quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gomorra

O escritor italiano Roberto Saviano, ameaçado de morte pela máfia após escrever o livro "Gomorra", afirma com resignação que sabe "muito bem" que cedo ou tarde pagará por ter contado em sua obra as atividades ilegais da Camorra napolitana.
"O que me mantém com vida, minha verdadeira proteção, é estar atento ao que acontece comigo e ao meu redor. Mas sei muito bem que um dia me farão pagar. Só é preciso saber como e quando", disse Saviano em entrevista que a emissora de TV "Euronews" exibirá amanhã.
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Eu vi no final do ano passado o filme baseado no livro de Roberto Saviano. Não conhecia o livro e também não tinha lido sobre o filme, estava em São Paulo já cansada de andar e de tomar chuva e decidi entrar num cinema que normalmente apresenta bons filmes (na Avenida Paulista, dentro de uma galeria, esqueci o nome).

No começo eu não estava entendendo nada do filme, é muito violento, bem pesado mesmo, como eu não tinha referências estava ali me perguntando que baderna era aquela, aquilo era filme, documentário, verdade, mentira...mas o filme é interessante nem que seja para uma tomada de consciência mesmo. Agora todo mundo está falando dele e o livro está aí nas prateleiras de todas as livrarias. O pobre do autor está numa situação parecida com a de Salman Rushdie há alguns anos. Um inferno.
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Essa semana assisti Kramer versus Kramer, um filme de 1979 que todo mundo já tinha visto exceto eu. Até pensei que já tivese visto também e esquecido, mas já nas primeiras cenas me dei conta que era a primeira vez mesmo. E como fui 'cinematograficamente' feliz até aqui sem ter visto este filme eu não entendo. Gostei muito muito muito, o garotinho do filme é a coisa mais linda. Tão triste ver o casal se separando, o cara sem se dar conta do que está acontecendo pelo envolvimento com o trabalho, a esposa com a mala na porta e ele ali achando que aquilo é só uma crise, uma tpm, continua a falar de sua promoção e ela apertando os botões do elevador. Às vezes ficamos cegos para o que está acontecendo em casa, não é só o homem. Isso me lembra Emily Dickinson:
"To live is so startling, it leaves little room for other occupations."
Não que ela estivesse falando de situações do gênero neste poema, quis dizer muito mais, mas ela me veio à cabeça.
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Lendo LES MANDARINS, Simone de Beauvoir.

3 comentários:

Barros (RBA) disse...

Leila,
Já te conhecia por freqüentarmos as mesmas páginas de comentários nos Blogs dos outros, em especial do meu amigo Kovacs.
Só agora tive tempo de apreciar com mais detalhes seu blog e posso dizer que alem de reparar que escolhemos o mesmo padrão de layout, percebi a excelente qualidade de seus textos, alem da boa seqüência de temas apresentados sempre alternando tipos de mídia, enfim, tudo editado e organizado com muito capricho.
Certamente voltarei aqui mais vezes.

anlene gomes disse...

Oi Leila, vou te linkar no Mundo Pequeno, posso?
http://www.mundopequeno.com/
O MP é um site de blogs de brasileiros que vivem no exterior criado pela Luciana Misura, do blog Colagem. Me avisa se não quiser, te encontrei pelo blog da Nora Borges. Um abraço.

Polly Etienne disse...

hummm....tbém nunc aasisiti K x K. Vou conferir...