sexta-feira, 31 de outubro de 2008
O poema da sexta-feira
Cecília Meireles (1901 - 1964)
Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
ontem e hoje
Virou moda sequestrar a namorada? Que ridículo, o que o povo não é capaz de fazer para aparecer na tv, não? Eu não vi nada disso na tv, vi na internet mesmo, mas acho que quando fazem isso os rapazes estão pensando na tv. Mesmo na internet não leio mais esse tipo de notícia, mas apareceu mais umas duas manchetes na Folha online. Que cansativo!
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Vi no Café Impresso. 'Gabeira ou o que a Política pode ser'. Não é novo, mas eu ainda não tinha visto este vídeo. A democracia às vezes tem um gosto bem amargo.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Han Yu
poeta chinês do século VIII, Han Yu (768-824)
Han Yu wrote in the Mid-Tang period. He was a prominent intellectual figure of the time, active in prose writing, literary sponsorship and the promotion of Confucianism as well as himself writing poetry. Many of his poems are innovative in both content and language.
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imagem: Dreaming of Immortality in a Thatched Covering - T'ang Yin
domingo, 26 de outubro de 2008
O Morro dos Ventos Uivantes
Enfim, pode ser uma opinião pessoal. O livro é grandioso, entretanto, não dá para resumir e nem quero. O único livro de Emily Brontë, uma das famosas irmãs que morreu antes dos 30, sem saber, claro, que o livro seria um fenômeno.
Um pequeno trecho:
domingo, 19 de outubro de 2008
Mas não sei a razão do cansaço desta semana, sabe quando a gente já se levanta morta, se arrastando. Não estou gripada ou resfriada, raramente tenho problemas de resfriado.
Hoje minha irmã faz 40 anos e está lá em Minas, escondida no sítio. Talvez eu não consiga falar com ela durante o dia porque os telefones do sítio não estavam funcionando até outro dia. Chuva demais ou chuva de menos ou poeira....tudo serve para que não funcionem. Devo explicar a meu pai em que século estamos?
Sônia, ainda não terminei a leitura de Wuthering Heights, mas estou quase lá e estou adorando o livro. Só não terminei ainda por causa desta semana enrolada, dediquei bem menos tempo do que gostaria à leitura (na verdade eu sempre digo isso). Devo terminar hoje ou amanhã.
Agora de manhã li o jornal. Sempre fui péssima leitora de jornais, não gosto do cheiro, não gosto do formato, raramente gosto do conteúdo. Prefiro mil vezes ler as notícias na Internet. Quando leio jornais levo mais ou menos 5 minutos, desmembro o jornal inteiro, separo tudo o que é Esporte, Finanças, Imóveis, Social sei lá o quê...sobra muito pouco, pouquíssimo, a Ilustrada ou, no caso do jornal que tenho aqui, Caderno G. Chegando aí ainda não leio tudo. Hoje tem, por exemplo, uma matéria bem curta sobre Virginia Woolf, estão reeditando toda a sua obra no Brasil, é o que dizem. Inclusive vão reeditar a biografia dela escrita pelo sobrinho Quentin Bell. Já falei desta biografia aqui antes, eu nem sabia que ela já tinha sido traduzida para o português.
E voilà, vamos viver nosso domingo.
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Imagem: Carolina Morning, Eduard Hopper.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Sylvia Plath
I can taste the tin of the sky --- the real tin thing.
Winter dawn is the color of metal,
The trees stiffen into place like burnt nerves.
All night I have dreamed of destruction, annihilations ---
An assembly-line of cut throats, and you and I
Inching off in the gray Chevrolet, drinking the green
Poison of stilled lawns, the little clapboard gravestones,
Noiseless, on rubber wheels, on the way to the sea resort.
How the balconies echoed! How the sun lit up
The skulls, the unbuckled bones facing the view!
Space! Space! The bed linen was giving out entirely.
Cot legs melted in terrible attitudes, and the nurses ---
Each nurse patched her soul to a wound and disappeared.
The deathly guests had not been satisfied
With the rooms, or the smiles, or the beautiful rubber plants,
Or the sea, Hushing their peeled sense like Old Mother Morphia.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Guillaume Depardieu est mort
Há poucos dias vi um filme com ele, foi em DVD, Aime ton ton père. O pai é representado, justamente, por Gérard Depardieu e os dois brigam o filme inteiro porque o filho sente que sempre foi deixado de lado, ignorado. O pai é um escritor consagrado que vai receber o Nobel, o filho escolhe essa ocasião para 'conversar' com o pai que não está interessado em rediscutir o passado. Deve ter sido duro para ele fazer este filme, para os dois, talvez. Eu não gostei taaaanto assim do filme, mas vale a pena ver, sobretudo se você for estudante de francês ou professor ou tiver qualquer interesse pela língua.
Se quiser ler um pouco sobre Guillaume Depardieu em francês é só clicar aqui.
domingo, 12 de outubro de 2008
3 de dezembro de 1857 - 3 de agosto de 1924
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Tempo bom em Curitiba, finalmente. Agora à noite está fazendo 17º. Uau! Dentro de alguns dias vamos receber algumas visitas da Bélgica...imagina a gafe, receber europeu no Brasil com a mala cheia de shorts e camisetas e aquele tempo miserável. Não, que continue assim, pelo menos em torno dos 20° s'il vous plaît.
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E continuamos com as nossas temporadas de Lost.
E continuo a dar aulas de francês.
E deve fazer uns 50 anos que não vejo Fantástico, Faustão ainda existe? Espero que não.
E....vou ler, falando em falta de tempo. Agora é tempo.
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sábado, 11 de outubro de 2008
Declarações antiamericanistas desacreditam Nobel
EDUARDO SIMÕES
As declarações infelizes do secretário e porta-voz da Academia Sueca, Horace Engdahl, nas últimas semanas, têm causado polêmica no meio cultural internacional e colaborado para desacreditar o Nobel, mais célebre prêmio literário do mundo --pelo menos até hoje.
Anteontem, quando foi anunciado que o galardão seria concedido ao francês J.M.G. Le Clézio (pronuncia-se lê clêziô), Engdahl justificou o prêmio pelo fato de o escritor ter como tema outras civilizações e modos de vida além do ocidental.
Michel Euler/AP
O vencedor do Nobel de literatura Le Clézio fala a imprensa nesta quinta-feira (9), em Paris
Até aí, aparentemente, tudo bem. Só que a declaração apenas veio reforçar a deliberada política do Nobel de não premiar autores norte-americanos nos últimos tempos.
Os argumentos do secretário são que a Europa está no centro do mundo literário, que é o único lugar que dá tranqüilidade a um escritor para trabalhar sem ser "massacrado" e que os EUA são um país isolado do diálogo internacional, por não traduzirem a produção de outros países e não se distanciarem da cultura de massas.
Ou seja, à reincidência de erros históricos --como não ter premiado Jorge Luis Borges e privilegiado autores obscuros-- a Academia Sueca acrescenta um preconceito ideológico a suas escolhas e põe em risco a legitimidade e o reconhecimento do prêmio Nobel.
O diretor da revista norte-americana "New Yorker" foi o primeiro a soltar o verbo contra Engdahl, dizendo que a obra de autores como seus compatriotas Philip Roth e John Updike não são afetadas "pelos efeitos devastadores da Coca-Cola".
Em entrevista à Folha, Remnick acrescentou que as colocações de Engdahl mostram ignorância com relação ao cenário de seu país. "Sua análise é banal e presunçosa."
O jornalista afirma que sempre houve dúvidas quanto ao Nobel. "A lista de omissões é muitas vezes mais contundente do que a de premiados."
E diz ainda que, entre os que já deveriam ter sido premiados, estão os acima mencionados Roth, Updike, e ainda os também norte-americanos Don DeLillo e Thomas Pynchon, o britânico Ian McEwan e o peruano Mario Vargas Llosa.
Antiamericanismo
Para o crítico da Folha Manuel da Costa Pinto, o Nobel nunca deixou de ter tom político, "a diferença é que agora está mais evidente o antiamericanismo vigente na Europa".
O colunista do diário britânico "The Guardian" Mark Lawson, em artigo publicado ontem, escreveu que a escolha de Le Clézio reforça a suspeita de que o comitê responsável pelo Nobel está resistindo a reconhecer a literatura norte-americana. Para ele, críticos dos dois lados do Atlântico considerariam os EUA como a atual "superpotência literária".
Lawson também comenta o que chama de "excêntrica leitura" da produção contemporânea dos EUA, por parte da Academia Sueca: o fato de que apenas Saul Bellow e Toni Morrison foram premiados nos últimos 32 anos. "É impossível negar que as decisões têm direcionamento político."
O diretor da fundação que concede o National Book Award, um dos mais importantes prêmios literários dos EUA, Harold Augenbraum, considera que a opção da Academia de "fazer uma avaliação estética baseada no que parece ser um julgamento político é errado".
Augenbraum considera uma ironia o fato de que Le Clézio seja conhecido por seu trabalho que aborda diversas perspectivas da cultura, sendo que esse tipo de literatura tornou-se um marco da produção norte-americana. "Veja a obra de Junot Díaz [de origem dominicana], Jhumpa Lahiri [indiana] e Aleksandar Hemon [bósnio], todos imigrantes nos EUA que escrevem em inglês, mas não tiraram seus países de origem de seu consciente."
Raphaëlle Rérolle, editora-adjunta do "Monde des Livres", suplemento literário do jornal francês "Le Monde", crê que uma parte interessante da literatura americana não fala somente dos EUA, mas de toda a humanidade, caso das obras de Roth e Norman Rush. "Há também escritores que falaram unicamente de seu cantinho nos EUA, como Faulkner, mas que são maravilhosos."
Tradução
Com relação à insuficiência de traduções, uma das razões apontadas por Engdhal para o distanciamento dos EUA do debate literário, Esther Allen, diretora do fundo de tradução do Pen Club (associação mundial de escritores), em Nova York, diz que, de certo modo, ele está certo, mas que há uma grande preocupação com o tema. Segundo ela, editores e festivais têm se dedicado a promover literatura traduzida. "Ele pode ter feito um enorme favor a todos que trabalhamos com isso, ao chamar a atenção do mundo para o assunto."
Rérolle concorda com Allen. "As críticas ao sistema editorial americano até são válidas." Mas acrescenta: "É injusto que recaiam sobre os autores. Não é um ponto de vista eurocêntrico, mas antiamericanista".
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Missão Impossível
-Você tem algum livro pra me indicar?
-Claro, em francês?
-É, preciso ficar em contato, aumentar meu vocabulário.
-Sim, a leitura ajuda muito. O que você gosta de ler, só para eu ter uma idéia
-.......hum.....heee.....Nada chato, por favor, fui tentar ler um livro em francês e, era muito estranho...prefiro uma coisa assim mais divertida, menos pesada...
-Você gosta de literatura?
-Não gosto muito não, para ser honesta. Prefiro ficção.
(????????????????????????????????????????#*#***#???? raios me partam !) (Aqui eu respiro fundo, concentro, olho para os livros).
-Uma biografia, quem sabe? Você gosta de biografias?
-É, talvez.
-Tem essa aqui da Camille Claudel. Você conhece a Camille Claudel?
-Não.
-Uma artista francesa, escultora, irmã de Paul Claudel, foi amante de Rodin (sei lá, vale tudo, vamos apimentar). E há também o filme sobre a vida dela....qualquer coisa...(Caso seja muito doloroso ler o livro até o final troque pelo filme) ou tem também esse aqui, é a biografia de uma feminista francesa...
- Ah, não, feminista não, vou tentar este da escultora.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Prêmio Nobel de Literatura 2008
- Lê procès-verbal (1963)- La fièvre (1965)- Terra Amata (1967)- Lullaby (1970)- La guerre (1970)- Voyages de l'autre cote (1975)- Lês prophéties du Chilam Balam (1976)- L'inconny sur la terre (1978) - Mondo et autres histoires (1978)- Désert (1980) - Relation de Michoacan (1984)- Le chercheur d'or (1985)- Voyage à Rodrigues (1986)- Le rêve mexicain ou la pensée interrompue (1988)- Printemps et autres saisons (1989)- Onitsha (1991)- Etoile errante (1992)- La quarantaine (1995)- Diego et Frida 1985- Poisson d'or (1996)- Révolutions (2003)- L'Africain (2004)- Ourania (Urania), 2006- Ballaciner (2007)- Ritournelle de la faim (2008)
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
NOBEL DE LITERATURA
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Na foto D. Lessing, último Nobel de Literatura.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
"Se Obama perder será pela cor da sua pele", diz escritor americano Paul Auster
O escritor percebe os EUA como "um país dividido, que disputa uma guerra civil sem balas, mas com palavras e com idéias neste momento. Isto deixa pouca base comum, até o ponto de parecer que há dois ou inclusive mais países".
Auster considera difícil poder conversar com os 44% dos americanos que não acreditam na teoria da evolução de Darwin e que ainda crêem que o mundo foi criado em seis dias.
"Caso extrapolemos este caso em outros 500 temas que nos afetam, é claro que não conseguiremos nos comunicar", declarou.
domingo, 5 de outubro de 2008
A guerra das palavras
Pais pressionaram direção de colégio a demitir professor -”disseram-me que havia um parecer de psicólogos e juristas condenando a combinação de professor e escritor”, afirma; instituição não se manifesta
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
A escola moderna, construtivista, mensalidade de R$ 1.161, unidades na Barra da Tijuca e no aristocrático bairro da Gávea, que funciona sob o lema “Uma escola que estimula a expansão cultural”, demitiu.
Formado em letras pela Pontifícia Universidade Católica, o professor Teixeira obteve o título de mestre na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com a dissertação “Erotismo e Gramática, Índices da Defloração - Uma Leitura de Manoel de Barros”, de 1992.
Há quatro anos, prepara seu doutorado na Universidade Federal Fluminense sobre o poeta, escritor e dramaturgo italiano Pietro Aretino (1492-1556).
“Diverti-me escrevendo os sonetos que podeis ver. A indecente memória deles, eu a dedico a todos os hipócritas, pois não tenho mais paciência para as suas mesquinhas censuras, para o seu sujo costume de dizer aos olhos que não podem ver o que mais os deleita.”
O texto é de Aretino. Refere-se aos “Sonetos Luxuriosos”, escritos em linguagem explícita a partir de 16 gravuras eróticas de Giulio Romano, discípulo de Rafael Sanzio, um dos maiores mestres em pintura e arquitetura, contemporâneo de Michelangelo e Da Vinci.
Aretino e Giulio Romano nasceram no ano da descoberta da América, durante o Renascimento das carnes e dos sentidos. Juntos, elaboraram uma obra-prima do despudor.
“Ousei criar poemas à moda de Aretino”, justifica o professor em tempos politicamente corretos.
Autor de quatro livros publicados pela 7 Letras -”Desestudos” (2000), “Minimalhas do Alheio” (2002), “Lucidez do Oco” (2004) e “Cosmologia do Impreciso” (2008)-, Teixeira mantém um blog (http:// osmarti.blogspot.com).
“a alice no país das baboseiras/ é uma garota esperta// prefere foder com a coleguinha/ usar celular/ batom// cortar as cabeças/ dos mendigos.” O poema figura na “Cosmologia do Impreciso”.
Fogueira ardendo
Foi na preparação da Semana Literária da Escola Parque (realizada em maio) que a fogueira do professor começou a arder. “A coordenação me pediu que fosse às salas de aula do 7º e do 8º anos para divulgar o meu processo de escrita e o blog. Contei como eu criava, falei de minha paixão pela literatura, tentei mostrar que inclui saber ler as estrelas no céu, os passos até a banca de jornal.”
Na mesma semana, os garotos deram um “google” e descobriram o blog do professor na internet. Escândalo.
Pais foram até a coordenação pedagógica reclamar do que consideravam ser um conteúdo inadequado, pornográfico, obsceno. O professor foi chamado a se explicar: “Eu disse que não via problema nenhum, que a literatura erótica é tão antiga quanto a própria literatura.”
A lista de livros sugeridos neste ano para os alunos do primeiro ano do ensino fundamental da Escola Parque inclui “Poemas para Brincar” e “Olha o Bicho”, de José Paulo Paes (1926-98). Um “google” no nome do poeta e vem “Fodamos, meu amor, fodamos presto. Pois foi para foder que se nasceu…”. É a tradução dos “Sonetos Luxuriosos” de Aretino, que Paes providenciou -a primeira feita para o português.
Na biblioteca da Escola Parque, pode-se ler o livro “Belo Belo e Outros Poemas” de Manuel Bandeira (1886-1968), o mesmo autor de “A Cópula” -só vendo.
A luta da poesia
Na Feira do Livro, edição de 2002 da Escola Parque, os alunos prestaram homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, cujo centenário era comemorado naquele ano.
“A língua lambe as pétalas vermelhas da rosa pluriaberta; a língua lavra certo oculto botão, e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos. E lambe, lambilonga, lambilenta, a licorina gruta cabeluda, e, quanto mais lambente, mais ativa, atinge o céu do céu, entre gemidos, entre gritos, balidos e rugidos de leões na floresta, enfurecidos.”
No início de setembro, o professor Teixeira foi chamado para uma reunião no Instituto Moreira Salles, que fica na mesma rua da Escola Parque.
Foi no local construído nos anos 1950, um monumento ao modernismo carioca, que se comunicou a demissão.
“Disseram-me que havia um parecer de psicólogos e juristas condenando a combinação do professor com o escritor em uma só pessoa”, lembra Teixeira. “Não pude discutir com nenhum pai, não houve debate nenhum”, diz. “Impôs-se a sombra da censura e do controle porque a escola simplesmente decidiu ceder a um grupo de pais dos quais nem sequer sei os nomes.”
Casado há 24 anos, pai de três filhos, o professor mora no bairro de Laranjeiras. “Meu problema não é a empregabilidade. Estou muito mais preocupado com o obscurantismo, com a certeza dos censores. A poesia luta contra isso. E foi muito trabalho até me transformar em um poeta. Não posso abrir mão disso”, diz.
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E mais uma estupidez:
A Federação Nacional de Cegos (NFB), a maior organização de cegos dos Estados Unidos, anunciou hoje mobilizações contra o filme "Ensaio sobre a Cegueira" em sua estréia por considerar que retrata os portadores de deficiência visual como depravados. Continua...