segunda-feira, 29 de maio de 2006

Les frères Dardenne



Jean-Pierre e Luc, conhecidos como ‘Os irmãos Dardenne’, são os cineastas belgas mais conhecidos no mundo e os mais premiados também, sobretudo em Cannes. Já li notícias de mostras dos filmes deles em São Paulo, mas não ouço falar muito deles no Brasil.
Desde 1978 os dois irmãos faziam documentários, em 1986 fizeram o primeiro filme. Tornaram-se mais famosos quando A PROMESSA, um filme sobre a imigração na Bélgica, ganhou vários prêmios importantes. Depois veio Rosetta pelo qual ganharam a palma de ouro, lançaram uma atriz, Emilie Dequenne que já começou no cinema com um prêmio de melhor atriz pelo desempenho nesse filme. Em 2005 receberam outra palma de ouro por L’Enfant. O cinema dos dois irmãos é mais voltado para as questões sociais e humanas: Desemprego, imigração, dramas íntimos e familiares... Na Bélgica há também bons comediantes, falarei deles em outro post.

Filmografia:


Chant du rossignol (1978)
Lorsque le bateau de Léon M. descendit la Meuse pour la première fois (1979)
Pour que la guerre s'achève, les murs devaient s'écrouter (1980)
R... ne répond plus (1981)
Leçons d'une université volante (1982)
Regard Jonathan/Jean Louvet, son oeuvre (1983)
Il court... il court le monde (1987)
Falsch (1987)
Je pense à vous (I Think Of You) (1992)
La promesse (The Promise) (1996)
Rosetta (1999)
Le fils (The Son) (2002)
L'Enfant (The Child) (2005)

***

O Darfur está a morrer. Leia em Briteiros.

sábado, 27 de maio de 2006

Mini Conto


Margaridas

Chegou com flores para enfeitar a casa. Margaridas. Adorava margaridas. O carro já na garagem era uma surpresa. Caminha pelo longo corredor. A porta do escritório fechada era outro fato inusitado.
Pelo buraco da fechadura vislumbra mãos e nádegas. Dá a volta na casa, espia pela janela. A boca de Maurício, gulosa, engolia uma língua, seus dedos roçavam um pescoço roliço. Outras mãos abriram seu fecho-éclair e acolheram o membro duro. Ela apertou as coxas, sentiu o líquido descer quente, como há muito não sentia. Maurício, disse num suspiro e seu olhar encontrou o do rapaz, reconheceu o aluno de Maurício.

Seu pé vacilou sobre a pedra ao sentir que uma língua lhe lambia as pernas.

Era o cachorro.
***
Logo volto com mais assuntos belgas, cinema desta vez. Por enquanto deixo meu mini-conto.
Ilustração:
Miriam Terlinchamp.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Como perdi 144 minutos da minha semana passada.

Fui ver o filme Brasília 18% e ainda insisti para que duas pessoas fossem comigo, durante o filme eu só pensava ‘Ai, no final eu vou ouvir!’ Dito e feito, quem escolhe o filme é sempre o responsável. E quando você também odeia o filme tem que balançar a cabeça e ouvir as reclamações ou desviar o assunto. ‘Ok, vamos comer uma pizza!’ Afinal tudo termina em pizza mesmo....

É chato chato chato.... Foi duro esperar o final. O Ricceli está parecendo um boneco que tenta um ar existencialista, falando pouco, fingindo ser compenetrado, resignado. Fingindo mesmo e não representando. A Malu Mader está patética como taradinha do Planalto. Cada um mais superficial que o outro. Na verdade, quem desempenha melhor o seu papel é a morta.

Fui ver porque era Nélson Pereira dos Santos, claro, e tenho respeito por ele, como todo mundo, mas algo saiu errado com esse filme. Ou será que foi só pra mim e os que me acompanhavam?

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Ecrivains belges


Já escrevi isso aqui antes, mas vou relembrar, a Bélgica é um dos menores países da Europa com uma extensão territorial de 30.518 km² e três línguas oficiais : o francês, o neerlandês (holandês) e o alemão, muitos falam também o inglês. Nem todo mundo fala as três línguas, mas o neerlandês e o francês são comuns a boa parte da população. A Bélgica existe enquanto nação desde 1830, então, como falar em escritores belgas, pintores belgas antes disso ? Não sei, vou ficar aqui com os modernos para não complicar a minha vida. Aliás, já falei de dois que na minha opinião representam bem : Amélie Nothomb e Simenon e tem gente que já me escreveu dizendo : ‘Pensei que fossem franceses !’ C´est la vie. É assim mesmo, até eu antigamente imaginava que Jacques Brel, por exemplo, fosse francês.

Antes de terminar o assunto dos escritores belgas eu queria falar de Marguerite Yourcenar (1903-1987) que nasceu em Bruxelas, na Avenue Louise (uma das avenidas mais conhecidas e onde fica a Embaixada do Brasil). Ela entretanto, nunca teve a nacionalidade belga, a mãe era belga e o pai francês (se não me engano). Em todo caso a mãe morreu quando Marguerite nasceu e ela foi com o pai viver na França, anos depois foi viver nos Estados Unidos e lá mudou de nacionalidade, passou a ser americana para poder viver com sua companheira no país e voltou a ser francesa, anos depois, para fazer parte da Academia Francesa de Letras. Foi a primeira mulher a pertencer à academia francesa e pertenceu também à academia belga. Bom, é mais ou menos isso, ela é o exemplo de cidadã do mundo, uma pessoa para quem a nacionalidade não tinha importância. Então essa não entra como ‘escritora belga’, mas como curiosidade.

Outros escritores belgas conhecidos são Henri Michaux [A1] (1899-1984) que nasceu em Namur, Maurice Maeterlink que nasceu em Gand em 1862 Pierre Mertens (1939 - ), Jacqueline Harpman que é psicanalista, nasceu em Bruxelas em 1929 e vive ainda ali. Acho que vou pular os escritores flamengos, conheço muito poucos e acho que não são traduzidos. Se alguém quiser acrescentar algum nome importante é só me escrever e facço mais um post.
......

Obs : Ainda como curiosidade, Julio Cortázar também nasceu na Bélgica, mas era argentino e depois obteve também a nacionalidade francesa.

[A1] Michaux foi também pintor.

domingo, 21 de maio de 2006

Portugal

Juro que vejo aí um rosto, tem até umas lágrimas caindo dos olhinhos, mas, claro, é uma parede.
Não me lembro mais em que cidade fiz a foto, só sei que foi em Portugal. Caldas da Rainha, Batalha, Óbidos....?
Foi em outubro 2003.

Mais em Diletante.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

hein?!

Numa lanchonete de rodovia:

Pão com manteiga 0,30
Pão sem manteiga 0,20
Pão com margarina 0,25
Pão sem margarina 0,15

segunda-feira, 15 de maio de 2006

A Guerra Conjugal


Dalton Trevisan

Editora Record – 9a edição 1987

A Guerra Conjugal é uma reunião de trinta contos curtos (não tão curtos quanto os últimos contos ou micro contos de D. Trevisan) em que todos os personagens principais se chamam João e Maria. Todos os joões médios são representados nestas páginas (assim como todas as Marias), é o João que ama a Maria que ama José ou que não ama ninguém, mas se casa assim mesmo por dinheiro ou estabilidade. É o João que se casa com Maria mas ama o Pedro e não pode aceitar. É a maria que se casa com João só para humilhá-lo, é o João impotente que faz a Maria pagar pela sua incapacidade externando a violência...Joões bons demais, capazes de reinterpretar os chifres, perdoar e perdoar de novo até ser escorraçado por ser tão pamonha; Joões maus, sádicos, ciumentos, exigentes, capazes de aniquilar as suas marias. Enfim, todos os joões e Marias representados com um humor ácido, sarcasmo, uma ironia que já começa nos próprios títulos: Grávida porém virgem, Tentações de uma pobre senhora, Agonias de virgem, etc.

Dalton Trevisan é considerado o mestre do conto no Brasil, o conto seco, com o mínimo de adjetivos. Dizer o máximo com um mínimo de palavras parece ser o seu objetivo. E diz. Transforma o banal, ou melhor, retrata o banal com grande eficiência.

Dalton Trevisan nasceu e vive em Curitiba, é autor de A Polaquinha, Cemitério de elefantes, O Vampiro de Curitiba e outros.
Este livro aí eu comprei no sebo, uma edição antiga, espero que tenha sido reeditado.
Resenha publicada no LeiaLivro, visitem.
......
Logo volto com mais 'belguices'.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Escritores belgas: Amélie Nothomb



Amélie Nothomb

Amélie Nothomb é a escritora belga mais popular neste momento. Ela não nasceu na Bélgica mas no Japão, em Kobe. Em um de seus livros ela diz que até certa idade acreditava piamente que fosse japonesa. O pai, também escritor, era diplomata e estava, durante a infância de Amélie trabalhando na Ásia. Ela e os irmãos foram criados em diferentes países, Japão, China, Birmânia e ainda outros países fora da Ásia, morou um período em Nova Iorque. Como outros filhos de expatriados, ela estudou em escolas internacionais, estando, por este lado, sempre ligada à Europa.

Amélie nasceu em 13 de agosto de 1967, como podem ver na foto é uma mulher bonita e tem um humor negro, um jeito de falar de sua vida e experiências na Ásia que cativa.

Li muitos dos seus livros, de alguns gostei bastante e outros menos. Os meus preferidos são, justamente, os que falam do período asiático. Um destes livros foi transformado em filme, um bom filme, mas nunca ouvi falar dele no Brasil, chama-se Stupeur et tremblements (o livro recebeu o Grand prix du roman de l'Académie française em 1999) e foi traduzido para o português como Medo e Submissão (clique no título para ler a sinopse). Este é um dos meus preferidos e merece um post à parte. A. Nothomb fala perfeitamente o japonês e neste livro que é autobiográfico ela narra a experiência como intérprete numa empresa em Tóquio, quando tinha 22 anos. Uma experiência no mínimo humilhante, tratada com humor negro e sinceridade.

Amélie Nothomb lançou seu primeiro livro em 1992, Hygiène de l'assassin e tornou-se um fenômeno literário, como sempre, há quem goste e quem não goste. Alguns acham que é ‘livro de verão’, desses que a gente leva para a praia, lê ali e pronto, ou seja, entretenimento. Eu não quero julgar, dei boas risadas com alguns, um ou outro achei meio chatinho, sobretudo um que é meio metido a Ficção científica e repleto de diálogos (que vergonha, não estou conseguindo me lembrar do título). Gostei muito de Le sabotage Amoureux que trata do período chinês, quando, aos sete anos a pequena Amélie descobre o amor pela colega de escola (a escola dos europeus), Elena, ‘uma italiana superior e etérea’. A pobre Amélie sofre horrores, mas o leitor ri muito. É a visão de mundo, da China e do amor por uma garota de sete anos.

Bom, isso é só para dar uma pequena idéia sobre ‘a escritora belga do momento’. Vou tentar resenhar os livros dela que li. Para quem arrisca ler em francês pode mergulhar tranqüilo, não são difíceis. Palavra de professora.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Chimay

Logo volto com mais escritores belgas....tempo tempo tempo.
Fiquem com mais essa cervejinha belga. Coloquei a foto porque gosto do rótulo. Gosto mais dos frascos do que do conteúdo.

Abraços
Leila

terça-feira, 2 de maio de 2006

Ecrivains belges: Simenon


Difícil falar de 'Escritores Belgas'. Não é uma desculpa, é assim mesmo. Primeiro é preciso dividi-los em dois grupos: os escritores belgas francófonos e os escritores belgas neerlandófonos. Cada grupo linguístico possui sua própria literatura. Da segunda, os neerlandófonos, ou seja, os flamengos, não conheço quase nada.

Escritores belgas francófonos:

O escritor belga francófono mais célebre no mundo é Simenon (1903-1989), o criador do inspetor Maigret. Georges Simenon nasceu em Liège e começou cedo a publicar, com apenas dezessete anos. Foi um escritor extremamente produtivo, dizem que em 15 dias ele era capaz de escrever uma novela. Claro, era considerado pela crítica um escritor menor, um sucesso comercial. É verdade que boa parte da sua obra foi escrita com o intuito de fazer dinheiro, mas nem toda e o escritor vem sendo reconceituado agora. Viveu em diferentes lugares, Liège, Paris e em alguma cidade da Suíça, muitas de suas obras foram adaptadas para o cinema.
Simenon tem uma biografia das mais conturbadas, quem se interessar em saber mais sobre assunto pode conferir (em português) aqui e aqui. Simenon já foi acusado, inclusive por alguém da própria família, de ter colaborado com os alemães durante a Segunda Guerra. Não sei se isso tem fundamento ou não, tenho amigos de Liège mesmo que levam isso a sério e detestam a pessoa Simenon. Não é para desculpá-lo, evidentemente, mas não terá sido o único escritor a fazê-lo. O escritor francês Louis-Ferdinand Céline tem um passado muito mais sujo, era abertamente anti-semita e colaborou com os nazistas ou ainda o escritor americano Ezra Pound. É duro para quem gosta tanto de literatura aceitar que escritores brilhantes como Céline, Ezra Pound e outros tenham tomado essas posições, mas c´est la vie!
Opinião de outro escritor:

“Ele é o maior de todos… o mais verdadeiro romancista que tivemos na literatura.”
André Gide.
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Vou escrever outro post sobre os escritores belgas francófonos para que este não fique muito longo e chato e depois vou falar o que puder sobre os escritores flamengos que conheço tão pouco.

segunda-feira, 1 de maio de 2006

V for Vendetta

O meu filme da semana foi V de Vingança baseado e HQ de Allan Moore com essa atriz linda, Natalie Portman no papel de Evey Hammond e o australiano Hugo Weaving(de Matrix, Priscilla, a Rainha do deserto) no papel de V, a cara dele não vemos, está sempre atrás da máscara. Adorei o filme.

A trilha sonora é também ótima, Cry me a river com Julie London, Beethoven, Garota de Ipanema se não estou louca, etc....
Bem, a história muita gente já conhece, passa-se em Londres, num futuro qualquer com ditadores estilo Big Brother, controle do estado, num resuminho medíocre de quem está sem tempo agora. De qualquer modo o melhor mesmo é ver o filme.