quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Cenas de rua

1-O vendedor de redes parou, jogou as redes no chão e disse: Olha, eu tô cansado dessa rotina, viu? Todo dia uma cidade diferente.

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2-Então, amanhã também tem, é, amanhã vai ser ótimo, você tem que ir. Isso, vai sim. Escuta, você não tem uma ovelhinha pra levar não?

[Ovelhinha???? Acredite, eram duas religiosas conversando....]

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No RoseLivros:

A Presidência Lula - Passos e Tropeços por Aluízio Alves Filho – Revista Achegas

'Point to Point Navigation': luminar desdenhoso ofusca astros por Janet Maslin - The New York Times. Tradução: George El Khouri Andolfato.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Cadê os plural?

Ricardo Freire in: Revista Época, 21 de Fevereiro de 2005.

É só impressão minha, ou está cada vez mais difícil ouvir plurais ortodoxos? Aqueles de antigamente, arrematados com um "s" - plurais tradicionais, quatrocentões? Os plurais agora estão cada vez mais enrustidos, dissumulados, problemáticos. Cada vez menos plurais são assumidos. Os plurais agora precisam ser subentendidos.
Verdade seja dita: não somos os únicos no mundo a ter problemas com a maldita letra "s" no final das palavras. Os franceses, debaixo de toda aquela empáfia, há séculos desistiram de pronunciar o "s" dos plurais. No fracês oral, o plural é indicado pelo artigo, e pronto. Ou seja: eles falam "as mina" e "os mano" desde que foram promovidos de gauleses a guardiães da cultura e da civilização.
Os italianos também não podem com a letra "s" no fim das palvras. Fazem seus plurais em "i" e em "e" dependendo do sexo, ops, do gênero das palavras. Quando a palavra é estrangeira, entretanto, eles simplesmente desistem de falar no plural: decretaram que termos forasteiros são invariáveis, e tudo bem. Una foto, due foto; una caipirinha, quattro caipirinha. Quattro caipirinha? Hic! Zuzu bem!
Os alemães, metódicos que só, reservaram o "s" justamente a esses vocábulos estrangeiros que os italianos permitem que andem por aí sem plural. Com as palavras do seu próprio idioma, no entanto, os alemães são implacáveis. As palavras mais sortudas ganham apenas um "e" no final, mas as outras são flexionadas com requintes de tortura - com "n" (!) ou com "r" (!!), às vezes cem conjunto com um trema (!!!) numa vogal da penúltima sílaba (!!!!), só para infernizar a vida dos alunos do Instituto Goethe ao redor do planeta.
Práticos são os indonésios, que formam plural simplesmente duplicando o singular: gado-gado, padang-padang, ylang-ylang. Pelo menos foi isso que eu li uma vez. (Claro que não chequei a informação. Eu detestaria descobrir que isso não é verdade.) Já pensou se a moda pega aqui, feito aquele pavoroso cigarro de cravo? Um chopps e dois pastel-pastel.
Nem mesmo nossos primos de fala espanhola escapam da síndrome dos comedores de plural. Os andaluzes e praticamente todos os latino-americanos também não são muito chegados a um "s" final. Em vez do "s" ríspido e perigosamente carregado de saliva dos madrilenhos (que chiam quase tanto quanto os portugueses) , eles transformaram o plural num acontecimento sutil, perceptível apenas por ouvidos treinados. Em Sevilha, Buenos Aires ou em Santo Domingo, o "s" vira um "h" aspirado - lah cosah, lah personah, loh pluraleh.
Entre nós, contudo, a mutilação do plural não tem nada a ver com sotaques ou incapacidade de pronuncia fonemas. Aqui em São Paulo, a falta de "s" é um fenômeno sociocultural. Os pobres não falam plural por falta de cultura. Da classe média para cima, deixamos o plural de lado quando há excesso de intimidade. É como se o plural fosse algo opcional, como escolher entre "você" e "senhor". Se a situação exige, você vai lá e aperta a tecla PLURAL. Se a conversa for entre amigos, basta desligar, e os esses desaparecem em algum ponto entre o cérebro e a boca.
O que se deve fazer? Uma grande campanha educativa, com celebridades declarando que é chique falar os plurais? Lançar pagodes e canções sertanejas falando da dor-de-cotovelo causada por não usar "s" no final das palavras? Ou contratar um grupo de artistas alternativos para sair pichando nos muros por aí uma mensagem persuasiva? Tipo assim: OS MANOS E AS MINAS?

domingo, 26 de novembro de 2006

Olhos


Meus olhos e as Moscas volantes

“Moscas Volantes, ou muscae volitantes (Latim: "moscas esvoaçantes"), são fenômenos entópticos caracterizados por formas semelhantes a sombras que aparecem sozinhas ou junto com muitas outras no campo visual do indivíduo. Eles podem ter a forma de pontos, linhas, ou fragmentos de teias de aranhas, que flutuam vagarosamente em frente aos olhos.”
Eu nunca tinha ouvido falar disso na minha vida e eis que, há uma semana eu estava conversando com alguém quando de repente senti a presença de algo no meu campo visual, esfreguei os olhos, eu estava com minhas lentes de contato, poderia ser uma poeirinha, um fio minúsculo, quem usa lente sabe que tudo incomoda. Não saía dali a tal coisa. Tirei as lentes e botei os óculos, os tais pontinhos continuavam ali. Pensei que talvez as lentes tivessem machucado um pouco meu olho, embora eu não estivesse sentindo nada. Decidi esperar até o dia seguinte. Acordei e tudo estava do mesmo jeito. Então decidi que precisava de um oftalmologista. Ele me examinou por bastante tempo e disse que o que eu tinha era um problema no ‘vítreo’ e soltou a palavra ‘teia de aranha’. Ainda vou fazer outros exames, mas vim aqui na internet procurar informações com estes poucos dados de que dispunha. Li tudo o que achei em português e inglês...parece que é isso mesmo que eu tenho, os pontinhos, ou teinhas ou ‘moscas esvoaçantes’. De quebra descobri que o míope tem uma predisposição ao descolamento da retina. Aviso aos navegantes míopes, exame todo ano.

“As moscas volantes estão suspensas no humor vítreo, o fluido viscoso ou gel que preenche o olho.” Curioso o nome, curiosa a coisa. Esse ‘humor vítreo’ eu achei até bonito.

Ao que parece eu vou me acostumar com essa ‘sombrinha’ sempre aqui, logo vou saber mais.

As informações que colei aqui foram retiradas do Wikipedia.
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"O livro "And Tango makes three" é baseado na história real de dois pingüins machos do zoológico do Central Park, em Nova York, que criam um filhote de um ovo fertilizado. As aves fizeram um ninho, chocaram o ovo por 34 dias e formaram uma família com o bebezinho Tango.A história dos pingüins, que já serviu de piada num episódio da série Will and Grace, virou livro infantil, que não foi bem recebido na cidade de Shiloh, nos Estados Unidos. Muitos pais estão aborrecidos com o acesso do livro aos filhos, e com a relutância dos administradores das escolas em restringir sua circulação." (Continua...)
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quinta-feira, 23 de novembro de 2006

[Fraseologia das tragédias gregas]

"...aumentar o número de seus anos é aumentar o número de seus infortúnios."

"O bem mais desejável é inacessível ao homem porque é jamais ter nascido. E o segundo é retornar o mais breve possível para lá de onde se veio."

[Fraseologia das tragédias gregas]

Retirado de cronopios

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

sábado, 18 de novembro de 2006

Bélgica x 2 ?

Artigo de José Ramos, Retirado de Briteiros (Segunda-feira, Outubro 09, 2006)

Os quase três anos que passei na Bélgica serviram-me para passar de um estado de incompreensão sobre as rivalidades comunitárias no país para um estado de incompreensão sobre a existência do próprio país.Dois exemplos para ilustrar o que quero dizer: uma colega americana colocava os sacos do lixo à porta e ninguém os recolhia. Após uma aturada pesquisa descobriu que, como morava numa região flamenga, os sacos do lixo não podiam ter escrito “saco do lixo” em francês. Quando um polícia de origem flamenga me estendeu uma multa de estacionamento escrita em neerlandês, recusei. Acabou por confessar que não sabia escrever francês e pediu-me para que eu redigisse a minha própria multa (!?). Recusei de novo e poupei 250 francos.Como é que o País funciona? Não funciona. Há governos regionais, parlamentos regionais, partidos regionais e quase nada nacional. Duas instituições ainda os vão unindo: o Rei e a selecção de futebol. Só que o Rei tem cada vez menos importância e começa a ser contestado e a equipa de futebol começa a ser um problema porque, só podendo jogar 11 de cada vez, é difícil assegurar a paridade linguística.Ontem houve eleições locais na Bélgica. Como se esperava, a extrema-direita aumentou a votação um pouco por todo o lado na Flandres. Só não conquistou Câmaras porque os outros partidos formaram coligações a que chamam “cordão sanitário”. A extrema-direita belga não é só fascista e xenófoba, é também separatista. Não se sabe por quanto tempo o “cordão sanitário” vai aguentar. Os problemas continuam todos lá e entre histórias de corrupção, manobras politicas e rivalidades regionais, os eleitores vão deslizando para a extrema-direita e, a continuar assim, nas legislativas do próximo ano não há cordão que lhes valha. Isto poderá significar que o próximo País a entrar na UE não será a Croácia ou a Turquia ou até a Ucrânia mas a Bélgica vezes dois. Será, então, interessante ver como é que a UE vai lidar com o assunto e, sobretudo, o que vai fazer com uma Flandres governada pela extrema-direita.Ainda não chegámos lá mas também já estivemos mais longe.Vejamos contudo as coisas pelo lado positivo: pode ser que a selecção portuguesa de futebol possa ter que enfrentar duas selecções fraquinhas em vez de uma mediana.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006


Olá, pessoal! Meu blog ficou tanto tempo abandonado, não vai ser fácil limpar a poeira acumulada...mas já volto. Abraços.

PS: Quanto ao artigo de Emir Sader devo dizer que eu tampouco gostei do artigo dele, o que é estranho não é o artigo, é a sentença. Continuo achando estranha, me desculpem. Por muito menos que isso a Veja e cia saem gritando 'Censura!' 'Censura!' Ok, o artigo de Saber é uma lástima, uma pobreza, interpretou com quis a palavra 'raça', concordo com tudo isso, mas não há nada ali que não tenhamos lido em outros lugares, na coluna daquele cara da Veja que já não leio faz tempo e nunca vi um tal escândalo, ou melhor, uma tal sentença. Honestamente lembra maccartismo.
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A jovem Marguerite Duras e a verdade sobre seu amante e Morte em Veneza no RoseLivros.

domingo, 5 de novembro de 2006

Old Boy


A vantagem de não se viajar em feriado é ver um daqueles filmes que a gente tem na lista e nunca acha tempo...ou vários deles de uma só vez. Eu vi, finalmente, OLD BOY, um filme de 2003. Adorei o filme, mas eu não preciso de muito para gostar de um sobretudo se estiver fazendo um friozinho. Esse OLD BOY é bem maluco, muito mais do que eu imaginava ou do que a sinopse fazia acreditar. Um homem é sequestrado e fica preso e só durante 15 anos...q u i n z e. Um belo dia, quando está quase conseguindo fugir, é libertado sem mais nem menos. Recebe um celular e dinheiro de um mendigo, logo uma chamada lhe propõe um jogo, que ele descubra, por ele mesmo, a razão da sua prisão.
Old Boy é um desses filmes cheio de surpresas, em que é melhor ficar muito atento aos detalhes, o próprio diretor Park Chan-Wook disse que fez um filme para ser visto e revisto. Isso não significa, claro, que não é possível compreender o filme numa vez. é um filme intrigante, com cenas ora bonitas ora muito estranhas, dessas que ficam na nossa cabeça. Ele recebeu o Grand Prix em Cannes em 2004 quando Tarantino presidiu o Juri.


quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Relações perigosas no RoseLivros por Claudinei Vieira Desconcertos

“Relações Perigosas” é um verdadeiro tratado de maquiavelismo pessoal e social. Os personagens principais, o Visconde de Valmont e sua amiga/amante/adversária Marquesa de Merteuil possuem um único propósito na vida: brincar com os sentimentos, a vida e os destinos das pessoas que, por azar, estejam sendo alvo dos seus interesses.”

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Gostei deste texto que li no Digestivo Cultural -
`Eu montei um blog porque gosto de escrever e – isto é difícil admitir – de ser lido. Não sinto aquela compulsão, aquela obrigação quase fisiológica, da qual alguns artistas reclamam. Nem acho, aliás, que estou fazendo alguma coisa muito importante ou que tenho opiniões muito originais. Simplesmente acho legal. Acho divertido ir ao cinema, ler um livro, almoçar num restaurante, viajar, assistir a um jogo de tênis, e depois escrever alguma coisa sobre o assunto`
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Essa que eu achei no Briteiros é ótima: Fátima por procuração
Se você fez promessa de ir a Fátima e agora não se sente em condições de ir é só contratar esse 'pagador de promessas' por 2.500 euros ele fará o caminho por você, está tudo explicado aí no site dele em português, inglês, francês e espanhol.