domingo, 19 de fevereiro de 2006

Maus


Art Spiegelman

Primeira HQ a receber o prêmio Pulitzer

Cia das Letras

Mais uma história sobre o holocausto, Auschwitz e todo aquele horror que a humanidade ainda não conseguiu explicar? Mais uma vez o holocausto só que agora explicado em quadrinhos? Não. Mesmo que já tenhamos lido tudo sobre os campos da morte, que sejamos doutores em Primo Levi vamos nos surpreender com este Maus de Spiegelman cujo pai é um dos sobreviventes. A história é contada através deste pai que o autor vai seguindo ora com uma cadernetinha ora com um gravador. Ninguém é poupado, nem mesmo o pai, Vladek. Tudo soa sincero e pessoal, sem raiva, algum desespero por parte do autor, uma busca de entendimento (talvez), a culpa que quase todos os filhos de sobreviventes carregam.

Aqui os nazistas são gatos, os judeus ratos, os poloneses (não judeus) porcos, os franceses sapos e os americanos cães. No começo da leitura isso parece estranho, depois a gente se acostuma a vê-los assim.

Soube pelo blog do Allan que Art Spiegelman ficou profundamente irritado com Roberto Benigni por relacionar o seu filme A Vida é Bela a Maus. Se ele dizia que Maus o tinha inspirado, não tinha entendido nada do livro, sentenciou.

7 comentários:

Anônimo disse...

O massacre dos judeus pelos alemães é um fato que provoca ira e tristeza a grande maioria dos seres humanos.
Há poucos dias,mais precisamente, no dia 03/02, postei no meu blog um poema sob o nome "Metade da gente do Mundo",de Yehuda Amichai,um poeta israelita já falecido,que me impressionou por sua beleza e dor, ao sentir que não fazia parte de lugar algum.
Maus,mostra essa realidade,usando a simbologia dos animais para designar a cada povo,pelo que entendi. Deve ser extremamente interessante.
Agora, se é um tipo de relato neste nível, Begnini,pode ter feito alguma confusão, sim,apesar de que o seu filme é contado por seu filho, após sua morte.
Como não li Maus, não posso comentar a respeito.

Flavio Moutinho disse...

Puuuuuuuuuuuuuuutz!
Maus é MARAVILHOSO!

Quando Art Spiegelman veio fazer uma palestra no CCBB, lá estava eu com meus dois livros. No autógrafo, ele se desenhou (o Art-rato) e dentro de um balãozinho escreveu a dedicatória.

Figuraça!

Eu não me canso de ler Maus. Já li dúzias de vezes. Por ser HQ, é rápido; e a história prende que você não consegue largar o livro.

Beijão!

Allan Robert P. J. disse...

O curioso é que antes de ler o livro a minha expectativa era de algo diferente, mais leve ou irônico. Maus é um livro extremamente sério.
A crítica do Spiegelman é que após "A vida é bela!" teria surgido um outro gênero de filme: Filmes sobre o holocausto, onde cada diretor se permitiria uma interpretação diferente sobre o fato histórico, além da afirmação de que Begnini não teria entendido a metáfora do livro (os animais são máscaras e as máscaras sempre caem).

(Me pareceu que o Spiegelman quis sacralizar demais o holocausto, ferindo a criatividade e liberdade artísticas.)

Anônimo disse...

Não li Maus, apesar de ser um apreciador de HQ (não praticante...rs), sobretudo as européias. Vou botar na lista de prováveis aquisições. Beijo.

Anônimo disse...

Já estou encomendando... :-)

Anônimo disse...

Nunca li Maus nem tinha ouvido falar, mas parece muito interessante. O contrário de A vida é bela, que não vi e não gostei.

Carlos Bruni disse...

Certísima está a Denise; hoje e mais do que nunca, a garotada deve ler esse livro.