sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mulher lê mais que homem, aponta pesquisa nacional

da Folha de S.Paulo, em Brasília

As mulheres lêem mais que os homens, diz a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que será divulgada hoje, em Brasília.

O estudo, elaborado pelo Instituto Pró-Livro, mostra que população está acostumada a dedicar muito pouco --ou quase nenhum-- tempo aos livros. Do total dos leitores, 55% são do sexo feminino, público maior em quase todos os gêneros da literatura -os homens lêem mais apenas sobre história, política e ciências sociais.

Segundo a pesquisa, a Bíblia é o livro mais lido pela população brasileira --43 milhões de pessoas já a leram, dos quais 45% afirmaram fazê-lo com freqüência.

O segundo colocado é o livro "O Sítio do Picapau Amarelo", de Monteiro Lobato, apontado como o escritor mais lido no Brasil. A lista dos escritores brasileiros mais lidos inclui ainda, pela ordem, além de Lobato, Paulo Coelho, Jorge Amado e Machado de Assis.

Prêmio Literário - São Paulo


Folha de S. Paulo - 29/05/2008 - por Eduardo Simões

A Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo vai lançar nos próximos dias o mais bem pago prêmio literário do Brasil. O Prêmio São Paulo de Literatura pagará R$ 200 mil para o melhor livro de ficção do ano, mais R$ 200 mil para o melhor livro estreante, também ficção. Segundo o secretário estadual de Cultura, João Sayad, o prêmio segue os moldes do Booker Prize, o mais tradicional do Reino Unido, e terá duas etapas: na primeira, um corpo de cinco jurados vai indicar os dez livros finalistas; na segunda etapa, outro grupo de cinco jurados vai apontar os dois livros vencedores. Indicados pelo Conselho Estadual de Cultura, os dois júris serão compostos por um crítico literário, um editor, um escritor, um livreiro e um jornalista da área. Os nomes serão anunciados posteriormente. O resultado do primeiro Prêmio São Paulo de Literatura já tem data marcada: 23 de novembro.
...
imagem: Books of pleasure, 17th Century

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A Fraternidade É Vermelha

Ontem (re)vi este filme da trilogia de Trois couleurs. Até devia dizer 'vi' mesmo porque percebi que não me lembrava de muita coisa. Que traiçoiera é a memória, dizem que é melhor assim, que precisamos nos esquecer, a vida seria horrível (mais) se nos lembrássemos de tudo. Talvez seja assim mesmo, mas porque limpar da minha memória filmes tão bons?

À medida que fui vendo o filme consegui me lembrar de uma coisa ou outra, do momento em que a moça, Valentine (essa da foto) atropela uma cadela, por exemplo. E essa cadela que ela atropela chama-se Rita, Valentine verifica o endereço numa etiqueta e vai tentar devolvê-la, entretanto o dono parece não fazer muita questão de Rita, na verdade não se importa com nada o que irrita ou choca de certo modo a moça. E disso nasce uma amizade. Pois é.
Este homem representado por Jean-Louis Trintignant é um juiz aposentado que passa os dias a escutar a conversa telefônica dos vizinhos, é amargo e cínico, mas encontra em Valentine um motivo para 'reviver', rever o mundo, sem romantismos, amizade mesmo. O juiz é um homem extremamente inteligente e questionador, questiona sobretudo o seu antigo poder de 'julgar' as pessoas, teria acertado, teria errado e que diferença faz?

Valentine é interpretada por Irène Jacob, não a vejo muito no cinema. É uma mulher linda, não dessas belezas gamourosas, uma beleza real, próxima, delicada.

O filme é mais complexo do que isso, várias histórias se entrelaçam, por exemplo, vemos a juventude do juiz se repetindo na vida de um vizinho de Valentine, tal e qual, enquanto o juiz conta o passado, o presente se desenrola ali.
Bonito.
.....
Preço do livro, carestia sem fim
....
Abaixo uma cantora francesa, Patricia Kaas interpretando Quand on n'a que l'amour do poeta/cantor/compositor Jacques Brel. Parece que ela é pouco conhecida por aqui, meus alunos não a conhecem, mas é muito boa e muito conhecida na Europa. Jacques Brel é mais conhecido, nem que seja só pelo Ne me quitte pas.

sábado, 24 de maio de 2008

patricia kaas - Quand on a que l'amour


Sofri com uma sinusite todos estes dias, fazia tempo que ela não atacava, tanto que custei a entender que era isso, quase fui ao dentista por causa da dor nos dentes, maxilar, gengiva...Quando vivia em Singapura a Sinusite era quase constante, acho que era por causa do clima e do uso exagerado que se faz lá do ar condicionado. Fui para Florianópolis na quinta e voltei na sexta, não aproveitei nada, não dormi, morri de calor, tudo me parecia um esforço supremo, pensei até que tivesse perdido o gosto por viagens. Tudo o que eu queria era estar em casa onde eu sabia onde ficam as aspirinas, onde faz frio à noite, onde eu tinha filmes para ver...Enfim, um armagedon, como diria um conhecido italiano muito dramático.
Chegando em casa, consultei o doutor Google e ele diagnosticou: 'sinusite mesmo':

"Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes."

Mas tout est bien qui finit bien, tomei alguns remédios e a dor passou, agora só estou espirrando na proporção de mais ou menos 100 espirros por minuto. No caminho de volta de Floripa, graças aos amigos Allan e Marina, conheci os CDs novos (não sei se é tão novo assim ou se eu é que estava por fora mesmo) da Fernanda Takai, Onde brilhem os olhos seus e da Adriana Calcanhoto. Adorei os dois.
..
imagem: Rest, Pablo Picasso
Excelente esta entrevista de Roth no RoseLivros:

Spiegel
- O que vai ficar do presidente atual, George W. Bush? Será que ele vai ser esquecido depois de sair do governo?
Roth - Não, ele foi horrível demais para ser esquecido. Haverá muita coisa escrita sobre isso. E há muito a ser escrito sobre a guerra. Há muito para ser escrito sobre o que ele fez com o reaganismo, uma vez que ele foi muito mais longe que Reagan. Então ele não será esquecido. Já disseram que ele foi o pior presidente que os Estados Unidos já tiveram. Na minha opinião, isso é verdade.

Spiegel - Por quê?
Roth - Bem, principalmente por causa da guerra, da decepção com a entrada na guerra. O cinismo absoluto que envolveu a decepção. O custo da guerra, o Tesouro e as vidas dos americanos. Foi hediondo. Não há nada parecido com isso. Em segundo lugar, por causa de sua atitude em relação ao aquecimento global, que é uma crise mundial; e eles foram extremamente indiferentes, até mesmo hostis, em relação a qualquer tentativa de enfrentar o problema. E mais isso, mais aquilo, mais isso, mais aquilo... Ou seja, ele fez um grande estrago.

Spiegel -
Já que o seu livro se passa na semana das eleições de 2004, você saberia explicar por que os americanos votaram em Bush pela segunda vez?
Roth - Acho que foi pelo fato de estar em guerra e não querer mudar, além de estupidez política. Por que alguém elege uma determinada pessoa? Pensei bastante sobre John Kerry quando ele começou a campanha, mas ele não conseguia competir com Bush. Os democratas não são brutos, o que é muito ruim, porque os republicanos são brutos. E os brutos vencem.

Klaus Brinkbäumer e Volker Hage
...
Mais aqui.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

a igualdade é branca

Revi ontem este filme A igualdade é branca (Trois couleurs: blanc), faz parte da famosa trilogia de Krzysztof Kieslowski baseada nas cores da França, os outros dois são: A Liberdade é azul, A fraternidade é vermelha. Comprei os três por menos de 40,00 nas lojas Americanas.

Este A igualdade é branca é de 1993 e foi entre 94 e 95 que eu o vi, há uns bons aninhos, já tinha me esquecido de muita coisa, muita mesmo. É a história de um casal, ele polonês e ela francesa, tem momentos que parece que eles estão fazendo um concurso para ver quem consegue ser mais cruel. O filme começa com o casal na frente de um juiz, Dominique, a esposa, está pedindo o divórcio alegando que o marido não consegue cumprir com seus deveres conjugais. Karol , o marido, fica completamente perdido, sem dinheiro, sem língua (quase não fala francês), sem mulher, sem nada. É um personagem triste, com um ar ingênuo, mas vingativo. Volta para a Polônia dentro de uma mala porque não tinha mais seu passaporte e a polícia estava a sua procura por causa de um acidente propositalmente provocado por Domique para complicar um pouco mais sua situação. E, por incrível que pareça, a idéia que fica é a de que os dois se amam nesse tumulto todo. Karol está no metrô tocando uma música polonesa usando um pente como instrumento (ele era cabeleireiro) e encontra um compatriota, Mikolaj que passa a fazer parte de sua vida e tenta ajudá-lo sem muitos questionamentos, uma bela amizade começa quando o relacionamento com a mulher está terminando.
Gostei muito de revê-lo....
....
E o resto da semana foi:
Aulas. Leitura Seis Passeios pelos Bosques da Ficção. Aulas. Espera. Faxina. Chateações. Aulas. Começo de outro Hermann Hesse O Lobo da Estepe. Aulas. Filme Bonequinha de Luxo. Chateação. Sono. Frio. Papo furado. Aulas. Passeio com o cachorro. Espera.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Entrevista: Contardo Calligaris

[Eu gostei muito desta entrevista, sobretudo desta parte que transcrevo. Se alguém quiser ler o restante é só ir aqui.]

PLAYBOY
- Você escreve bastante sobre o Brasil e os brasileiros. Para você, quais são as principais características da sociedade brasileira?

Contardo - O Brasil é uma sociedade ao mesmo tempo moderna e arcaica. Por um lado, somos extremamente modernos, porque a diferença social se dá por meio da riqueza e do consumo. Por outro, essa diferença social é vivida como se fosse uma diferença de casta. Depois de uns cinco anos vivendo no Brasil — e o Brasil pega na gente —, fui a Paris visitar meu filho. Estava num café e queria fazer um pedido. Então, levantei o meu braço e estalei os dedos. O garçom ouviu o barulho e, completamente paralisado, perguntou: “Você está falando comigo?” Eu me dei conta de que estava fazendo um troço completamente inaceitável. O cara ia me dar um soco, me mandar à puta que o pariu e o dono do café ia lhe dar razão. Mas, no Brasil, isso é normal. As pessoas se prevalecem dos apetrechos de seu sucesso narcisista para tratar os outros como escravos. É como se quisessem perpetuar uma ordem que não existe mais.

PLAYBOY - Você acha que é assim que os brasileiros são vistos lá fora: como uma sociedade arcaica e atrasada?

Contardo - Não. Mas, apesar dos esforços de modernização do Brasil, o país ainda é visto, sobretudo, como um sonho exótico. E é difícil ser visto como exótico, porque o exotismo é a face legal do racismo, por assim dizer. A vergonha desse exotismo é, certamente, uma face da identidade nacional.

PLAYBOY - Você é imigrante e teve muitos pacientes brasileiros que emigraram para os EUA. O que eles podem ensinar a nós que ficamos no Brasil?

Contardo - A conclusão a que a gente chega é que ninguém deveria nunca viajar. Quem começa a viajar — e não estou falando em passar férias, mas em se transplantar — não tem motivo para parar. A dúvida entre a continuação da viagem e o retorno se torna uma parte constante de sua vida. Em minhas viagens entre Nova York e São Paulo, conversei com diversos brasileiros que estavam sendo deportados para o Brasil e, curiosamente, se sentiam completamente aliviados. Não que eles quisessem ir embora dos Estados Unidos, mas estavam aliviados que a decisão tinha sido tomada por terceiros.

O resto da entrevista está aqui.

terça-feira, 13 de maio de 2008

livros e livrarias

Com relação ao post abaixo, O Ranking das livrarias, devo dizer que postei o artigo porque achei interessante. Todos nós que gostamos de livros, mesmo quando não pretendemos comprar damos uma circulada por livrarias ou, no meu caso, por sebos. Mas eu, tampouco concordo com os quesitos do jornalista, sou um pouco como a Sônia Sant'anna (refiro-me ao comentário) prefiro percorrer a livraria em paz, sem nenhum vendedor atrás de mim e também fujo dos sugestões. Eu tenho uma idéia bastante clara do que quero ler e quando vou oferecer algum livro de presente é para alguém com quem tenho afinidades e posso escolher eu mesma. Se procuro o vendedor é porque não consegui encontrar o preço ou o livro em questão. Sugestões, não obrigada. Trocar idéias é sempre bom e podemos descobrir autores, títulos, milhões de coisas, mas ainda prefiro que me deixem tranquila numa livraria com aquela montanha de best sellers, Zíbias Gasparettos, títulos de norte americanos atuais que amanhã estarão esquecidos e num cantinho solitário, quase escondido, de vez em quando encontro um autor japonês, turco ou outro que vale a pena.

domingo, 11 de maio de 2008


...


esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem


Paulo Leminski

...


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Puf


Este é o Puf, um cãozinho muito carinhoso que vivia lá no sítio dos meus pais. Vivia. Cheguei lá na semana passada e ele não veio nos receber pulando feito louco. E ele sorria, nisso até minha mãe concordava, ele abria a boca de um jeito muito parecido com sorriso. O cachorro do vizinho o matou, isso foi há um mês, meus pais não nos contaram, só ficamos sabendo ao chegar no sítio. "Cadê o Puf, vovó?" Minha sobrinha perguntou e depois ela foi chorar debaixo de uma árvore e eu de outra. Que tristeza sem ele por ali.
...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O ranking das livrarias

Repórter percorre des lojas em São Paulo para comparar a qualidade deatendimento a organização e a estrutura


CYRUS AFSHAR Folha de S. Paulo - 26/4/2008


Comprar um livro é quase um ritual. Cada leitor tem seu jeito: uns escolhem por impulso, em passeios desinteressados, outros já saem preparados, sabendo exatamente o que querem e não são de muito papo.Tem os que chegam à livraria atrás de uma obra específica, mas nem sempre têm na ponta da língua o título completo ou a grafia do sobrenome do autor. Em qualquer um dos casos, vendedor atento e livraria bem organizada são fundamentais. Sem se identificar, a reportagem do Vitrine percorreu dez livrarias em São Paulo (grandes, pequenas e médias) e comparou o atendimento e a sinalização de cada uma. Para isso, foram feitos três testes.No primeiro teste, foi medido o tempo decorrido entre a entrada do repórter na livraria e o aparecimento de um funcionário oferecendo ajuda. No segundo teste, foi avaliada a agilidade do vendedor emlocalizar títulos. Aqui, o repórter pediu sempre o mesmo lançamento("O Sol do Brasil", de Lilia Schwarcz) e um livro mais acadêmico("Globalização, Democracia e Terrorismo", de Eric Hobsbawm), mas sem informar os títulos ou as grafias exatas dos nomes dos autores.No terceiro teste, a reportagem pediu sugestões de presente para o Dia das Mães. Nesse caso, não se levou em conta a rapidez ou a qualidadedo que foi recomendado, mas a preocupação do vendedor em atender aopedido de maneira mais personalizada.Além do atendimento, foram observados os recursos à disposição do consumidor para que ele se vire bem sozinho, como sinalização das seções, ordem dos livros nas seções e presença ou não de leitores decódigo de barra e computadores para pesquisa. Quem sabe vender livro? Martins Fontes e Da Vila têm melhor desempenho; Vozes é destaque em auto-atendimento.

Das dez livrarias testadas pela reportagem, oito tiveram desempenho bom ou muito bom na contagem final. As que se saíram melhor foram a DaVila e Martins Fontes. Ficaram um pouco abaixo da média Nobel,Siciliano e Cortez. Nessas lojas, o fator negativo que mais pesou foio tempo decorrido entre a entrada do repórter na livraria e o atendimento.Na Cultura, o repórter esperou mais de oito minutos para ser atendido."Queremos atender o mais rápido possível", disse Fábio Herz, 35, diretor comercial da Cultura, ao reconhecer a falha. "O que a gentereforça muito no treinamento é para o vendedor não ser ostensivo, masse mostrar sempre disponível". Ele afirmou que a demora foi causadapelo movimento acima das expectativas e que isso tem que ser levado em conta. Mas a Cultura foi uma das melhores nos demais testes, reflexo da preparação: seus vendedores são treinados por 40 dias antes docontato com o público.Os recursos de auto-atendimento da maioria das livrarias são satisfatórios. As que se saíram pior foram Cortez e Ícone. De acordo com o diretor-geral da Cortez, Ednilson Xavier, a sinalização pouco clara das seções do segundo andar da sua loja vai mudar. Já a gerente da Ícone, Carla Fanelli, afirmou que a sinalização da unidade da rua Augusta é adequada. "Os nomes das seções não são muito grandes, mas dá para enxergar", disse. No auto-atendimento, o destaque positivo foi a pequena livraria Vozes,que tem leitor de preço, computadores para busca, seções bem sinalizadas e ordem de livros por autor. (CA)


Atendimento personalizado

A Martins Fontes da Paulista privilegia livros de fi losofi a, que ficam na sala central. O atendimento é rápido, e o clima, de livrariapequena. Tem até consumidor que chama o vendedor pelo nome. A sinalização dasseções, apesar de discreta, funciona. A ordem dos livros, seguindo o sobrenome do autor, facilita a vida de quem gosta de se virar. Os computadores só podem ser usados pelos vendedores. A vantagem (para eles) é que o programa de busca tem ferramenta de sugestão de preenchimento automático, o que facilita a digitação de um sobrenome mais difícil. Quando o repórter pediu dicas de presentes para a mãe, a resposta não foi automática. O vendedor sugeriu, a partir do perfi l fornecido, os livros "QuemPagou a Conta", de Frances Saunders, "Nietzsche", de Martin Heidegger,e "Dom João VI", de Jorge Pedreira e Fernando Costa. av. Paulista, 509, tel. (11) 2167-9900, São Paulo. Seg. a sex.: 9h às22h. Sáb.: 9h às 19h:. CC: todos. Estacionamento: sim


Muita vigilância, pouco vendedor

A Nobel do shopping Center 3 nem é tão grande: são 250 metrosquadrados. Mas tem 11 câmeras de vigilância. Vendedor, que é bom, só havia dois, na tarde da última quarta-feira. Edemoraram para atender. Enquanto a funcionária procurava um livro parao repórter, outros quatro clientes fi caram na espera. O atendimentofoi ansioso. Um exemplo foram as sugestões para Dia das Mães, feitassem o cuidado de tentar atender a um gosto específi co, e restritas aos lançamentos direcionados a mulheres: "Marley e Eu", de John Grogan, "O Silêncio dos Amantes", de Lya Luft, e o best-seller "Comer, Rezar, Amar", de Elizabeth Gilbert. As seções são bem sinalizadas e os terminais podem ser usados pelos consumidores - onde dá, também, para ver o preço do livro. av. Paulista, 2.064, 3º andar, shopping Center 3, tel. (11) 3287-7387,São Paulo. Seg. a sáb.:10h às 22h. Dom.:13h às 22h CC.: Amex, Master eVisa. Estacionamento. : sim

Socorro tarda, mas não falha
A Vozes leva o nome da editora à qual é vinculada, mas tem muitasopções de lançamento de outras editoras também. Por ser uma livraria pequena (169 metros quadrados), fi ca fácil parao consumidor se orientar sozinho. Apesar de não haver muitosvendedores, eles estão sempre ao alcance da vista. Mas podem demorarbastante até abordar o consumidor. A loja tem dois computadores que podem ser usados pelos clientes, além de leitores de código de barrasque informam o preço, facilidades comuns em grandes livrarias. O atendimento foi cuidadoso e as sugestões dadas para presente do Diadas Mães foram personalizadas, feitas com base nas informaçõesfornecidas pelo repórter. r. Haddock Lobo, 360, tel. (11) 3256-0611, São Paulo. Seg. a sex.:9hàs 20h. Sáb.:9h às 13h. CC: todos.
Rápido, mas afobado
A livraria Cortez, em Perdizes, tem seções bem sinalizadas no térreo,mas no segundo andar os nomes das divisões estão em letras pequenas, oque difi culta a busca. Depois de mais de cinco minutos de espera, umavendedora ofereceu atendimento, que foi afobado e impaciente. "Como éque eu faço, sem saber o título do livro e o nome certo do autor?",perguntou ela, quando o repórter deu apenas o nome de um escritor, sema grafia.Na hora de sugerir um presente de Dia das Mães, ela não fez nenhumapergunta para refi nar as indicações. Em compensação, deu várias sugestões de lançamentos e até buscou ocatálogo novo da livraria, para mais opções. r. Bartira, 317, tel. (11) 3873-7111, São Paulo. Seg. a sex.: 9h às21h. Sáb.: 9h às 18h. CC: Amex, Master e Visa. Estacionamento: sim
Sugestões pouco inspiradas
O departamento de livros é o de menor movimento na Fnac de Pinheiros. Mesmo assim, os vendedores parecem estar sempre ocupados. A vendedora demorou mais de três minutos para abordar o repórter"perdido". Na hora de escrever os sobrenomes "Schwarcz" e "Hobsbawm",para achar os livros, a funcionária se enrolou. Quando deu sugestõespara Dia das Mães, se restringiu a livros que têm relação explícita com a data, tais como "Mãe, Tudo de Bom", "Querida Mamãe" e "UmPresente para Minha Mãe". Ela não perguntou ao repórter que gênero de livro seria o mais adequado. No entanto, foi paciente e usou também o sistema de buscapara dar outras opções. pça. dos Omaguás, 34, tel. (11) 3579-2000, São Paulo. Seg. a dom.:10hàs 22h. CC: Amex, Master e Visa. Estacionamento: sim Não precisa caçar funcionário"Você precisa de ajuda?". Na Livraria da Vila, a frase veio em menosde 30 segundos. Lá, os vendedores fi cam bem espalhados pela loja. Isso faz com quehaja sempre alguém perto de você. O destaque é o departamento infantil. Na hora de digitar os dados sobre o autor Eric Hobsbawm no sistema de busca, a vendedora optou por escrever o primeiro nome dele e achou olivro rapidamente. As sugestões para presente de Dia das Mães levaram em conta a preferência da pessoa. Os títulos recomendados foram "Na Praia", de Ian Mcewan, e "O Conto do Amor", de Contardo Calligaris. A organização espacial é boa, mas não há placas indicando quais seções estão em outros andares. Dá para usar o scanner de leitura de códigode barras para saber o preço, mas não o computador. r. Fradique Coutinho, 915, tel. (11) 3814-5811, São Paulo. Seg. asex.: 9h às 22h. Sáb.: 10h às 19h. Dom.: 11h às 18h.CC: todos.Estacionamento: sim
Tente um olhar de desamparo
Na Saraiva do shopping Ibirapuera, os funcionários ficam perambulandoe só param se forem abordados ou ficarem comovidos com o seu olhar dedesamparo. Mas, se você chamar a atenção de um, a compra poderá serrápida. No dia do teste, o vendedor localizou os livros pedidos em 13segundos e deu quatro dicas boas de presentes para Dia das Mães.Alguns dos lançamentos sugeridos ele mesmo já tinha lido. A Saraiva tem uma política de emprestar livros aos vendedores. av. Ibirapuera, 3.103, shopping Ibirapuera, loja 145, tel. (11)5561-7290, São Paulo. Seg. a sáb.:10h às 22h. Dom.: 13h às 21h. CC:todos. Estacionamento: sim
Prós e contras da pequena Menor livraria visitada pela reportagem, com 132 metros quadrados, a Ícone mostra as vantagens e desvantagens de uma loja pequena. Aabordagem do vendedor foi a mais rápida: bastaram segundos para ele perceber que um comprador em potencial precisava de ajuda. Porém, a Ícone não dispõe de muitos recursos tecnológicos para ajudara encontrar um livro. O computador, que só pode ser usado pelos funcionários, não tem sistema de busca por nome de autor - só por título - o que impediu a procura de uma obra recémlançada. Sobre o livro de Hobsbawm, o vendedor disse que ainda não tinha recebido. Já para as sugestões de Dia das Mães, o atendimento foi um dos melhores. Ele perguntou qual o estilo de livro que mais agradaria e, apartir disso, sugeriu cinco obras. r. Augusta, 1.415, tel. (11) 3288-9206, São Paulo. Seg. a sex.:8h às20h. Sáb.:8h às 14h. CC: Diners, Master, Visa. Estacionamento: não


Para quem não quer ajuda

A unidade da Siciliano do bairro Vila Olímpia é ampla é quase semdivisões. Foi pensada para o consumidor comprar sem ajuda: temcomputadores para buscar um livro por título, autor ou assunto. Junto das máquinas, leitores de código de barras mostram o preço; os poucos vendedores fi cam, na maior parte do tempo, organizando os livros nasestantes. Os funcionários, aliás, não se dão muito bem quando pesquisam noscomputadores, por autor. Se os nomes são de grafi a mais difícil, como"Lilia Schwarcz" e "Eric Hobsbawm", será preciso esperar algunsminutos e várias tentativas. Já para a sugestão de presente do Dia das Mães, o vendedor sugeriu ou lançamentos ou best-sellers, como os doafegão Khaled Hosseini e o "Mãe com Amor", de Helen Exley. av. Dr. Cardoso de Melo, 630, tel. (11) 3842-9811, São Paulo. Seg. aqui.:9h às 20h30. Sex. e sáb.:9h às 22h. Dom.: 10h30 às 20h30. CC:todos. Estacionamento: sim
O inferno dos tímidos
À primeira vista, a livraria Cultura é o paraíso do consumidor delivros. Contudo, a maior entre as lojas avaliadas, com 4.300 metrosquadrados, também pode ser o inferno dos mais tímidos, que não gostamde correr atrás de vendedor, e precisam de ajuda para achar um livro.Os vendedores estão sempre à vista, é só chamar. Mas se você apenasesperar... A abordagem levou quase dez minutos, no teste feito para a reportagem.A melhor forma de procurar um livro, na Cultura, é correr atrás de umdos funcionários, que, em geral, fi cam nos terminais. Os computadorestêm sistema de busca, mas não podem ser usados pelos clientes. Mas avendedora foi ágil na hora de checar na internet a grafi a do nome deum autor. av. Paulista 2.073, tel. (11) 3170-4033, São Paulo. Seg. a sáb.: 9h às22h. Dom.: 12h às 20h. CC: todos. Estacionamento: não


ENTENDA OS CRITÉRIOS

O atendimento da livraria foi considerado "excelente" quando algumfuncionário se dirigiu ao repórter em menos de dois minutos; quando ovendedor deu várias sugestões "personalizadas" de presente para o Diadas Mães; e quando a busca de um título demorou menos de dois minutos.O atendimento recebeu "bom" quando o tempo de espera para encontrar umlivro foi de até 2min45s, e quando a sugestão de presente foigenérica, mas com opções. O atendimento da livraria foi classificadocomo "regular" quando o vendedor deu só uma sugestão genérica parapresente de Dia das Mães, e quando levou até 3min30s para o repórterser atendido, e também para o vendedor localizar uma obra. Para darmais peso ao atendimento feito por vendedores, aspecto principal doteste, o conceito máximo do autoatendimento foi o "muito bom".Receberam esse conceito livrarias com seções bem sinalizadas, livrosem ordem alfabética de autor e computadores e leitores de preço àdisposição do consumidor.