sábado, 31 de janeiro de 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O poema da sexta-feira

No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no mei do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Escritor John Updike morre aos 76 anos

John Updike, vencedor do prêmio Pulitzer, autor profícuo de cartas e crônicas sobre sexo, divórcio e outras aventuras do pós-guerra nos EUA, morreu nesta terça-feira aos 76 anos.

Na Folha de São Paulo.
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Acho que só li um livro de J. Updike, Brazil. O problema é que, pelo menos na época, eu não gostei nada deste livro, me parecia chato e cheio de clichês. Talvez eu esteja errada, eu estava começando a ler em inglês. Como não gostei deste livro, não tentei mais nada do autor, mas me lembro de ler entrevistas bem bacanas com ele. Eu devo ter escolhido o livro errado. Isso acontece.


domingo, 25 de janeiro de 2009

O Assassinato de um Presidente

O Assassinato de um Presidente (The Assassination of Richard Nixon, EUA/México, 2004)
Direção: Niels Mueller
Elenco: Sean Penn, Naomi Watts, Don Cheadle, Jack Thompson
Duração: 96 minutos
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Vi ontem este filme, em DVD, claro. Tentei me lembrar de algum filme ruim que tivesse visto com Sean Penn, não consegui. Não digo que não exista, mas eu não conheço.

Gostei muito deste filme que conta a história de Samuel Joseph Byck, um cara atormentado, deprimido que planeja matar o presidente Nixon, não consegue, evidentemente. Este Samuel existiu mesmo, se quiser saber sobre ele siga o link acima.

Sam, como é chamado no filme, é representado por Sean Penn, esta cena com o cachorro é tristíssima "Pelo menos você gosta de mim, não é?". Ele é um cara difícil demais e problemático demais, desses de quem as pessoas saem correndo, a mulher, os filhos, até o irmão, ninguém o aguenta mais. O pior é que ele é 'gente boa', ele tenta, ele é honesto, mas não se enquadra no mundo, é muito desajustado e a vida já é difícil demais para todo mundo, ninguém quer um tipo tão difícil por perto.

E na sua confusão mental ele tem a ideia de 'matar o presidente'.
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Acabei de ler O Homem Duplicado. Não é meu livro preferido de Saramago, gosto bem mais de Ensaio sobre a Cegueira, O Evangelho sobre Jesus Cristo e Levantado do chão. Este último eu li faz muitos anos.
Em O Homem Duplicado seguimos a história de um professor de história, Tertuliano Máximo Afonso que um dia, vendo um filme, descobre que tem um sósia perfeito, mais do que um sósia, é o seu duplo. Essa descoberta muda completamente a vida de Tertuliano.
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Vi ainda outro filme (pois é, eu já sou caseira e continua a fazer frio em Curitiba, entonces...), O Prazer é todo meu, um filme francês (Tout le plaisir est pour moi), com uma atriz belga, Marie Gillain que faz o papel de Louise, uma linda garota de uns trinta anos, independente, alegre, falante e que gosta muito de sexo. Tudo vai muito bem até que um dia, sem mais nem porquê, ela perde a capacidade de sentir prazer sexual. Um drama que ela sai dividindo com todos, pai, mãe, irmã, namorado. Nem todos concordam que seja exatamente um drama, mas é assim que ela vê e manda o namorado às favas porque acha que ele não está dando a importância devida ao seu problema.
Bom, infelizmente o DVD que eu aluguei também tinha um problema bem no finalzinho, fiquei sem saber se Louise encontrou uma solução ou se descobriu a causa deste infeliz acontecimento. Vi que ela reencontra o namorado e que ele estava indo para o Canadá, eles conversaram, ela parecia feliz e o resto eu fiquei sem saber. Amanhã vou reclamar na locadora.
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E hoje vou assistir Desde que Otar partiu.

Virginia Woolf 25/01


Adeline Virginia Woolf
nasceu no dia
25 de janeiro de 1882.
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Monet

DEJEUNER
Monet
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O poema da sexta-feira

Nada, Esta Espuma

Por afrontamento do desejo
insisto na maldade de escrever
mas não sei se a deusa sobe à superfície
ou apenas me castiga com seus uivos.
Da amurada deste barco
quero tanto os seios da sereia.

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Ana Cristina César

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O assunto de hoje é um só. A posse. Não há como ficar indiferente. Eu estou cansada de saber que ele não vai consertar o mundo, tem gente da extrema direita que critica os de esquerda deste modo 'vão ver, que ingenuidade, que burrice pensar que um homem só pode mudar tudo'. Estúpidas são as pessoas que imaginam que quem acredita e torce por uma pessoa como Obama é ingênua a esse ponto. As mesmas coisas se ouvia quando o Lula ganhou as eleições. Não foi uma revolução, mas sim uma eleição, numa sociedade democrática um presidente não decide só. Bem, eu fiquei feliz que tenham votado em alguém como Obama, de não ter que ver mais a cara do Bush. E pelo jeito não era só eu que estava cansada dele, ninguém fala mais dele desde que Obama venceu, ele deixou de ser presidente antes de acabar o mandato dele.
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Há outro assunto hoje, o A Igreja Renascer em Cristo que desabou na cabeça dos fiéis matando nove pessoas e deixando não sei quantos feridos. Eu não gosto de falar muito porque tenho que reconhecer que sou implicada com religião, não consigo entender, sobretudo igrejas como essas...enfim, não vou me espantar se amanhã mostrarem uma multidão de gente na frente da igreja rezando e agradecendo a Deus (o quê, não sei). Ainda por cima os dirigentes da igreja mentiram sobre uma reforma, está nesta matéria acima.
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domingo, 18 de janeiro de 2009

Hopper


Edward Hopper
Chop-Suey
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Poema da sexta-feira

L'Albatros

Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.
À peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l'azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d'eux.
Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
L'un agace son bec avec un brûle-gueule,
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!
Le Poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.

— Charles Baudelaire
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O Albatroz

Às vezes, por prazer, os homens de equipagem
Pegam um albatoz, enorme ave marinha,
Que segue, companheiro indolente de viagem,
O navio que sobre os abismos caminha.

Mal o põem no convés por sobre as pranchas rasas,
Esse senhor do azul, sem jeito e envergonhado,
Deixa doridamente as grandes e alvas asas
Como remos cair e arrastar-se a seu lado.

Que sem graça é o viajor alado sem seu nimbo!
Ave tão bela, como está cômica e feia!
Um o irrita chegando ao seu bico em cachimbo,
Outro põe-se a imitar o enfermo que coxeia!

O poeta é semelhante ao príncipe da altura
Que busca a tempestade e ri da flecha no ar;
Exilado no chão, em meio à corja impura,
A asa de gigante impedem-no de andar.

— Charles Baudelaire

Tradução de Guilherme de Almeida

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aprendendo sempre


Uma coisa boa dos últimos tempos é que estou aprendendo a cozinhar. Claro que sempre fritei uns ovos, mas não ia muito além. Descobri o óbvio, como todas as outras coisas, cozinhar requer prática, já fiz um monte de besteiras e ainda vou fazer. Hoje, por exemplo deixei que as lentilhas cozinhassem demais, tudo bem, podia tentar transformar numa sopa, mas começou a queimar também. Enfim, não vou me irritar, embora não seja a primeira vez que isso aconteça. Preciso ficar mais atenta. Sou muito distraída, na cozinha isso põe muita coisa a perder.

Não preparo carne de jeito nenhum, odeio pegar em carne crua, tenho que me virar com outras coisas, muito ovo para substituir, um hambúrguer de soja de vez em quando (que eu compro pronto, claro).

E cozinho só para mim, pelo menos por enquanto. É que aqui ninguém (meu marido e meu sobrinho) está interessado no que eu cozinho, arroz integral, lentilhas, couve, abobrinha? Saem torcendo o nariz. Por isso mesmo eu comecei a cozinhar. Como também muita salada de tomate com agrotóxico e tudo, fazer o quê? Adoro tomates, todos os tipos. Às vezes compro orgânico.

Pode parecer que não é nada essa minha conquista, mas é, lhes asseguro.

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Lendo O Homem Duplicado, Saramago. Percebi que no ano passado não li nenhum livro dele e decidi começar por este que está na estante há uns 3 anos ou mais.

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Vi há algumas semanas já o filme O homem que copiava, é de 2002, acho, mas eu nunca tinha visto. Quem viu já deve até ter esquecido do filme, mas é bem legal, me diverti. Acho que até agora só vi um filme com L. Ramos que não gostei, ò paí, ó. Achei uma chatice, não o ator, claro, história mesmo.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Henri Cartier Bresson.
Londres
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“Fotografar é uma questão de colocar o olho, o coração e a mente na mesma linha de visão”.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Amores Brutos


Uma vez lia uma revista sobre os filósofos gregos, não era uma revista de filosofia, uma revista qualquer (belga) que trazia uma matéria sobre o assunto, uma matéria enorme sobre as diferentes correntes. Só me ficou uma coisa daquela leitura, de acordo com um daqueles filósofos (pena que não consigo me lembrar qual), viver é estar exposto o tempo todo a acontecimentos terríveis, disso todo mundo sabe, a gente só não quer pensar nisso. Bom, na opinião dele a gente devia pensar sim, imaginar mesmo coisas terríveis acontecendo conosco, assim, quando elas acontecessem (mais cedo ou mais tarde vão acontecer) estaríamos mais preparados para enfrentá-los. Está meio confuso mas é mais ou menos isso.

Ontem revi o filme Amores Brutos e me lembrei da idéia deste filósofo. Uma modelo de lindas pernas está super feliz porque o amante decide finalmente deixar a esposa e filhas para viver com ela, estão comemorando quando ela percebe que falta o vinho, não se comemora sem vinho, ela sai por poucos minutos para comprar a bebida e sofre um acidente, o resultado é uma perna amputada.

E outras histórias tão trágicas quanto essa se entrelaçam, quase todo mundo já viu este filme.

Um dos personagens ganha dinheiro colocando o seu cachorro para brigar. Aquelas brigas que os homens promovem, só pelo dinheiro - e algum prazer, claro (não posso entender qual) são terríveis, nem conseguia acompanhar as cenas. Claro que há cenas mais terríveis do que cachorro morrendo, Gaza está aí, não estou comparando, só uma observação.

Eu me lembrei de uma entrevista com uma criança francesa (agora comparando) quando perguntado sobre as cenas mais terríveis que ela já tinha visto na tv ele responde que eram cenas de animais mortos. O entrevistador pergunta se as cenas de pessoas mortas não o chocavam, ele responde que essas não porque ele as via o tempo todo, estava habituado.

Documentário sobre os brasileiros da Bélgica

[Eu me lembro de ter encontrado Susana no consulado do Brasil há muitos anos, ela já estava pensando neste documentário. Pena que não pude ver, me interessa muito...Na Radio France Internationale tem uma entrevista com a Susana, gostei.]

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No programa desta semana, a brasileira Susana Rossberg, que mora na Bélgica há quarenta anos e é editora para filmes de cinema, fala de seu primeiro longa documentário – Brasileiros como Eu.

Depois de ter dirigido alguns documentários curtas de encomenda, uma ficção curta e alguns filmes industriais, Susana teve vontade de retratar a comunidade brasileira de Bruxelas, que hoje não conta mais apenas com exilados da ditadura, como Susana, mas com muita gente que partiu do Brasil em busca de uma vida melhor.

Mais informações sobre Brasileiros como Eu no site da produtora de Susana (em francês).

Também no programa desta semana, a gente vai ao Moçambique, onde terminou ontem um grande festival de documentários que tinha o Brasil como país homenageado. É o Dockanema onde, durante dez dias, o publico pôde ter acesso a quase oitenta filmes do mundo inteiro.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Poema da sexta-feira

O desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E, para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.

Camões

domingo, 4 de janeiro de 2009

Chuva de verão

Marguerite Duras por Robert Doisneau, 1955
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La Pluie d’été

Marguerite Duras (1914-1996)

Acabei de ler agora La Pluie d’été, um dos últimos livros escritos por Duras, foi publicado em 1990, depois dele veio L'amant de la Chine du nord que tenho aqui, mas ainda não li.

La Pluie d’été conta a história de uma família numerosa, a mãe é caucasiana, não se sabe exatamente de onde, o pai é italiano. O passado da mãe é bastante obscuro o que atormenta o marido. O casal tem sete filhos e vive de ajuda do governo, nenhum dos dois trabalha. A história se concentra no filho mais velho, Ernesto que se recusa a ir à escola por razões que ele não consegue explicar muito bem. Na verdade Ernesto é um gênio, aprende rápido demais e não consegue entender o sistema de ensino, prefere ficar atrás dos muros da escola escutando, assim que julga que aprendeu certa matéria passa para outro lugar, outro muro, outra escola.

Os pais, quando recebem o dinheiro do governo, vão para o centro da cidade beber, os filhos ficam sós e amedrontados, cabe a Ernesto cuidar de si e dos irmãos. Apesar de tudo a família é muito unida, nem que seja unida pelo medo. Ernesto ama sobretudo sua irmã Jeanne, ama a tal ponto que a relação termina incestuosa.

O gênio de Ernesto acaba chamando a atenção do professor da escola e depois de jornalistas.

A história se passa em Vitry, subúrbio de Paris.

Como disse em post anterior a história já havia sido filmada, a própria M. Duras escreveu e produziu o filme, LES ENFANTS. Eu nunca vi o filme, nem sei se é possível encontrar.

O livro foi traduzido para o português, Chuva de verão, editora Nova Fronteira. Não sei quem traduziu, vi o título em português no site da Estante Virtual, mas não havia o nome do tradutor.

O Silêncio de Lorna


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Este é novo filme dos irmãos Dardenne (Jean- Pierre e Luc), vi no final do ano e gostei muito. Lorna é uma garota albanesa que se casa com Claudy, um drogado, para obter a cidadania belga, Claudy se casa por dinheiro. O casamento é organizado por uma espécie de máfia, os organizadores pretendiam fazer com que Claudy morresse de overdose algum tempo depois de se casar, assim não só eles economizariam o dinheiro do divórcio mas também Lorna estaria livre mais rapidamente para se casar, desta vez, com um russo que quer também obter a cidadania. É bem triste o filme, Lorna é bem confusa e não tem a frieza necessária para o tipo de negócio. Acaba se envolvendo emocionalmente com Claudy e, ao invés de morrer de overdose ele se dispõe a deixar o vício. Não vou contar todo o filme aqui, caso estejam procurando por um filme engajado, triste, militante, mas muito bom, aí está. É bem o estilo dos outros filmes dos irmãos Dardenne: La Promesse, Rosetta, Le Fils....
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sábado, 3 de janeiro de 2009

La pluie d'été - Marguerite Duras


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Comecei a ler ontem este livro, La pluie d'été, de Marguerite Duras. Eu não o conhecia, meu cunhado me enviou de presente no final deste ano, junto com outros livros. É bem curto, 150 páginas e, Duras que era também cineasta, já tinha filmado (fez o cenário, produziu) a história antes. Aí nesta entrevista ela explica porque resolveu, algum tempo depois, escrever a história, mas a entrevista está em francês, claro. Ela diz que escreveu a história porque o filme 'nunca' é suficiente para ela. Ah, ela escreveu o livro depois de sair de um coma de quase um ano.

O título do filme é Les Enfants.

Vou ler mais um pouco do livro e depois escrevo sobre ele. Já passei da página 70 graças à chuva que caiu quase o dia todo aqui.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O poema da sexta-feira


ROMANCE SONÁMBULO





Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.
Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.
-Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo por su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los puertos de Cabra.
-Si yo pudiera, mocito,
ese trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
-Compadre, quiero morir,
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
-Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
-Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas,
¡dejadme subir!. dejadme
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.
Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal
herían la madrugada.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
-¡Compadre! ¿Dónde está, dime?
¿Dónde está tu niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, pelo negro,
en esta verde baranda!
Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche se puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos
en al puerta golpeaban.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.
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Federico García Lorca

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

J.D. Salinger chega aos 90 anos sem escrever há mais de 40



Washington, 30 dez (EFE).- Jerome D. Salinger, um dos escritores mais influentes dos Estados Unidos, completa 90 anos nesta quinta-feira, 1º de janeiro de 2009, imerso na reclusão pela qual optou desde o início de sua carreira, e sem publicar um trabalho há quatro décadas.


"Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer".


Este desdém pela publicidade e a obstinada defesa de sua vida privada, tão afastada do culto à exibição atual, rodearam Salinger de um "mistério" que a imprensa retratou em diversos artigos.


Salinger já tinha 32 anos de idade quando estreou em 1951, com "O Apanhador no Campo de Centeio", uma história de um adolescente rebelde e suas experiências quixotescas em Nova York, que elevou o escritor ao topo da cena literária.


Sua descrição da alienação do protagonista, Holden Caufield, e da perda de inocência dos adolescentes e sua passagem para vida adulta, provou sua resistência com o passar dos anos: até hoje são vendidos anualmente cerca de 250 mil exemplares.


A primeira edição do romance, que causou polêmica pela liberdade com a qual o autor descrevia a sexualidade e a rebeldia adolescente, pode ser encontrada no eBay a preços que superam US$ 1.300.


Salinger não publica um trabalho literário com sua assinatura desde o romance "Hapworth 16, 1924" em junho de 1965. E não concede entrevistas desde 1980.


O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.


Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).


Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.


Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.


A fama, no entanto, provocou em Salinger a aversão à vida pública, a rejeição à entrevistas e à invasão de sua vida privada que se mantém até hoje.


Em 1953, ele publicou uma coleção de contos "Nove Histórias"; em 1961 outro romance, "Franny & Zooey", e em 1963 uma coleção de pequenos romances "Raise High The Roof Beam, Carpenters And Seymour: an Introduction".


Durante os anos 80, o escritor esteve envolvido em uma prolongada batalha legal com o escritor Ian Hamilton que, para a publicação de uma biografia, usou material epistolar escrito por Salinger.


Uma década depois, a atenção midiática que tanto evitava voltou a pousar sobre o autor, devido à publicação de dois livros de memórias escritas por duas pessoas próximas a ele: sua ex-amante Joyce Maynard e sua filha Margaret Salinger.


Yahoo Notícias.


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"I love to write. But I write just for myself and my own pleasure," Salinger told a New York Times correspondent in 1974, in a telephone interview. "There is a marvelous peace in not publishing."


Aqui.