ou
a chuva vista por um sentimental
Chove e tudo em volta parece poesia, o verde que se estende além é tranquilo, as vacas de olhar filosófico nada estranham, o cachorrinho vira lata esconde-se da chuva, treme com os trovões, aproxima-se a pedir carinho com a doçura própria dos caninos. Tão sujo, enlameado, mas como recusar? As mãos, lava-se depois.
Lamento o lap-top que esqueci na cidade. Pego um livro, Bashevis Singer, uma manta e deixo a chuva cuidar da natureza que me rodeia.
Leila Silva
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“Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama de Baudelaire.”
Ninguém me quer
Ninguém me chama de Baudelaire.”
Antônio Maria
11 comentários:
Tão doce, Leila. Eu amo o cerrado. O nosso cerrado. E adoro a chuva no nosso cerrado... Já que não estou aí, aproveito através de você. Abraço,
Sinto-me um nada vendo como a vida se desfaz numa cidade com 35º de temperatura em pleno inverno. Aquela chuvinha boa, de molhar cachorro vira-lata, não cai há muito tempo e o ar, bem o ar, pode ser até tocado com as mãos de tão sujo que está. Pobre São Paulo, que não tem nem umas vaquinhas filosofando nos gramados do Parque do Ibirapuera.
Sinto-me um nada vendo como a vida se desfaz numa cidade com 35º de temperatura em pleno inverno. Aquela chuvinha boa, de molhar cachorro vira-lata, não cai há muito tempo e o ar, bem o ar, pode ser até tocado com as mãos de tão sujo que está. Pobre São Paulo, que não tem nem umas vaquinhas filosofando nos gramados do Parque do Ibirapuera.
Leila
Ler com uma manta no colo e barulho da chuva é simplesmente fantástico. Espero que comece a chover logo por aqui, pois você me inspirou.
Beijocas
Emília
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Cheers!
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Oi, Leila. O cerrado é lindo. Que fores há no cerrado, embora a mioria o imagine como um amontoado de galhos secos. E como é bom o cheirinho de terra molhada quando a chuva começa a cair?
Sábias vacas, Leila, que filosofam tão melhor que tantos...rs
bj,
Totalmente climático. A gente se sente lá neste cenário delicado e intimista, curtindo a chuva e a leitura. Como um quadro impressionista. Lindo.
beijos
muito bom como tudo que escreves minha cara
bj laura
Pronto, Leila! Foi só eu escrever que não há vaquinhas pastando no Ibirapuera e eis que elas aparecem por toda a cidade. Cento e cinquenta vacas, metafísicas, loucas, sagradas ou profanas, psicodélicas, enfim, uma variedade enorme delas, estarão expostas por toda a cidade.
A mostra "CowParade", exibidada pela primeira em Zurich, em 98, e depois em várias cidades do mundo, agora chega a Sampa. O público terá opotunidade de interagir com esses adoráveis bichinhos criados por artistas famosos ou desconhecidos e aplaudir ou odiar (mas nunca avacalhar - não resisti ao trocadilho). Ao final, as vaquinhas serão leioloadas e o que for arrecadado será destinado à instituições assistenciais. O que prova que a humanidade ainda não foi para o brejo (essa foi ainda mais infame).
Abraço
carlos bruni
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