terça-feira, 30 de setembro de 2008

LOST

Eu me rendi. Nunca tinha assistido na tv, nem sabia direito o que era, não me interessava muito porque odeio ficar presa a séries, novelas...além do mais, hoje em dia não assisto tv. Mas uma aluna falava tanto neste Lost, meu sobrinho também, e uma das professores de francês aqui da escola com quem tenho muita afinidade tomou emprestado a primeira temporada... não parou mais de ver. E aí fui contaminada também.

A série é sem dúvida muito interessante e tem o poder de prender o expectador mais do que qualquer outra coisa do gênero, embora eu não seja especialista em séries americanas. Conheço algumas pessoas que seguem várias, conhecem tudo. Eu vi Weeds que era bem bacana no começo, as últimas temporadas estavam meio exageradas. Assisti um pouco de Angels in America que é muito bom também, Six feet under, The L Word....mas a nenhuma dessas eu fiquei tão presa. Não sou a única, já me disseram que Lost tem mesmo esse efeito.

Agora estou na temporada em que o Rodrigo Santoro aparece, não sei nada do personagem dele ainda.

Vi também alguns episódias de ROMA que um aluno me emprestou.

E continuo a leitura de Wuthering Heights. Foi duro vencer o começo, não que seja chato, o livro é muito bom, claro. Eu leio bastante em inglês, mas este livro é especialmente difícil por causa da época, talvez, e também porque a linguagem usada por alguns dos personagens é muito específica, uma espécie de dialeto. No final do livro tem as transcrições para o inglês padrão, mas ainda assim....
Bom, o comentário da Sônia (abaixo) me deu uma animada e agora já entrei no livro, já estou íntima dos personagens, das situações, do lugar. Agora é só continuar, ainda que lentamente.
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O papagaio do vizinho está falante hoje.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Ensaio Sobre a Cegueira

Fui ver o filme assim que começou no Brasil, não no primeiro dia, no segundo ou terceiro...Tinha muita gente no cinema. Será que continua com muito público? Não tive tempo de ler as notícias nestes últimos dias.
Eu já tinha lido o livro há uns bons anos e estava bastante curiosa com relação ao filme, acompanhei o blog do Fernando Meirelles, as entrevistas com Saramago, o festival de Cannes. Eu gostei do filme, filme e livro são coisas diferentes, é inútil ficar comparando o tempo todo. O livro é mais impressionante na violência, nas sensações ligadas à cegueira, o personagem interpretado por Gael G. Bernal me parece bem pior no livro. No filme há um certo humor, aparentemente criado pelo próprio ator, que abranda a figura. Mas faz realmente muito tempo que li o livro.
O filme vale a pena, o próprio Saramago disse ter gostado muito.
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No mais minha vida tem sido trabalho, alguns episódios de Lost e alguma leitura, O Morro dos Ventos Uivantes que inventei de ler em inglês. Vamos ver no que vai dar.
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"... for what is not connected with her to me? and what does not recall her? I cannot look down to this floor, but her features are shaped in the flags! In every cloud, in every tree—filling the air at night, and caught by glimpses in every object by day—I am surrounded with her image! The most ordinary faces of men and women—my own features—mock me with a resemblance. The entire world is a dreadful collection of memoranda that she did exist, and that I have lost her!"

Wuthering Heights,
Emily Brontë,
Chapter 33 ("I am surrounded with her image!")

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Parece que vai chover...
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Acabei de ler Beleza e tristeza, Kawabata.
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Preciso de óculos novos, vou lá agora escolher. Agora! (É uma ordem)
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And I wish I knew how
It would feel to be free
I wish that I could break
All the chains holding me
I wish I could say
All the things that Id like to say
Say em loud say em clear
(...)
I wish I could be like a bird up in the sky

How sweet it would be
If I found out I could fly

Nina Simone, I wish I knew how it would feel to be free

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um artista do mundo flutuante

Kazuo Ishiguro nasceu no Japão, Nagasaki, em 1954, em 1960 a família se mudou para a Inglaterra. Ele é o autor de Vestígio do dia, suponho que seja seu livro mais conhecido pois deu origem ao filme com Anthony Hopkins, Emma Thompson. Um belo filme, por sinal, quando o vi não conhecia nada do autor do livro, não imaginava que fosse alguém de origem japonesa.

Em Um artista do mundo flutuante o tema é o país natal de Kazuo Ishiguro, os dilemas do país logo após a segunda guerra, a influência ocidental, ou americanização. O Japão saía de um nacionalismo radical, impossível evitar o conflito de gerações. Os mais jovens culpam os mais velhos por tudo o que tiveram que passar, sentem-se enganados. O artista, no caso, é um pintor famoso que acreditou e apoio a onda nacionalista. Alguns japoneses de sua geração encontraram no suicídio uma forma de reparar o engano, Masuji Ono, o velho pintor, prefere viver e rever os seus conceitos. Muita dessa análise é feita através do convívio com o neto de oito anos, por causa da sinceridade própria das crianças, ele faz as perguntas de forma direta, conta o que ouviu em casa, quer saber a razão das coisas, por exemplo, se o avô tinha sido um pintor famoso onde estão agora as suas pinturas? Algumas influências dos americanos também são vistas através do neto. Um dia ele está brincando de Zorro e o avô não entende nada, finalmente a mãe explica que o seu marido pensa que o herói ocidental pode ser uma melhor influência para as crianças japonesas do que Musashi. Acho que isso ilustra bem o início e a importância dessa transformação.

A expressão Mundo flutuante parece ser bastante comum na língua japonesa, designa as ‘coisas impermanentes’, efêmeras. Não sei muito mais sobre ela, talvez a importância seja bem maior que isso, há um estilo de gravura Ukiyo-e que também está relacionado a esta palavra. Se alguém souber mais me ensine, pois achei interessante.

sábado, 6 de setembro de 2008

o guerreiro sem cabeça


A faxineira da escola queria jogar fora um guerreiro chinês que temos aqui, perguntei indignada o porquê e ela disse que é porque ele não tinha cabeça. E não tem mesmo, nas inúmeras mudanças a cabeça dele se separou do corpo, guardamos, tentamos colar e um dia a encontramos dentro da boca do cachorro, tiramos e colocamos em algum lugar para tentar colocar depois, não sei onde anda agora. Assim temos um guerreiro sem cabeça, mas é uma peça que quero guardar, foi um presente, além do mais.

O guerreiro, claro, não é nenhuma obra de arte, é cópia da cópia da cópia....mas, ainda assim fiquei divagando, decerto fosse essa faxineira trabalhar no Louvre ela ia querer jogar fora a Vênus de Milo, a Vitória de Samotrácia...
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Exército americano terá taxa de suicídios recorde em 2008

Folha de São Paulo

da France Presse, em Washington

O Exército americano está prestes a quebrar o recorde de suicídios militares do ano passado, e pela primeira vez desde a guerra do Vietnã pode superar o índice de suicídios civis dos Estados Unidos, informaram funcionários militares nesta quinta-feira.

Ao todo, 93 soldados se suicidaram este ano, quase somando os 115 suicídios de 2007, maior índice anual já registrado pelo Exército.

"Faltando quatro meses para terminar o ano, certamente ultrapassaremos os 115, afirmou o coronel Eddie Stephens, vice-diretor da política de recursos humanos.

Neste ritmo, o Exército superará o índice de suicídios entre a população civil de 19,5% de 2005, último dado compilado pelo centro de Controle de Doenças, segundo os funcionários.

Ainda de acordo com as fontes militares, a última vez que o índice de suicídios do Exército superou o de civis foi no final dos anos 60 e no início dos 70, quando os Estados Unidos estavam em guerra no Vietnã.

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Eu sei que tem gente que pensa que eles deviam mais é se matar mesmo, quem mandou ir para o Iraque em nome de Bush e seus interesses. Eu não penso assim porque, infelizmente na hora H todos temos nossas fraquezas, limitações, burrices, interesses....pode ser chamado de um mundo de coisas. O exército americano seduz, seduz sobretudo os mais pobres e sem perspectivas, alguns são uns coitados que esperam que se alistar pode lhes trazer um futuro diferente. Bom, às vezes traz, mas é um 'diferente' bem mais trágico do que o que eles tinham em mente. O que alguns queriam é poder ir para uma universidade sem ter que pagar aqueles valores exorbitantes, por exemplo. O que encontraram foi uma guerra sem sentido (existe guerra com sentido? Digo, além do econômico?)

Enfim, é fácil julgar, difícil é responder com honestidade o que faríamos no lugar deles.