terça-feira, 6 de março de 2007

Comment parler des livres que l'on pas lus ?

Este livro de Pierre Bayard me deixou curiosíssima, Como falar de livros que nós não lemos? É este o título. Eu suponho que seja uma ironia, mas não tenho tanta certeza. É que estou falando de um livro que não li, obviamente. Já me disseram 'só mesmo os franceses!' Os franceses dão muita importância aos livros e à literatura, disso todo mundo sabe....e, como é impossível ler tudo, o autor diz que dá umas dicas para a pessoa se sair daquelas situações embaraçosas em que não leu um livro que é citado num grupo ou por alguém numa conversa. Diz ele que dá para discutir longamente sem ter lido o livro em questão. Ele mesmo é professor de literatura...logo. No Brasil acho que o livro dele não é muito necessário, as pessoas, de um modo geral, não têm problema em confessar que não leram ou que nunca ouviram falar de tal escritor ou livro. Outro dia sugeri a um aluno (não meu, da escola)um livro, um bem fininho para não assustar, e ele respondeu tranquilo: 'Sô muito chegado não." Honestidade é isso. Se os alunos de língua estrangeira soubessem quantos anos de curso não economizariam se tentassem ler um pouco. Só isso já seria uma boa razão.
Enfim, acho que este é um livro que vou ler, mais cedo ou mais tarde, não para tentar fazer de conta que li o que não li, eu não vivo na sociedade francesa, mas por curiosidade. Gostei deste título provocante.
Les Editions de minuit
Collection « Paradoxe »
Paris 2007
ISBN : 978.2.7073.1982.1 198
p.15 €
Mais aqui
.....

4 comentários:

sandro so disse...

Gostei da dica, do texto e dos comentários entre os dois países e os livros: a obsessão e a preguiça. Ai, cansei...
Valeu.

Anônimo disse...

Há muito tempo lembro de um livro que foi lançado por aqui, se não me engano o título era "O Manual do Cara-de-Pau", em que o autor dava dicas de como manter, por tempo indeterminado, diversos tipos de conversa sobre temas variados (livros não-lidos, inclusive). Mas era algo bem gaiato, pra ser mesmo engraçado — embora eu não duvide que, posto em prática tudo funcionasse perfeitamente.
Provavelmente, o livro-tema do seu post, sendo específico, deve ser bem mais interessante.

Polly Etienne disse...

Concordo com o Sandro, o extremo é cansativo.

Anônimo disse...

E por que a gente tem que ter lido tudo? Aliás, quanto mais leio mais me certifico que jamais lerei nem ao enos um décimo de tudo que gostaria de ler. E como diz você, no Brasil, a não ser em certos círculos. a coisa mais comum de se ouvir é o famoso "não gosto de ler". Quem gosta é que é olhado como esquisito.