sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Cadernos da América do Norte [Parte V]

[Mais um pouco de passado....]

Março 2001

Terminei a audição (audição?)do diário de Anne Frank em inglês. Tudo pelo meu inglês. Fui à bibioteca devolver tudo. Encontrei lá um senhor já velhinho e muito muito gentil que……fala português. Oh…..my……god! Eu estava gastando o meu inglês quando chegou o José Renato (meu sobrinho) e me disse não sei o quê, daí, percebendo qual era a nossa língua materna, esse senhor respondeu em português para o meu grande espanto. Contou-nos que morou numa pequena cidade do Pernambuco (forgot the name) quando era criança e que o Brasil ‘nunca saiu do seu coração’. Acho que os pais eram missionários….(I am not so sure). Ele me sugeriu uma montanha de Steinbecks e estranhou o meu Mark Twain “No 44, The Mysterious stranger”. “Mas porque, minha filha, atacar um livro tão dificil e desconhecido, toma aqui, vai ler Tom Sawer!”. Como disse, esse senhor é pura simpatia e pagou até mesmo as minhas fotocópias (“Para os novos amigos brasileiros!”), mas não gosto de muita itromissão nas minhas leituras. Terminarei o meu estranho Twain e depois veremos.

Março sobrevive. Uns dias bate chuva, outros bate sol, um dia venta mais que o outro, o trânsito continua pesado, os americanos continuam orgulhosos, Bush continua caçando terroristas e eu, e eu, e eu………..
Estou seguindo os cursos de inglês das escolas das igrejas. Muito bons. Alguns. E de graça….Mais ou menos de graça. Na aula de segunda, na hora do intervalo tenho que virar uma curuminha e cantar para o Senhor (Lord, I lift my voice to worship you!). Never mind. Nas sextas tenho a possibilidade de chegar atrasada e escapar ao cantochão.

Março se arrasta….Nos mudamos outra vez. Tudo (o tudo é muito pouco) está nas caixas – livros, discos. Vou transportando aos poucos, tenho uma semana para isso.

Leila Silva

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