Descobri que a grande questão não é aquela do ovo e da galinha, mas a do pão e da cerveja. Qual dos dois teria nascido primeiro? Muitos apontam para a cerveja...6.000 anos antes de Cristo ela já existe no Iraque (Mesopotâmia na época). E a gente pensando que lá só tinha petróleo hein? Mas há indícios de que a cerveja tenha sido criada muito antes disso. Um inglês, Ian Hornsey, escreveu um livro de 700 páginas só sobre a cerveja, A History of Beer and Brewing. É assunto que não acaba mais, só descobri que era tão longo agora, pesquisando para o post. O caso é que não tomo cerveja e não sei muito a respeito, mas quando coloquei no post anterior que ia falar disso recebi apoio maciço dos meus seis leitores.
Sendo o assunto tão extenso, muito mais do que eu podia imaginar, vou ter que me concentrar só na cerveja belga, quem quiser mais pode ler o livro do inglês ou o edição 208 da revista Super Interessante, 22 de dezembro de 2004. É uma reportagem bem feita e muito engraçada, tem uma notinha que chama ‘Ressaca faraônica’ onde explicam que os antigos egípcios festejava a deusa Tefnuf bebendo até cair, chegar em casa caminhando com as próprias pernas era uma grosseria, sinal de que o convidado não tinha se divertido o bastante. Bons tempos, não?
(Bom, para falar de cerveja belga eu vou chamar meu consultor ‘belga’ para assuntos etílicos, profissão, inclusive, muito comum na Bélgica).
Este país de pouco mais de 10 milhões de habitantes tem quase 500 tipos de cerveja divididas em várias categorias: As Trapistas, As cervejas de abadias, as ‘gueuzes’, etc...As melhores cervejas são aquelas feitas pelos monges. As Trapistas, por exemplo, são produzidas em monastérios, só existem seis no mundo, cinco delas estão na Bélgica e a outra na Holanda. As trapistas belgas são: Orval, Rochefort, Chimay, Westmalle, Westvleteren. Muitos dos meus amigos amantes de cerveja, mesmo os brasileiros, adoram esta Chimay e a Orval.
As três cervejas mais populares, mais vendidas e mais baratas são: Stella Artois, Jupiler e Maes. Nesta ordem. As cervejas belgas estão muito presentes no Brasil, em 2004 andaram fazendo negócios por aqui. A Interbrew juntou-se à Ambev e tornou-se Inbev, sendo hoje o maior grupo do mundo no ramo. Então, pelo menos a Stella Artois muita gente já conhece.
É normal que na Bélgica tenha muitos museus dedicados à cerveja, em Bruxelas eu só conheço um que fica na Grand Place, La Maison des Brasseurs já fui lá com os meus amigos e com meu irmão. Deve ser o mais turistíco de todos eles, ainda assim meu irmão adorou e, como eu não bebo ele tomou a cerveja (que a gente recebe durante a visita) dele e a minha. Achou fortíssima. Gostou. Já visitei também algumas abadias onde os monges produzem cerveja. Mais informações em inglês, francês ou neerlandês neste site: beer paradise.
Algumas cervejas têm nomes bastante estranhos: Mort Subite, delirium Tremens. Sei lá, tomar uma cerveja de nome Morte Súbita?
Os cervejeiros que forem à Europa devem tirar um tempinho para os museus e abadias dedicadas à cerveja. Uma das minhas amigas que foi lá em 1997 é famosa ainda hoje, queria experimentar todas as 500....não deu tempo, mas muitos dos belgas que a conheceram ainda perguntam por ela.
Aqui na foto uma das abadias.
7 comentários:
Bom, cerveja é a minha especialidade. Trabalhei em cervejaria, conheço, bebo e gosto. Curiosamente sou um consumidor diferente: me falta a barriga e sou muito chato. Tenho minhas preferências mas provo todas. Pouco, mas um pouco de tudo que encontro. Entre pão e cerveja, fico com os dois. E um bom salame. :)
Mas visitar cervejaria pra ver a produção e provar, como você cita, eu visitei no Brasil. Não sei hoje mas em Belo Horizonte, na década de 80, bastava ligar dizendo que queríamos fazer uma excursão na cervejaria (não lembro mais qual) que eles mandavam um ônibus. Um ônibus, imagine. E era tudo grátis!
Um abraço pro 'cê. :)
Algumas dessas se pode encontrar em muitos paises.
Onibus para visitar cervejaria?! Que espetaculo!
Um amigo esta fazendo um projeto de pos graduacao sobre isso. E eh muito interessante. Ha diversas questoes relacionando culturas antigas e habitos etilicos. Eh muito legal.
Em São Paulo, mais exatamente em Campos do Jordão, é possivel visitar a cervejaria Baden-Baden a qualquer hora, degustação inclusa. Melhor ainda é tomá-la no bar da cervejaria, no centrinho de Capivari, vendo o mundo desfilar pela calçada. Programinha burguês, claro, mas ninguém é de ferro, ora pois!
Oi Leila!
eu vi seu link no blog da Denise do Sindrome de Estocolmo e resolvi curiar por aqui. Achei interessante a história desse rapaz que quis conhecer a Bélgica por conta da cerveja, porque meu marido também já pensou nisso, hehehe. Ele adora cerveja trapista e aqui elas custam os olhos da cara :)
Não dá mesmo pra falar de Bélgica sem falar de cerveja! Aqui em Amsterdã eu acho as cervejas belgas por toda parte.
Mas o melhor lugar pra se degustar várias trapistas é o café Belgique, escondido numa ruela do centro da cidade.
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