domingo, 11 de janeiro de 2009

Amores Brutos


Uma vez lia uma revista sobre os filósofos gregos, não era uma revista de filosofia, uma revista qualquer (belga) que trazia uma matéria sobre o assunto, uma matéria enorme sobre as diferentes correntes. Só me ficou uma coisa daquela leitura, de acordo com um daqueles filósofos (pena que não consigo me lembrar qual), viver é estar exposto o tempo todo a acontecimentos terríveis, disso todo mundo sabe, a gente só não quer pensar nisso. Bom, na opinião dele a gente devia pensar sim, imaginar mesmo coisas terríveis acontecendo conosco, assim, quando elas acontecessem (mais cedo ou mais tarde vão acontecer) estaríamos mais preparados para enfrentá-los. Está meio confuso mas é mais ou menos isso.

Ontem revi o filme Amores Brutos e me lembrei da idéia deste filósofo. Uma modelo de lindas pernas está super feliz porque o amante decide finalmente deixar a esposa e filhas para viver com ela, estão comemorando quando ela percebe que falta o vinho, não se comemora sem vinho, ela sai por poucos minutos para comprar a bebida e sofre um acidente, o resultado é uma perna amputada.

E outras histórias tão trágicas quanto essa se entrelaçam, quase todo mundo já viu este filme.

Um dos personagens ganha dinheiro colocando o seu cachorro para brigar. Aquelas brigas que os homens promovem, só pelo dinheiro - e algum prazer, claro (não posso entender qual) são terríveis, nem conseguia acompanhar as cenas. Claro que há cenas mais terríveis do que cachorro morrendo, Gaza está aí, não estou comparando, só uma observação.

Eu me lembrei de uma entrevista com uma criança francesa (agora comparando) quando perguntado sobre as cenas mais terríveis que ela já tinha visto na tv ele responde que eram cenas de animais mortos. O entrevistador pergunta se as cenas de pessoas mortas não o chocavam, ele responde que essas não porque ele as via o tempo todo, estava habituado.

2 comentários:

JOCENDIR CAMARGO disse...

O planeta esta cruel, mas devemos permanecer na esperança de que, mesmo bruto, o amor deve sempre ser a melhor opção... sempre inteligente e sensível esse seu espaço, faz com que a reflexão seja mais assídua em nossa vida... um beijo com meu carinho...

Polly Etienne disse...

Eu adoro este filme, já vi e revi também. A violência tornou-se trivial mas eu ainda me choco com certas imagens e acontecimentos.
Adorei este seu post.
bjao