema hoje, o Festival Varilux de cinema francês, mas caiu uma chuva forte quando íamos sair e o abandonamos a idéia. E continua a chover....De manhã fui ao mercado e tinha sol, ontem fazia calor, o clima aqui é meio maluco mesmo.

Fazia tempo que eu queria ver O CÉU DE SUELI, mas quem teve a iniciativa de alugá-lo este fim de semana foi meu sobrinho. O filme é triste triste triste, mas é muito bom, acho que todos já conhecem o enredo, uma moça faz uma rifa de 'uma noite no paraíso', ou seja, uma noite com ela, quer o dinheiro para ir embora da cidadezinha onde mora no interior do Ceará, isto depois de ter sido covardemente abandonada pelo companheiro e pai de seu filho.

ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO também foi alugado pelo meu sobrinho, não conhecia este filme. É a história de dois irmãos, um tem a grande idéia do 'crime perfeito' e envolve o outro. O crime perfeito, claro, é muito imperfeito, mas é melhor ver o filme do que ler sobre ele, tem bastante suspense. Acho que até hoje não vi nenhum filme com P. Seymour Hoffman que eu não gostasse, ele é o irmão autor da idéia do crime perfeito neste filme.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O poema da sexta-feira

A Ponto de Partir

Ana C. César

A ponto de
partir, já sei
que nossos olhos
sorriam para sempre
na distância.
Parece pouco?
Chão de sal grosso, e ouro que se racha.
A ponto de partir, já sei que nossos olhos sorriem na distância.
Lentes escuríssimas sob os pilotis.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bélgica recebe competição mundial de tiradores de chope

Folha de São Paulo, 13/11/2008

JANAINA FIDALGO
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Leuven


À primeira vista, tirar um chope perfeito parece a atividade mais simples do mundo.Bastaria abrir a torneira da chopeira, posicionar o copo e esperar encher até formar um colarinho no tamanho certo.
Na prática, o serviço do chope não é bem assim. Ainda mais se o bartender tiver apenas sete minutos para explicar quais são as cervejas disponíveis, descrever as características de cada uma, anotar os pedidos, lavar e enxaguar quatro copos, extrair em sincronia dois chopes do mesmo tipo --e com tamanhos idênticos de colarinho-- mais um terceiro, diferente, enxugar bem a taça em que será servida uma quarta cerveja long neck e levar tudo à mesa, sem errar quem pediu o quê, e, ainda, olhar nos olhos do cliente e desejar "saúde!". Tudo em público e sobre um palco.
Assista ao vídeo sobre os nove passos do ritual de extração do chope

Continua aqui...

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Eu não gosto de cerveja (chope é mais ou menos a mesma coisa, não?), mas achei engraçada esta notícia, além disso é na Bélgica, faz 3 séculos que não falo da Bélgica aqui neste blog que ainda se chama Cadernos da Bélgica...Essa cidade onde se passa o concurso é muito bonita, é uma cidade universitária, tem uma das universidades mais antigas do mundo. Eu estudei na parte 'francófona', Louvain-La-Neuve.
Nos anos 70 a universidade foi dividida, neerlandófonos ficaram em Leuven e escorraçaram os francófonos que tiveram que construir às pressas uma cidade para comportar o campus. Então a parte francófona é bem nova, ao contrário de Leuven que é antiga e linda.
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Muito, muito trabalho esta semana (and no play makes Leila a dull girl).

domingo, 2 de novembro de 2008

Lendo: LE MUR

Estou lendo LE MUR, Jean-Paul Sartre que comprei no sebo em Bruxelas, no ano passado e até hoje não tinha tido (ou 'não tinha tirado') tempo de ler. Pensei que talvez já o tivesse lido no curso de Letras, mas é pouco provável, a não ser que eu não possa ter mais nenhuma confiança na minha memória.
O livro é composto de 5 contos (nouvelles): Le Mur, La Chambre, Erostrate, Intimité, L'enfance du Chef.
Estou lendo agora Intimité, a quarta história, as três primeiras são muito boas. Acho que Le Mur, que dá título ao livro é a mais conhecida. Depois volto ao livro, assim que terminar.
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Estou postando os meus contos em outro
blog, se alguém quiser dar o ar da graça....
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O resto é TPM, dor de cabeça, dor nas pernas e tudo aquilo que algumas mulheres sabem bem. Oh, céus! Uma vez conheci uma moça que disse não se importar em ficar menstruada, até curtia. Não posso acreditar, acho que ela estava 'tentando' ser diferente. Eu o d e i o. Sofro bastante, cada mês um drama, sempre penso que, se fosse ainda novinha, tentaria aquelas alternativas que interrompem o ciclo. Aquela amiga americana que esteve aqui para fazer inseminação disse que eu devia tentar mesmo agora, ela fez isso lá pelos 40. Bom, sei lá, vou conversar com a médica da próxima vez.
E falando nessa amiga, os gêmeos concebidos aqui, vão nascer em dezembro, em Atlanta, ela tem 43 anos e será mãe pela primeira vez. Ela disse que é cada vez mais comum, muitas das amigas dela, na mesma faixa, estão tendo filhos agora. Minha irmã que vive em Bruxelas também teve o primeiro aos 40. Minha irmã disse que só tem que se preparar para, no Brasil, escutar 'Como é bonitinho o seu netinho!'.

Anna Gavalda

Tomei conhecimento dessa escritora há alguns meses, através de uma lição de francês que eu estava ensinando, lá aparece um extrato do livro dela Je voudrais que quelqu'un m'attende quelque part (Eu gostaria que alguém me esperasse em algum lugar - algo assim, pode escolher uma tradução diferente se quiser) Eis um pequeno trecho que aparece na contracapa:


" Quand j'arrive à la gare de l'Est, j'espère toujours secrètement qu'il y aura quelqu'un pour m'attendre. C'est con. J'ai beau savoir que ma mère est encore au boulot à cette heure-là et que Marc n'est pas du genre à traverser la banlieue pour porter mon sac, j'ai toujours cet espoir débile. "

São 12 contos que tratam do cotidiano, bem angustiantes, numa linguagem bem moderna, com muitas gírias, ainda assim dá para trabalhar em sala de aula, em grupos de nível intermediário, por exemplo. Eu gostei bastante dos contos (nouvelles), li em um dia e meio, é de ler rápido mesmo, como já disse aqui antes, eu não sou dessas leitoras que devoram um livro em poucas horas, quando leio rápido é porque todo mundo pode ler rápido. Anna Gavalda é bem nova (para uma escritora conhecida, pelo menos), nasceu em 1970 e parece que é o novo fenômeno literário francês, um de seus livros já foi adaptado para o cinema e la já recebeu vários prêmios. É claro que, como todo autor contemporâneo, está sujeito a pedradas e louvores.

Eu estava com visitas 'belgas' esta semana, meu cunhado, sobrinho e um amigo, vieram todos juntos e eu encomendei este livro. Este e outros, claro, por exemplo, Les Mandarins, S. Beauvoir. Este ainda não li, vai demorar mais. Além dos livros trouxeram também os chocolates belgas, ninguém que venha de lá atravessa o portal sem os bombons.
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E...Madame Vera do Val foi buscar seu Jabuti nesta sexta. Queria muito ter visto isso, mas não pude ir a São Paulo. Parabéns, Vera!
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E chove, chove por aqui, mas está bem gostoso o tempo, bom para ler e ver filmes. Nem todo mundo concorda comigo, evidentemente.