quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Andanças


Andanças

Um dia vi Veneza,
Vi Paris e Istambul.
Em Istambul queriam me vender tapetes mas disse ´No, thank you´ e fui ver a mesquita Azul. Depois tomei uns porres e fui ao Hamam, onde mulheres com os peitos grandes à mostra me banharam, me massagearam enquanto narravam umas às outras as peripécias do dia. Isso é o que eu supunha, visto que de turco, nada entendia.

Em Veneza comprei um chapéu barato que levei para Cingapura.
Cingapura eu vi, revi e vivi e lá deixei o meu chapéu veneziano.
Em Cingapura chovia.
Todo dia.
Minha amiga japonesa nunca se esquecia da sombrinha.
Tão precavida, essa Misako.
E eu, tão descuidada, tomava muitos pingos e sofria de sinusite. Uma chinesa quis me tratar com acunpuntura dizendo, com muita honestidade : ‘Vai doer !`. Covarde, fui embora. Já me bastava a dor da sinusite.

Fui a Roma e não vi o Papa, fui ao México e não vi Cancun.
Na cidade do México, o motorista de táxi me fez escutar Nélson Ned, ´um grande brasileiro.` Explicou-me e levou-nos à casa de Dolores Del Rio. Frida também estava lá.

Nunca vi Cusco, nem Bagdá
Nem Jerusalém, nem Calcutá.

Mas tempo haverá.

Bruxelas, 24 de setembro de 2003
Leila Silva

Um comentário:

Allan Robert P. J. disse...

Que bom que você voltou!
Gostei do texto. Me fez viajar com detalhes e rimas.
Ciao.