terça-feira, 28 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Bruxelas
Ja comprei muitos livros, para mim, para a escola, para os amigos. Alguns dos autores, M. Yourcenar, Dino Buzzati, Amoz Oz.
Andei muito, muito e achei que Bruxelas esta meio decadente. Nao a parte turistica, mas o bairro onde mora minha irma (nada turistico), onde mora um amigo que é artista plastico e outros lugares por onde andei por andar, para redescobrir, relembrar.
Ontem fez um calor infernal, hoje esta um pouco chuvoso.
Amanha vou ao museu, hoje à noite vou rever amigos.
Na verdade estou meio preguiçosa hoje, deve dar para ver nestas frases curtas.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
SOUP OPERA Cabeça de Papel
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"Um caldeirão de referências cozidas e servidas pelo Cabeça de Papel Melhor minuto do mês de junho 2009 (Festival do Minuto em 30 Cidades)"
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Artes do meu irmao.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Pireneus
Amanhã vou para Carcassonne, outra cidade medieval, esta eu ja visitei ha muitos anos, de la tomo um voo para Bruxelas (mais barato que o trem) e passo alguns dias com minha irmã.
Vou ficar com saudades de Villefranche e todos esses vilarejos que visitei por aqui. Os pais da minha amiga sao muito gentis e acolhedores, espero que um dia eles possam ir ao Brasil. Nao conhecem nada fora da Europa.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
villefranche de conflent
sexta-feira, 10 de julho de 2009
O poema da sexta-feira
A Ponte Mirabeau
Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena
E os nossos amores
É bom lembrar, vale a oena.
Que a alegria sucede aos dissabores
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
As mãos nas mãos estamos face a face
Enquanto passa
Sob a ponte de nossos braços
A onda lenta de um eterno cansaço
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
O amor se vai como esta água barrenta
O amor se vai
Como a vida é lenta
E como a esperança é violenta
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
Passam-se os dias passam-se as semanas
Nada do que passou
Volta de novo à cena
Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
Tradução de Ferreira Gullar...
Le Pont Mirabeau
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Guillaume Apollinaire, Alcools (1913)
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Vichy
domingo, 5 de julho de 2009
La France
sexta-feira, 3 de julho de 2009
O Poema da sexta-feira
Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me náufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...
Álvaro de Campos
Fernando Pessoa