Esses dias vi na tv partes da série « Colette, une femme libre », uma mini-série baseada na vida da famosa escritora. O último papel da atriz francesa Marie Trintignant foi, justamente, neste filme realizado por Nadine Trintignant, sua mãe. Era comum ver a família Trintignant trabalhando junta, o pai de Marie, Jean-Louis, também é ator e seu irmão estava trabalhando neste mesmo filme quando Marie foi assassinada três dias antes de terminarem a filmagem.
No dia 27 de julho de 2003, Bertrand Cantat, à época namorado de Marie, agrediu-a fisicamenete durante uma discussão, os golpes foram fatais, ela ficou em coma e morreu três dias depois. Aparentemente o desentendimento começou por causa de mensagens (sms) que Marie vinha trocando com o ex-marido e pai de seus filhos. Bertrand Cantat era o líder de um dos grupos de rock mais famosos da França, o Noir Désir. Esse assassinato foi um tremendo golpe, não poderia deixar de ser, para a família de Marie, até eu quase chorei ao ouvir o discurso do pai dela durante o enterro, sem sensacionalismos, era sincero mesmo. Mas não foi um golpe só para a família, os fãs de B. Cantat também levaram um tremendo choque, ele era não só o líder de um grupo de rock mas uma figura respeitada, engajada em movimentos sociais, contra a extrema direita etc....enfim, foi um estrago. Ele está na prisão e espero que fique por muitos e muitos anos, mas não sei se vai ser assim. Ele cometeu o crime na Lituânia, era lá que Marie e a família estava trabalhando no filme e lá ele foi julgado, de acordo com as leis do país ele foi condenado a oito anos de prisão. Só isso.
Lembro-me que nos dias em que isso aconteceu eu estava em Bruxelas e fui ao apartamento de Madame de Vish, nossa vizinha, pedir uma informação qualquer (sabe aquelas portas em que a gente bate sempre?) vi na mesa dela uma revista com fotos de Marie Trintignant e comecei a folhear. Madame de Vish me disse: "Que coisa triste, viu? Uma mulher bonita, nova.....mas também esse povo é tudo maluco, vive drogado, uma mulher com filhos, devia ter tido mais juizo." Tem condição? Mas era difícil convencer Mme de Vish de qualquer coisa....
O último filme que vi com Marie Trintignant, no cinema, foi Janis et John, uma comédia onde ela interpreta uma dona de casa resignada que, por causa de alguns negócios ‘mal feitos’ de seu marido se vê transformada em Janis Joplin. Eu adorei vê-la interpretando Janis. Quando o filme saiu, em 2003, ela já estava morta e eu, como muita gente, tinha perdido a capacidade de julgamento, só estava contente em vê-la na tela. Neste filme ela trabalhou com o pai, Jean-Louis Trintignant.
Colette
Na foto a escritora francesa Colette, autora de Gigi, La Maison de Claudine, etc. O primeiro marido de Colette era escritor, quando bateu os olhos nos escritos da jovem e provinciana esposa, percebeu logo que ali tinha potencial e publicou os livros no seu próprio nome. Felizmente ela percebeu a tramóia e retomou os direitos.
Hilda Hilst no Rose Livros
2 comentários:
A história desta moça me chocou mto, eu falei nela num post sobre violência contra mulher há algum tempo.
Sabe que eu tinha um amigo francês que dizia que eu lembrava Collete? eu usava cabelo crespinho, tinha rosto com bochechas.:)
Vou mandar um email te respndendo o comentário lá no blog. Bjs Laura
Manuel Carlos,não é por ser jovem que
uma pessoa é ignorante.Eu tenho 30 e
conheço Murnau,Fritz Lang...
Outro dia vi em um programa que um
rapaz citou Audrey Hepburn e uma
moça disse que não sabia quem era.
Todo mundo deu uma gozeira danada nela por causa da ignorância.Não sabia que Jean Trintignant teve esse
baque em sua vida...O assassino pegou
8 anos de cadeia?É pouco...mas aqui
no Brasil,nem isso pegava.
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