sábado, 8 de janeiro de 2005

Cadernos do Oriente

Deixo aqui mais dois contos bem curtinhos que traduzi de um autor chinês, Liu Jingshu, não sei muito deste autor, a não ser que viveu durante a dinastia Nan Chao (420-589).

Antes de ir aos contos, reproduzo uma frase retirada da apresentação do livro ´Cuentos extraordinários de la China Medieval´, Antologia del Soushenji:

“Fique sabendo, leitor, se já não o sabe, que esta obra não é nenhuma gota de mar senão um mar em si mesmo. Figura entre os clássicos de uma literatura tão vasta quanto fascinante, notavelmente mais rica que todas as nossas literaturas românicas peninsulares juntas, em treze ou quatorze séculos mais dilatada que elas e, lamentavelmente muito pouco conhecida entre nós: a literatura chinesa.”


Contos:

(1)
O inhame (ou “batata dos montes”, segundo outra denominação) tem uma raiz que é boa tanto para remédios como para simples comida de verão. Os lambriegos a chamam ‘autóctone’. Para desenterrá-la, há que se cavar, com movimentos muito suaves e sem dizer seu nome: do contrário, será impossível. A raiz do inhame se parecerá com a pessoa que o tenha plantado.

(2)
No ano 326, o primeiro do período Xianhe da dinastia Jin, um homem chamado Xu partiu para uma viagem muito longa durante a qual sonhou que dormia com sua mulher; ela ficou grávida e, quando ele regressou, ao final de um ano, já tinha dado à luz uma criança…
E contou-lhe que tinha tido o mesmo sonho que ele.

Liu Jingshu, dinastia Nan Chao (420-589)

2 comentários:

Anônimo disse...

Cuidar dos sonhos??? Que eles nos façam suprir as carências e permitir viver o que a vida nos tira... Ou aquilo do q nós mesmos nos privamos...whatever...

Anônimo disse...

Mama mia! Sera que Freud conheceu esse Jingshu?
Muito interessante.