sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

o poema da sexta-feira

agora ar é ar e coisa é coisa:traço

nenhum da terra celestial seduz
nossos olhos sem ênfase onde luz

a verdade magnífica do espaço.

Montanhas são montanhas;céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece

que é como se o universo uno,sem véus,

total,de nós(somente nós)viesse

- sim;como se, despertas do torpor
do verão,nossas almas mergulhassem

no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor)imortal e a coragem

de receber do tempo o sonho mais profundo

e.e. cummings

Tradução: Augusto de Campos

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