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Às vezes ia para a sacada observar melhor, um dia escutou: Olha lá a bichinha! Cidade besta e triste. No meio dos garotos viu Jorge, com a sua camiseta e calça apertadas lhe lembrava um daqueles marinheiros de gravura. Não falava muito, mas as meninas gostavam dele. No final da noite estava sempre aos beijos com uma delas, algumas deixavam as mãos passearem um pouco, outras fingiam mais recato. Da janela ele tudo via e esperava.
Jorge era o último a deixar a praça e era na sua porta que vinha bater. Nem precisava, estava sempre aberta àquela hora.
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Painting by Lucien Freud
Interior in Paddington
Um comentário:
Leila, seus contos sempre são tão bons que passo um tempo desejando tê-los escrito. Depois me conformo com minha própria forma de dizer as coisas. Mas juro que se eu escrevesse como você já teria livros e livros!
Você tem?
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