Acabei de ler sábado de manhã (é, acordei cedo), antes de ir trabalhar, A Viagem do Elefante. Eu sei, eu sei que já saiu outro livro do Saramago, mas livro não é como moda, eu posso seguir meio de longe (isso não quer dizer que eu siga a moda de perto). Enfim, gostei bastante do livro, do humor, sobretudo que, segundo Saramago é "o instrumento de comunicação mais direto com o leitor (...)".
Trecho do livro:
"O certo é que o sol, como uma imensa vassoura luminosa, rompeu de repente o nevoeiro e empurrou-o para longe. A paisagem fez-se visível no que sempre havia sido, pedras, árvores, barrancos, montanhas. Os três homens já não estão aqui. O cornaca abre a boca para falar, mas torna a fechá-la. O maníaco dos barritos começou a perder consistência e volume, a encolher-se, tornou-se meio redondo, transparente como uma bola de sabão, se é que os péssimos sabões que se fabricam neste tempo são capazes de formar aquele maravilhas cristalinas que alguém teve o génio de inventar, e de repente desapareceu da vista. Fez plof e sumiu-se. Há onomatopeias providenciais. Imagine-se que tínhamos de descrever o processo de sumição do sujeito com todos os pormenores. Seriam precisas, pelo menos, dez páginas. Plof."
Ando com preguiça de falar dos livros que leio, quem me acompanha há algum tempo sabe que antes eu adorava resenhar. Não sei o que deu em mim, se é preguiça mesmo, se é falta de tempo...Sim, antes eu tinha muito mais tempo e era bom poder terminar um livro e ficar ali pensando nele, lendo sobre ele e depois escrevendo sobre. Infelizmente isso não colocava o pão na minha mesa (e eu como muito pão). Não colocava pão, mas até que algumas resenhas me renderam bons livros, talvez eu esteja reclamando de barriga cheia. Estou falando daquele site da secretaria de cultura de São Paulo, se não me engano, o Leia Livro, eu enviava uma resenha, a resenha era lida num programa de rádio e eu ganhava um livro como recompensa, livros bons, muito bons. Acho que o projeto foi pro beleléu assim como o tempo que eu tinha para essas coisas inúteis e boas.
Então, o que posso dizer agora é que o livro do Saramago é bom e é curto, sim, Borges já falava da vantagem de narrativas curtas (não consigo me lembrar da frase para citar aqui). Eu penso duas vezes antes de atacar um calhamaço, a não ser Os Irmãos Karamázov, Musashi, As Irmãs Makioka....coisas assim, clássicos.
E no sábado à noite fomos ver o filme Julie e Julia, confesso que só fui vê-lo porque tinha a Meryl Streep no elenco, não conhecia nada da Julia Child, personagem do fime, mas uma professora americana (com quem fui ao cinema) me disse que não existe americano que não a conheça, ela apresentou um programa de cozinha divertídissimo por muitos e muitos anos, uns 30, se não me engano. Quando morei lá já não existia, acho que Julia Child morreu em 2002.
Veja o trailer :
...
Um comentário:
Não li quase nada do Saramago, gosto de livros secos- ele escreve muito, mas sabê-se que é dos melhores, né? gosto do que anda dizendo por ai sobre Igreja :)
Vc faz mt boas resenhas- eu não tenho paciência de sentar depois reler trechos, pensar- tt coisa a gente tem p fazer... mas se vc ganhava livros, deveria continuar mandando p jornais- quem sabe pinta um espaço?
Uma dica: qd postar o vídeo do youtube, vc pode diminuir, onde está altura e largura vc diminue, assim não toma o espaço à direita de seu blog- eu sofri, mas aprendi na marra isto- tentando, diminuo 100 em cada um altura e largura, dá certo, quem quiser ver maior clica 2 x q abre o youtube
bjs, aqui tudo como antes, até... eu ficar mais dura, né? Laura
Postar um comentário