quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

The Awakening


Li, há algumas semanas, esta novela de Kate Chopin, O DESPERTAR, em português. Até então, só tinha lido um conto de Chopin, The Storm, fazia parte daquele livro Erotic Stories by Women, falei dele aqui.

O Despertar é a história de Edna, uma mulher casada e mãe de dois filhos, e a descoberta de si mesma através de uma paixão 'proibida' na sociedade da época que tinha a mulher mais como um ornamento do que como um ser humano. O livro mais conhecido de Kate Chopin trouxe-lhe muitos dissabores, tantos que ela não escreveu mais nada depois dele. Hoje ainda é muito lido é discutido nos Estados Unidos, sobretudo em meio de grupos feministas.
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Resenha aqui.

domingo, 27 de janeiro de 2008

O dia em que Manneken pis se vestiu de capoeirista

Quem já passou por Bruxelas deve ter visto o famoso Manneken Pis numa esquina perto da Grand Place, quem nunca se aventurou por lá, talvez não tenha ouvido falar dele. É um moleque de mais ou menos 50 cms que passa o dias a urinar, ou seja, é uma fonte.O nome Manneken Pis significa exatamente 'moleque que mija'.
Este molequinho veste tradicionalmente, em ocasiões especiais, roupas que lembram alguma profissão ou personalidade importante, Elvis Presley, por exemplo. Ano passado, no sete de setembro, vestiram-no de capoeirista, foi a primeira vez que vestiu um 'traje típico brasileiro', segundo a BBC. Eu só fiquei sabendo disso há pouco tempo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

(Lendo) A Mulher que Escreveu a Bíblia

Moacyr Scliar

A idéia do livro é bastante interessante:
"O crítico americano Harold Bloom deu a deixa para que o romancista gaúcho Moacyr Scliar criasse um empolgante romance. A Mulher que Escreveu a Bíblia (Cia. das Letras, 224 págs., R$ 21) é baseado numa hipótese levantada por Bloom de que a primeira versão da Bíblia teria sido escrita por uma mulher, “uma pessoa altamente sofisticada, culta e irônica, destacada figura da elite do rei Salomão”. Com essa informação, Scliar colocou sua cabeça de fabulista para funcionar a todo vapor, criando uma narrativa envolvente."Heitor Ferraz.

....mas, não é meu livro preferido do M. Scliar.


Trecho: "Bastava-me o ato de escrever. Colocar no pergaminho letra após letra, palavra após palavra, era algo que me deliciava. Não era só um texto que eu estava produzindo; era beleza, a beleza que resulta da ordem, da harmonia. Eu descobria que uma letra atrai outra, essa afinidade organizando não apenas o texto como a vida, o universo. O que eu via, no pergaminho, quando terminava o trabalho, era um mapa, como os mapas celestes que indicavam a posição das estrelas e planetas, posição essa que não resulta do acaso, mas da composição de misteriosas forças, as mesmas que, em escala menor, guiavam minha mão quando ela deixava seus sinais sobre o pergaminho."(p.41)
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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

PESSOA



TABACARIA (15-1-1928 )

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
(....)
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A catedral de Fernando Pessoa por Antonio Caetano.
"Hoje, dia 15 de janeiro, Tabacaria faz 80 anos de criação."
No
RoseLivros.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Amar e adorar

Essa semana estava dando uma aula de francês quando deparei-me com um problema de semântica. Um aluno disse:"Professora, aqui no livro o verbo ADORER está acima do AIMER".
Havia uns sinais mostrando a gradação. Eu disse que sim, existia aquela gradação, assim como em português e ele disse: "Em português não!"
Fiz uma enquete em sala e todos concordaram com ele, uma aluna que é professora de português disse que entendia a minha dúvida, mas que as coisas tinham mudado nos últimos anos. É verdade que eu tenho ouvido muito o verbo AMAR de uma forma diferente de há uns 10 anos, as pessoas dizem 'eu aaaamo isso, eu aaamo aquilo". O adorar tem a conotação religiosa, ou talvez seja melhor dizer sagrada, e por isso, inatingível. Uma das alunas até disse que se o marido disser que a adora ao invés de dizer que a ama, ela o joga pela janela. Será regional isto ou será que eu estou assim tão por fora? Em francês é claro que o JE T'AIME é muito forte quando dito a uma pessoa, mas o adorar ainda é muito usado. Dizer que se adora uma coisa é mais forte do que dizer AIMER, 'jaime le chocolat' e 'j'adore le chocolat', por exemplo, o segundo não deixa dúvidas. Esse mesmo aluno que fez a observação disse que em italiano também amare e adorare têm a mesma gradação do português (brasileiro), ou seja, amar é mais que adorar. (Allan, se você passar por teste post, esclareça a minha dúvida, per favore.)
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O Allan até já me mandou a resposta dele:
"O problema, acho eu, é que ambos os verbos foram banalizados. Na realidade os italianos têm preferido evitar as duas formas: "ti amo" e "ti adoro" podem ser usadas igualmente, apesar da última opção "ti adoro" indicar mais um momento de paixão que uma condição de amor, mesmo. Portanto, sim, "ti adoro" soa mais forte que "ti amo", mas quando querem demonstrar um sentimento forte, o italiano prefere dizer "ti voglio tanto bene".
Mas isso também não serve como um regra.
Desculpe ter confundido mais que esclarecido."
Obrigada, Allan.
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A catedral de Fernando Pessoa por Antonio Caetano.
"Hoje, dia 15 de janeiro, Tabacaria faz 80 anos de criação."

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Dias


Muitas visitas de dezembro para cá, muitas mesmo. Tem sido agradável, mas o tempo ficou curto. Nem sei quantas pessoas passaram por aqui até agora, minha casa e minha escola (de línguas) mais parece um albergue. Felizmente todas (ou quase) as pessoas que recebemos são bastante independentes e entendem que não posso sair visitando a cidade com todos os que passam por aqui. Recebemos muitos americanos que não falam mais que duas palavras em português, às vezes é preciso ajudar em uma coisinha ou outra, mas mesmo estes se viram.

E com tantas visitas americanas minha estante tem aumentado muito na parte 'English'. O Fun Home, por exemplo, foi trazido por uma das visitas, na verdade foi uma encomenda minha, mas há vários livros que vieram de forma espontânea, alguns autores eu nem conheço, outros são ótimos, outros são curiosidades modernas, nem tive tempo catalogar ainda, joguei todos na prateleira. Depois falo deles aqui....


Tenho aproveitado o começo do ano também para ver alguns médicos que espero ver de novo só daqui a dois anos, de um modo geral estou em ótima forma e não quero gastar meu tempo em consultórios folheando Caras. Quando escrevi aí 'ótima forma' eu não quis dizer que estou magrinha e dentro dos padrões (só agora percebi o que escrevi), eu quis dizer que 'estou saudável' em quase todos os sentidos. Perfeição não existe, não é? Tenho lá meus probleminhas, mas estão sob controle.


Well, sentei aqui, percebi que há dias não atualizava o blog e fui escrevendo. Espero que não tenha saído muita besteira.


Abraços a todos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

FUN HOME


Fun Home
Uma Tragicomédia em Família
Alison Bechdel
Editora: Conrad



Fun Home foi lançada no Brasil no final de 2007, pela Conrad, eu tinha lido em algum lugar que seria em 2008. Será que adiantaram? Pode ser, a HQ já estava a toda nos Estados Unidos, onde foi lançada em 2006, e também na Europa. Trata-se da biografia de Alison Bechdel, uma moça corajosa e honesta, pelo menos é isso que ela passa através da história, a sua história e a do seu pai, principalmente. A mãe também está bastante presente, mas a prioridade é dada à figura do pai, um homossexual que nunca teve coragem de sair do armário, que mantinha relações com o baby-sitter dos filhos ou seus próprios alunos. Alison conta tudo, é a impressão que temos. A história não é linear, num momento ela trata da infância, no quadrinho seguinte já está na universidade lendo uma carta do pai com quem a autora tinha muitas afinidades intelectuais. Ela e o pai são leitores compulsivos, a história está repleta de referências literárias: Proust, Wilde, Joyce, Colette e uma longa lista. Referências são sempre um risco, pode resvalar certo pedantismo. Não é o caso aqui, são bem colocadas, são irônicas e verdadeiras e todo mundo que gosta de literatura se diverte encontrando ali os autores, citações, capas de livros.


O título é bastante interessante, o FUN remete primeiramente à idéia de uma casa divertida, mas é também uma alusão à casa funerária, Funeral Home, que era propriedade de sua família e que eles costumavam chamar de Fun Home. Quem já viu a série Six feet under, não vai deixar de perceber uma relação. Sobretudo que Alison é gay, assim como um dos personagens de Six feet under. Ela, ao contrário do pai, sai logo do armário, antes de ter a sua primeira relação já vai abrindo o jogo para a família e colegas de universidade.

Alison Bechdel nasceu em 1960, na Pensilvânia, é também autora de Dykes To Watch Out For, já recebeu um prêmio Eisner.Não é pouco.

Aqui dá para ler uma parte.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Henri Cartier Bresson




Henri Cartier Bresson (1908-2004) no youtube

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Sidarta - Herman Hesse

Encontrei este Sidarta (que talvez seja meu mesmo, ou não) na casa da minha irmã. Eu o li, como muita gente, lá pelos dezesseis anos, o que quer dizer que faz um bom tempo.

Queria alguma coisa para ler nas esperas da Gol, pensei, 'vou reler este livro'. Não foi (re)leitura planejada, não pensava em reler Sidarta embora este livro tenha me marcado de algum modo. Não é o livro mais interessante do mundo, mas foi legal reler, uma viagem no tempo. Ainda me lembro quem o recomendou e que talvez tenha me emprestado o livro naquela época, foi um amigo que hoje é psiquiatra. Sei que ele me disse assim: "Leila, dizem que estes dois livros podem mudar a sua vida." Que coisa mais engraçada, não? Éramos ingênuos, eu sei. O pior é que me esqueci qual era o 'outro livro' que supostamente poderia mudar os nossos rumos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Pink Martini - Hey Eugene


Uma delícia essa música: Pink Martini - Hey Eugene
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FELIZ ANO NOVO A TODOS!!!