segunda-feira, 29 de junho de 2009

Viagem

Ainda em Curitiba, malas abertas e bagunça pra todo lado. Saio amanhã.
Escolhi, para ler no trajeto, Memorial do Convento. Leio e depois deixo lá para minha irmã ler. Tentei salvar alguns livros no ipod (para ouvir em inglês)meu aluno me emprestou, só consegui salvar um, o livro do Obama e quando fui tentar os outros o ipod ficou bloqueado, o computador também entrou num clima estranho, tive que reiniciar e ainda por cima não sabia como desbloquer o ipod. Depois de muito apertar botões procurei na internet e descobri em quais exatamente eu tinha que apertar e por quanto tempo, 10 segundos. Importante esses 10 segundos porque eu já tinha apertado naqueles botões, no caso, o do menu e o do meio...se você algum dia tiver o mesmo problema, já sabe.
Ainda tenho que ir ao médico hoje, depilar se der tempo, escolher alguns presentes, dar as últimas aulas e voilà.

Felizmente consegui terminar a leitura de Os Irmãos Karamázov antes da viagem, não queria levar aquele livro tão grande comigo, mas também não queria abandoná-lo aqui antes de terminar. Este eu vou repassar para meu irmão assim que nos encontrarmos, já viram que eu gosto de repassar livros, não? Claro que um dia eu vou querer reler alguns deles, mas estarão em família ou com amigos, na pior das hipóteses, eu compro outro, é melhor do que deixar ali parado na estante por dez anos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

TEORIA DOS CONJUNTOS

Cada corpo tem
sua harmonia e
sua desarmonia

em alguns casos
a soma das harmonias
pode ser quase
enjoativa

em outros
o conjunto
de desarmonias
produz algo melhor
do que a beleza

Mário Benedetti

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Neda´s Voice

Neda Agha Soltan é a iraniana que foi assassinada estes dias durante os conflitos no Irã. Morreu nos braços do pai, como se pode ler no texto abaixo. Alguém filmou tudo, é terrível, mas o vídeo está circulando o mundo todo e talvez Neda esteja se tornando um símbolo. Eu vi o vídeo no blog do Pedro Doria onde tenho acompanhado um pouco os acontecimentos, leio também o que vem publicando André de Leones que está em Israel.

Leiam o texto e visitem a página NEDA'S VOICE. Há textos belíssimos ali e talvez ajude a conhecer melhor um pouco do horror pelo qual estão passando.

"Yesterday I wrote a note, with the subject line “tomorrow is a great day perhaps tomorrow I’ll be killed.” I’m here to let you know I’m alive but my sister was killed…I’m here to tell you my sister died while in her father’s hands
I’m here to tell you my sister had big dreams…
I’m here to tell you my sister who died was a decent person… and like me yearned for a day when her hair would be swept by the wind… and like me read “Forough” [Forough Farrokhzad]… and longed to live free and equal… and she longed to hold her head up and announce, “I’m Iranian”… and she longed to one day fall in love to a man with a shaggy hair… and she longed for a daughter to braid her hair and sing lullaby by her crib…

my sister died from not having life… my sister died as injustice has no end… my sister died since she loved life too much… and my sister died since she lovingly cared for people…"

sábado, 20 de junho de 2009

Minha querida Sputnik - trecho

“Então me ocorreu que, apesar de sermos companheiras de viagem maravilhosas, no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. À distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbitas desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estaremos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada.”

Trecho de ‘Minha querida Sputnik’ – Haruki Murakami

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Li há algum tempo já este livro de Haruki Murakami e não gostei tanto quanto eu esperava. Minha expectativa era muito grande, tinha lido muito sobre o autor e os resumos da história também prometiam muito. Além disso eu estava lendo muitos autores japoneses na época, Tanizaki e Kawabata, sobretudo. Depois de Minha querida Sputnik não li mais nada do autor, dizem que Kafka à beira mar é muito bom, acho que vou tentar. Ele lançou um novo livro,1q84, e está vendendo aos montes no Japão.
Encontrei na internet este trecho de Minha Querida Sputnik e achei bonito. Sputnik significa companheiro de viagem em russo, aqui nessa história são duas mulheres viajando juntas e Sumirê está completamente apaixonada pela outra, mais velha, cujo nome eu me esqueci. Elas vão para a Grécia e....
....

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Poema da sexta-feira

ANNABEL LEE

Edgar Allan Poe

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.

Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.

E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.

E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.

Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.

Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

Tradução: Fernando Pessoa
...

Annabel Lee

Edgar Allan Poe

It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.

I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.

And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsman came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.

The angels, not half so happy in heaven,
Went envying her and me-
Yes!- that was the reason (as all men know,
In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.

But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we-
Of many far wiser than we-
And neither the angels in heaven above,
Nor the demons down under the sea,
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee.

For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but
I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so, all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling- my darling- my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea,
In her tomb by the sounding sea.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Nina Simone em Vale a pena ouvir de novo

My Baby just cares for me.
...
My baby don't care for shows
My baby don't care for clothes
My baby just cares for me
My baby don't care for cars and races
My baby don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Lana Turner's smile
Is somethin' he can't see
My baby don't care who knows
My baby just cares for me

Baby, my baby don't care for shows
And he don't even care for clothes
He cares for me
My baby don't care
For cars and races
My baby don't care for
He don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style
And even Liberace's smile
Is something he can't see
Is something he can't see
I wonder what's wrong with baby
My baby just cares for
My baby just cares for
My baby just cares for me

terça-feira, 16 de junho de 2009

St-Mark-s-Basilica-Venice-Italy


domingo, 14 de junho de 2009

A Teus pés

Reli estes dias o livro de Ana Cristina César, A Teus pés

é bem pequeno no formato e também no número de páginas, pouco mais de 100. Gosto muito de alguns textos, outros me tocam menos, ou não entendendo, sei lá. Um dos meus preferidos é este:

Olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas.


Mas há outros, mais longos e que me dá preguiça de digitar agora. Foi interessante reler este livro pelo que ele oferece, entretanto, fora da leitura, o que me ocorreu foi uma reflexão sobre este volume que está aqui comigo. Ele me foi oferecido por uma antiga colega de trabalho, éramos amigas também...estávamos tentando uma amizade, acho. Faz muito tempo já. Mas o livro não me foi oferecido assim como um presente ‘normal’, na verdade ela tinha recebido de presente de uma ex amiga e, como tinham se desentendido feio ela não quis conservar o livro, repassou. Ainda tem aqui a dedicatória que a ex amiga escreveu para ela, um texto ingênuo, mal escrito, mas com ar de sinceridade, de admiração pela pessoa a quem está oferecendo o livro.

Minha amiga e eu nos desentendemos também no final das contas, isso deve ter sido lá pelo ano de 1996, nunca mais nos falamos, eu voltei para a Europa com (licença, Roberto Carlos) ‘a cabeça cheia de problemas’ (não por causa dela, problemas maiores) e me voilà, tantos anos depois percebo que pouco pensei no assunto. O livro eu não repassei. Nossa amizade não tinha se solidificado, é verdade. É estranho pensar no caminho de um livro, não é?

....

Gostaria de agradecer muitíssimo a uma leitora, Tati, que deixou um comentário no post sobre E o Vento levou sugerindo que eu virasse o DVD para ver o restante do fime. Nem imaginava que existisse isso de virar dvd, queimei meus neurônios tentando descobrir onde estaria a outra metade daquele filme. Que vergonha! Obrigada mesmo.


Agradeço também a Sônia que, mesmo tendo deixado o blog dela de lado, sempre passa por aqui e deixa comentários simpáticos, lê meus contos no outro blog, comenta aqui. É muita gentileza.


Agradeço a todos os que acompanham o meu blog, alguns não têm blog e não posso retribuir, os outros eu tento visitar e comentar na medida do possível. Há blogs que acompanho há anos e talvez eu nunca encontre as pessoas por detrás deles. É estranho quando se pensa.

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Dentro de alguns dias vou para a Europa por um mês e pouco, como já disse aqui antes, vou fazer um curso para professores de Francês em Vichy, vou visitar a minha amiga (aquela com quem fui para o Chile) no Sul da França, minha irmã em Bruxelas, talvez um amigo em Barcelona porque está bem pertinho do Sul da França. Ainda estou decidindo, só decido na última hora. Enquanto isso muitas coisinhas chatas para resolver por aqui...

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Poema da sexta-feira

Antes do começo

Ruídos confusos, claridade incerta.
Outro dia começa.
Um quarto em penumbra
e dois corpos estendidos.
Em minha fronte me perco
numa planície vazia.
E as horas afiam suas navalhas.
Mas a meu lado tu respiras;
íntima e longínqua
fluis e não te moves.
Inacessível se te penso,
com os olhos te apalpo,
te vejo com as mãos.
Os sonhos nos separam
e o sangue nos reúne:
Somos um rio que pulsa.
Sob tuas pálpebras amadurece
a semente do sol.
                            O mundo
No entanto, não é real,
                          o tempo duvida:
Só uma coisa é certa,
o calor da tua pele.
Em tua respiração escuto
as marés do ser,
a sílaba esquecida do Começo.

Octavio Paz

Tradução Antônio Moura

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pró-vida?

É a coisa mais incoerente, defender a vida matando pessoas. Vejam a reportagem, é assustador, um verdadeiro movimento terrorista, organizado. Encontrei o vídeo aqui: sexismo e misoginia.

terça-feira, 9 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

E o Vento Levou

13 graus, meus pés estão gelados. Agora acabei de ligar um aquecedor ultramoderno que temos aqui (foi ironia, nunca vi aquecedores dignos do nome no Brasil, deve haver, mas nas casas dos ricos). Muita gente pensa que eu não devia sentir frio já que morei tantos anos na Europa, no norte além do mais, mas eu sinto, sinto mais frio aqui do que lá quando estou dentro de casa. Eu gosto mais do frio do que do calor, mas prefiro assim, vamos dizer, uma temperatura entre 15° e 25°. Um professor aqui da escola, francês, disse que ele também já sentiu mais frio aqui do que na França. Quem mandou a gente se enfiar no Sul? O Brasil é grande e cá estamos nós...Brincadeira, ainda estou de bem com a cidade, e prefiro passar por isso a sentir aquele calor infernal o ano todo, me dá até dores de cabeça.

Ontem à noite eu e o cachorro nos colamos no aquecedor e ficamos assistindo E o vento levou, acredite se puder, foi a primeira vez na vida que vi este filme...ainda assim não sei se vi inteiro, todo mundo diz que o filme é muito longo, não foi. O filme chegou lá numa parte, aquela famosa da Scarlett dizendo:

As God is my witness, as God is my witness they're not going to lick me. I'm going to live through this and when it's all over, I'll never be hungry again. No, nor any of my folk. If I have to lie, steal, cheat or kill. As God is my witness, I'll never be hungry again.

Depois disso veio uma mensagem, não me lembro o quê, entendi que era um intervalo e fiquei esperando, não queria sair de perto do aquecedor por nada, finalmente fui lá, peguei o controle que eu tinha deixado longe, tentei passar para a frente....nada, niente, rien...procurei para ver se havia um segundo DVD na caixa, não havia. Será que é tudo? Será que comprei gato por lebre? Eu já tinha visto pedaços deste filme muitas vezes, claro, quem não conhece algumas das cenas desse clássico? Eu tenho uma amiga que já o viu não sei quantas vezes e disse que a cada vez chora. Até onde eu vi não deu para chorar, mas eu gostei bem mais do que pensava. É que morei bem ali naquela região, Atlanta, Geórgia e gostei de ver a cidade representada na época da guerra. E mostra também como as pessoas são estúpidas, festejando quando a guerra é declarada, parece que vão para um campo de férias, sem a menor noção e quando alguém tenta ponderar um pouco é visto como um desmancha prazeres, um vendido. Tomara que as coisas tenham mudado de lá para cá, mas não foi o que se viu quando da guerra (invasão) contra o Iraque.
Outro filme que se passa em Atlanta, este bem mais bonito (eu acho) é Conduzindo Miss Daisy. Eu o tinha visto há muitos e muitos anos, mas o revi quando estava em Atlanta. A primeira vez que o vi não tinha idéia nenhuma do contexto e do papel de Atlanta vista como capital do sul.

...
Aqui a famosa cena de Scarlett dizendo que nunca mais vai passar fome:

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ainda a polêmica em torno do livro de Tezza

Eu tinha reproduzido aqui parte de uma reportagem sobre o estardalhaço que algumas professoras do estado de Santa Catarina fizeram a respeito da escolha do livro de C. Tezza para trabalho com alunos, se não me engano, entre os 15 e 17 anos, ou seja, bem grandinhos. Nem todo mundo concordou comigo que é exagero a retirada dos livros e leram uma pequena parte da obra que foi publicada em algum jornal. Esse extrato era realmente bem "pesado" (por falta de palavra melhor agora), eu também o tinha lido, mas, como o autor e como uma professora de Santa Catarina (e esta leu o livro todo) eu achava que era difícil julgar a obra de 142 páginas por aquele trechinho. Não chamo de censura, concordo que existe livro mais ou menos adequado para certas pessoas/idades....sei lá. Os professores também têm que se sentir confortáveis, claro, mas eu ficaria contente se aproveitassem para rever as suas práticas antes de condenarem um livro e de subestimarem a capacidade dos alunos.

Texto de C. Tezza sobre a proibição do seu livro:

“Entre os danos materiais, está o dano moral do autor ao ver um trecho de seu próprio livro, duas ou três linhas, ser reproduzido nos jornais como se fosse um hai-kai, e não parte de um romance de 142 páginas, em que cada palavra se relaciona com o todo e é voz de um narrador-personagem capaz de dar significado à sua linguagem. Notem: não faço uma apreciação de valor. É simplesmente um dado técnico para o leigo entender como uma narrativa produz sentido."

O resto do texto pode ser lido aqui:

Gazeta do Povo

...

Aqui o comentário que a professora deixou lá no post:

Sou professora do ensino médio e garanto a vocês que o livro está adequado sim para os alunos. Li o livro na íntegra, não podemos justificar nossa opinião se apenas lemos um trecho. Inadequada é a postura de muitos educadores que negam ou ignoram nossa realidade social e perdem a chance de fazer um ótimo trabalho com os alunos. Em uma pesquisa que fiz com minhas turmas, constatei 80% deles têm acesso diário a sites pornográficos. A função da escola é ensinar o aluno a questionar essa realidade em vez de fingir que isso não acontece. Considero que o livro é muito profícuo para levantar tais questionamentos. Uma sociedade de ignorantes é também uma sociedade perigosa. A decisão foi arbitrária, pois a maioria dos professores não teve acesso aos livros.

o poema da sexta-feira

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
alomoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?

Ferreira Gullar

quarta-feira, 3 de junho de 2009

I Put a Spell On You


...


I put a spell on you
cause youre mine

You better stop the things you do
I aint lyin
No I aint lyin

You know I cant stand it
Youre runnin around
You know better daddy
I cant stand it cause you put me down