Acabei de ler, já faz alguns dias, o segundo volume de Les Mandarins. É um desses livros que estava nos meus planos há alguns anos e levei bem menos tempo do que pensava para a leitura dos dois volumes, cada um com mais ou menos 500 páginas nessa edição de bolso que comprei aqui mesmo em Curitiba, na FNAC. Não me lembro mais quanto paguei, mas não foi caro.
Eu já disse antes que tenho preguiça de encarar romances muito longos, é que adoro contos, narrativas curtas. Assim que fechei Os Mandarins peguei um livro do D. Trevisan (falando em narrativas curtas, taí!), O Vampiro de Curitiba, por incrível que pareça eu nunca tinha lido este livro e li muito Dalton Trevisan na vida, muito muito antes de pensar em viver em Curitiba algum dia. A Curitiba que eu conhecia até algum tempo atrás era a dele.
Voltando à Beauvoir. O livro começa logo depois do final da segunda guerra, mostra a euforia inicial, a alegria do recomeço, mas também a dor e o desespero de alguns personagens por terem perdido pessoas queridas, Nadine, por exemplo perde o namorado judeu, outro personagem perde a namorada também judia e ainda desconfia que o próprio pai pode tê-la entregado aos alemães. O universo é o intelectual, escritores, comunistas, jornalistas, pessoas que trabalharam juntas na resistência. Aprende-se bastante sobre a época com madame Beauvoir. Esse era o universo dela e de Sartre, na verdade. Há muito de auto-biográfico aqui.
Há uma parte em que Anne, uma das personagens principais, está viajando pela América Central com seu amante amante americano, num dado momento ela diz: Eles parecem felizes, estes índios. E Lewis, o amante americano, dá de ombros e responde: "É fácil dizer isso, quando a gente passeia por Little Italy numa bela tarde ensolarada, as pessoas também parecem felizes". Ela termina concordando com ele, percebe que seu olhar foi superficial. Eu achei interessante porque quando estamos viajando às vezes fazemos mesmo isso, julgamos muito rápido, pelo nosso humor ou baseado no nosso modo de vida.
Honestamente não sei se entendo o que é o amor para os franceses. Quando este casal, Lewis e Anne (não se esquecer que Simone de Beauvoir também teve um amante americano, voilà, autobiografíssimo), enfim, quando a relação está chegando ao fim, Lewis diz que não a ama mais, ela diz: "Lewis, não sei se eu deixarei te amar, mas sei que toda a minha vida você estará no meu coração." Enfim, acho que ela quer dizer, 'eu deixarei de estar apaixonada', sei lá. Será que eu complico demais ou são os franceses?
...
E, marco histórico na vida desta leitora, comecei a ler Os Irmãos Karamazov, escolhi a tradução da Editora 34, li que está bem melhor que as edições anteriores. O livro é bom desde as primeiras páginas. Se pudesse não faria nada por esses dias a não ser ler este livro, só pararia para um ou outro café.
2 comentários:
leu em francês, leila? que delícia!
ulalá
vc é demais.
Irmãos karamasov puxa eu li qdo era tão mocinha que tenha vagas lembranças, ou não li todo... anna karenina li tb mocinha, gde volume, adoro os russos desde aquela época.
Eu não sei se teria ânimo p. ler a simone... e eu entendo a frase dela assim supondo que seja auto biográfico: ela não poderá amá-lo como gostaria(tinha o outro- sartre), inteira, viviam em países distantes...então segue a vida com ele no coração.
Eu tive um amor proibido, anos, e era assim, nunca deixei de amá-lo- ele morreu no ano passdo e eu choro sempre de tristeza, mas me enamorei pel meu ex marido e por outros- para seguir vivendo. Mas ele sabia que estava no meu coração, ainda está, e umdia me disse, pouco antes de morrer, que eu estava na memória dele- qdo eu disse: vc estará sempre no meu coração.
Ai, fiquei triste.
É uma bela história de amor impossível, ou possível daquela forma.
LLi o vampiro mocinha tb.
ano passado li um dele cheio de sexo uauuuuuuuu
não curti
é super erótico, muito, mais eu achei que não precisava tanto- e vc sabe que eu gosto
chama-se acho: as meninas, ou coisa parecida, nem comprei, li na livraria, são hist. curtas.
Eu nãoamaria Sartre, não vou com a cara dele :) e ele a menosprezava, li várias historinhas.
qdo esteve no Br...e outras, vi um filme.
A F Sagan não se refera à Simone NENHUMA vez no livro aquele que eu li, fala em sartre velhinho, quase cego, dos encontros dela com ele p jantar, mas nada sobre simone- é ostensivo, eu achei.
E ai não postou lá no Nassif,só quer ler:) qdo postar me avise que dou uma força.
Vontade de voltar à Paris... se não tivesse os filhos, eu iria, tenho agora um amigo lá tb, além da amiga- do casal, ele me convidou, mas a grana e os meninos...
as passagens irão baixar, vc leu?
bj querida, Laura
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