sábado, 27 de março de 2010

Na Islândia as mulheres não estão à venda

[Muito interessante este post que li em Sexismo e Misoginia]

Na Islândia as mulheres não estão à venda e se calhar não é por acaso. Johanna Sigurdardottir[1], uma mulher, é primeira-ministra. Johanna conseguiu proibir no país os clubes de strip que, como facilmente se percebe, na maioria dos casos e das situações, são uma fachada para a prática da prostituição. Com esta medida, a indústria do sexo no país tem de fechar as portas e a Islândia passou a ocupar a posição 4 no ranking de 130 países quanto ao índice da diferença de género (os três primeiros também são países escandinavos).

continua....
...

[Gostei também deste que li no Oriente-se]


O custo de nossa fé na redenção

Contardo Calligaris

GLAUCO MAL me conhecia, mas eu o conhecia bem: ele era presença familiar no meu café da manhã, a cada dia, há muitos anos. Dos personagens que ele inventou, em suas tiras na Folha, quais são meus preferidos? Gosto muito do silencioso Nojinsk, de Zé do Apocalipse e do Casal Neuras, mas Geraldão e Geraldinho são os que mais me tocam, talvez por serem retratos milagrosamente exatos da voracidade que é, hoje, um traço dominante, em todos nós, adultos e crianças. Por sorte, vou poder matar a saudade, pois os dois personagens ganharam coletâneas em livros (LPM e Companhia das Letras, respectivamente).

Continua...

segunda-feira, 22 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

Tempo, contratempo, língua e lógica

Tenho trabalhado muito neste começo de ano, às vezes me pergunto se eu poderia ganhar mais tempo para mim se me organizasse mais, mas a organização do meu tempo, pelo menos neste momento, não depende só de mim. Tomara que mude logo.

Estamos aqui com uma amiga francesa, aquela do sul da França (quase Espanha). Aqui e aqui tem umas fotos da cidade dela, Villefranche de Conflent, estive lá em agosto 2009. É uma região linda, nos Pireneus, adorei a semana que passei lá, gostaria muito de voltar este ano. Hoje eu estava conversando com minha irmã que vive em Bruxelas, Violaine (a francesa) estava por perto e quis saber o que era 'uai'. Olha, é difícil explicar, minha irmã deu a explicação clássica: 'uai é uai, uai!' Minha irmã vive há anos fora do Brasil e nunca deixou o uai de lado.

Violaine está dando aulas aqui na escola, ontem os alunos me chamaram e queriam que eu explicasse a ela o que era 'dar um jeito' e o 'jeitinho brasileiro'....oh lá lá. Eles tinham tentado explicar, mas ela entendeu errado e eles estavam frustrados, ela tinha entendido de forma positiva, dizia 'eu entendi, é controlar uma situação', os alunos 'nãaao, quer dizer é, mas não é'. É muito cultural, difícil de explicar.

E outro dia a Violaine tentando falar português: 'Mas você vai sem migo?' Tem lógica, mas as línguas nem sempre seguem a lógica.

A Violaine me trouxe vários desses posters vintage que eu adoro, um deles este aí do Chat Noir, eu já tinha um, mas em formato diferente. Trouxe também este do Lavabos e outros ainda, cada um mais lindo que o outro.

O canadense que estava aqui foi mesmo embora, acho que ao todo ficou dois meses no Brasil, teria ficado 3, mas estava muito deprimido e ficou mais deprimido ainda longe de casa, dos jogos olímpicos. O pior, coitado, é que caiu num lugar em que quase ninguém entende de esportes, muito menos de competição, ele queria conversar sobre hockey! Imagine. Pelo menos se fosse futebol, não que eu saiba sobre futebol, mas há sempre alguém no Brasil disposto a conversar sobre o assunto, mas hockey....um dia alguém entendeu que ele estava falando de Rock, só para dar uma ideia da gravidade. Enfim, o rapaz não se interessou por viajar, foi só ao Rio e disse que detestou, não se 'sentiu bem'. Eu fui a Vancouver uma ou duas vezes (duas, acho) e adorei a cidade, poderia viver lá tranquilamente, é lindo o lugar, mas eu sempre ia querer outros lugares. É estranho este apego a um lugar, o mais estranho é que nem o pai nem a mãe dele são canadenses de origem, cada um de um país da África, ele vem de uma família muito internacional. Não vou mais tentar encontrar explicação para o comportamento dele, está doente e espero que procure tratamento ao chegar lá. Não considero que ele estava doente por não ter gostado do Brasil, não sou nacionalista, é que ele não estava bem mesmo. Agora se eu receber notícias de que ele melhorou consideravelmente ao chegar lá, vou ter que reconsiderar.

Estou lendo The God Delusion, de Richard Dawkins.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Poema da sexta-feira

Caminhos Sensíveis

Sensível
é a terra por sobre as fontes: nenhuma árvore pode
ser derrubada, nenhuma raiz
arrancada

As fontes podiam
secar

Quantas árvores
derrubadas, quantas raízes
arrancadas

dentro de nós

Reiner Kunze

....

Este eu descobri no Mundo de K.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O poema da sexta-feira

Brooklyn


Lee Harwood


The city isn’t necessary to our elegance

It’s not a matter of going back

to the land

but that kiss on the forehead

The wind is so strong and yet soft

almost tender

At night on the ferry – the lights of passing tugs and

freighters

It is hard, I know, to live without this,

“out of love” as they say.

What can I say? we kiss

with all the need and hope that

comes from this “lack”

You are beautiful the whiteness of your breasts

We have this
...

Brooklyn

A cidade não é necessária para a nossa elegância

Não é uma questão de voltar

para a terra

mas aquele beijo na testa

O vento é tão forte e é ainda macio

quase terno

À noite na balsa – as luzes de rebocadores e cargueiros

que passam

É difícil, eu sei, viver sem isto,

“sem amor” como eles dizem.

Que posso dizer? nós beijamos

com toda a necessidade e esperança que

vem desta “falta”

Você é bonita a brancura dos seus seios

Nós temos isto

tradução: Virna Teixeira
...
obs: Eu já tinha postado este poema antes, mas não tinha encontrado uma tradução dele...agora encontrei e por isso posto de novo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

MEDO E TEMOR

Estou na casa da minha irmã, como não tenho tv em casa tomei um chá aqui e lá no sítio neste fim de semana, assisti de tudo um pouco, BBB, programa de esporte, novela, Jornal, filme (A Guerra dos Rose, revi, claro), de tudo que vi, o mais aproveitável foi um debate com o professor Leandro Karnal na TV Cultura, peguei só um pedaço e agora que estou só em casa (desculpe, com a cadelinha Mel) vim procurar o professor na internet. Achei essa paletra: MEDO E TEMOR, muito muito interessante. Ainda estou escutando, está difícil porque é longa e tenho que esperar, se não der para ouvir tudo agora vou voltar para escutar o todo quando estiver em casa. Até por isso posto aqui, para lembrar a mim mesma e para deixar como dica a quem se interessar pelo assunto. Esse medo de que o professor fala eu conheci bem na infância, minha avó que parecia uma daquelas espanholas católicas diretamente saída de uma obra de Garcia Lorca dizia que se eu não tivesse amor a deus tinha que ter pelo menos temor. Vejam que infância dramática. Eu fui salva pelo ateísmo.
....
A crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou pode trazer medo. A Bíblia fala de dois patriarcas da fé: o Deus de Abraão é próximo e afetuoso; o Deus de Moisés lança raios e punições. Na origem da nossa cultura conhecemos um deus consolador e um deus terrível. Amor ou medo? Qual o principal motivo que leva as pessoas para a religião?

O historiador Leandro Karnal explica como essa natureza dupla da crença se reflete nos dias de hoje. Amor e Temor na experiência religiosa é o tema deste Café Filosófico.