Faz um ano. Já. Vim para Curitiba em julho do ano passado. Uma das coisas que mais ouvi, mesmo dos curitibanos, é que o curitibano é antipático, tem cara de poucas amigos...Não tive problemas, até agora, com esse 'espírito' do povo daqui. É verdade que, atualmente, vive em Curitiba gente de todo o Brasil e muitos estrangeiros também. Além disso, depois de tantos anos de Europa, sou escolada em temperamentos nem sempre muito amigáveis, alterações de humor, respostas diretas demais. Entra num ouvido e sai no outro.
Na verdade, uma das coisas que mais me chocou aqui na cidade foi o trânsito, ou melhor, não o trânsito em si que é até bem organizado com as vias rápidas, o que me choca é o comportamento dos motoristas. Não sei o porquê, mas eu esperava melhor, se o pedestre não tomar cuidado o motorista passa por cima e ainda o manda para a pqp. É horrível, como na maioria das cidades do Brasil. E buzinam, e buzinam, são muito estressados no trânsito. É um desses paradoxos, tirar carteira no Brasil é uma chateação, além de custar um bom dinheiro (não sei se é assim em todo estado, em Minas e no Paraná é um saco!) e depois os motoristas saem dirigindo nesta selvageria. Nos Estados Unidos (lá depende do estado) normalmente é muito fácil, fui lá no lugar onde se tira carteira uma vez, numa tarde fiz todos os exames e saí com minha carteira na mão. Apesar de ter muito mais carros nas ruas, o trânsito é organizado, ninguém ousa passar em alta velocidade na frente de uma escola ou ultrapassar um ônibus escolar... Enfim, defender o que seja dos Estados Unidos é se expor a apedrejamento público, mas o caso é que algumas coisas funcionam. Eu não acho certo essa exigência brasileira de x número de aulas de auto escola para depois jogar no trânsito motoristas que não respeitam pedestres e nem outros motoristas. Algo está errado.
Meu blá blá blá ficou meio confuso....
A conclusão é, até agora tudo vai bem com minha vida em Curitiba. Não existe cidade perfeita, assim como não existe ninguém perfeito.
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Junichiro Tanizaki no RoseLivros - Deux amours cruelles