domingo, 31 de agosto de 2008

O Clube de Leitura de Jane Austen

Ontem fazia um frio medonho aqui em Curitiba e não encontramos nada melhor para fazer do que ver filmes. Dois, um em seguida do outro, o primeiro foi esse O Clube de Leitura de Jane Austen que eu sequer conhecia, logo, não tinha nenhuma expectativa. Grudei no aquecedor e dali saí muito pouco durante os dois filmes. O outro foi.....como é mesmo o nome? I ♥ Huckabees. Gostei dos dois, meu sobrinho escolheu.

Eu li muito pouco Jane Austen, quem conhece melhor a autora decerto vai curtir mais ainda o filme, mas também não é absolutamente necessário. O filme é bem leve, na verdade, mas era disso mesmo que eu estava precisando ontem.

Durante a semana terminei a leitura do livro Um artista do Mundo Flutuante, de Kazuo Ishiguro. Vou tentar escrever um pouco sobre ele em outro post. É o primeiro livro que leio do autor. Adorei este título.

E assim lá se foi mais uma semana. Ah, uma coisa boa aconteceu, li um pouco de poesia. Fazia tempo que eu não parava para esse tipo de leitura, só isso já valeu a semana. Na empolgação perguntei a um aluno particular se ele gostava de poesia, ele fez uma cara enojada e eu fiquei pensando que, se uma pessoa não estiver aberta ao gênero um poema pode soar a coisa mais ridícula do mundo. Imagine se eu tivesse inventado de trabalhar uma poesia com ele. Na verdade eu tinha inventado sim, mas mudei de idéia diante daquela cara e passei logo para outra atividade. Vida de professor nem sempre é fácil.


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Semana

Vi este filme há algumas semanas...acho que não falei dele aqui, ou falei? O livro eu ainda não li. O filme é muito muito estranho, um dos mais estranhos que já vi na vida. Drogas, alucinações de um escritor, complôs, monstros, mundos paralelos, processo de escrita, loucura. É muito maluco e talvez eu devesse ver de novo, não deixa de ser interessante. Parece que o livro é ainda mais estranho, uma espécie de experimento, com frases retiradas daqui e dali e coladas no meio da história....não deve ser nada fácil de ler.
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A semana transcorreu...bem, transcorreu. Não vi nada das Olimpíadas, não tenho tv, mas sei que já acabou e que o Brasil não teve as medalhas que esperava. Sei que os chineses colocaram uma garota bonitinha fingindo que cantava enquanto uma feinha (eu não a acheia feinha) cantava de verdade na abertura, sei que uma das atletas chineses tem cara de 12 anos e estão investigando para ver se ela tem mesmo 16. Acho que é tudo o que sei. Não conheço os atletas brasileiros...e muito menos os outros.
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Li, durante a semana, LE HORLA, um livro bem pequeninho de Guy de Maupassant. É bem diferente de tudo o que já tinha lido de Maupassant antes, é uma história meio fantástica, um homem está no hospício e conta para a equipe médica como veio parar ali, que era um homem normal, mas uma 'coisa' que ela denominou Le Horla tinha tomado conta de seu corpo. Dizem que o próprio autor já estava sendo atacado por uma crise de loucura , a mãe era depressiva, o irmão ficou louco e ele ainda tinha a sífilis para complicar o quadro.
Comprei este e vários outros livros de autores franceses no final de semana passado na FNAC, estava bem barato.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

BIENAL

Do blog do Santiago Nazarian:

Mas voltando à Bienal...

Achei um horror. Fiquei deprimido. A proposta em si já é bem discutível. Deveria afastar qualquer um que gosta realmente de ler. É grande demais, abafado demais, barulhento, não há um espaço para ver livros com calma, sentar, ler, é um mercadão interessado apenas na venda. E, como bem disse a Índigo, não há grandes descontos. Fui lá ontem e achei tudo tão feio, tudo tão decadente, tão longe do que eu acho que a literatura deve ser. (Fábio, que estava comigo, diz que eu achei decadente porque me acostumei a trabalhar no Fashion Week. Pode ser...).
Lá, me senti um daqueles tiozinhos que pára gente na rua perguntando: "Olá, jovem, gosta de poesia?"

"Devo dizer também que, apesar da Bienal ser patrocinada pela Volkswagen, e apesar de termos sido convidados a debater no Espaço Volkswagen (e acabarmos com uma enorme kombi colorida atrás), a Volkswagen mesmo não ofereceu cachê algum, nem ao menos ofereceu transporte. A gente faz de graça mesmo - por amor à literatura - uma propaganda da marca, ainda que o público que vá assistir PAGUE para entrar na Bienal. Faz sentido?"

Santiago Nazarian

terça-feira, 19 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Bonjour Tristesse

É este o livro que estou lendo agora. Não tinha lido nada de Françoise Sagan antes, apesar de todos os meus anos de estudo de francês. Na verdade acho que as universidades ainda correm dela, não tenho nada contra nem a favor, estou nas primeiras páginas do primeiro livro e, mesmo quando chegar na última, não sei se quero julgar. Não sou crítica literária, dieu merci! Nem eu confiaria no meu julgamento, há autores, sobretudo brasileiros contemporâneos, pra lá de consagrados, com uma 'manada' de jabuti seguindo, que eu não aprecio nem um pouco. Suponho que seja uma questão de gosto pessoal.

Bonjour Tristesse foi escrito e publicado em 1954, sagan tinha 18 aninhos e um best seller queimando nas mãos. Um sucesso e dizem, um livro meio escandaloso para a época.

Gosto do título, Bonjour Tristesse, que foi tirado de um poema de Paul Éluard. Acho este título feliz, digo, foi uma escolha feliz. Soa bem, chama a atenção, é elegante.

O Poema:

Adieu tristesse
Bonjour tristesse
Tu es inscrite dans les lignes du plafond
Tu es inscrite dans les yeux que j'aime
Tu n'es pas tout à fait la misère
Car les lèvres les plus pauvres te dénoncent
Par un sourire
Bonjour tristesse
Amour des corps aimables
Puissance de l'amour
Dont l'amabilité surgit
Comme un monstre sans corps
Tête désappointée
Tristesse beau visage.

Paul Éluard, La vie immédiate
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Outra coisa que me levou, finalmente, a ler o livro são as inúmeras referências a ele, por exemplo jack kerouac, J. Grecco. Se a gente prestar atenção é um título que persegue. Outra razão ainda, parece que é um livro fácil de trabalhar com os alunos. Ah, mais uma razão, o livro é bem pequeno, umas 200 páginas nessa edição de Poche. Então, copiando mais ou menos Borges, se não for bom, tem a vantagem de ser curto.

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"Sur ce sentiment inconnu dont l'ennui, la douceur m'obsèdent, j'hésite à apposer le nom, le beau nom grave de tristesse. C'est un sentiment si complet, si égoïste que j'en ai presque honte alors que la tristesse m'a toujours paru honorable. Je ne la connaissais pas, elle, mais l'ennui, le regret, plus rarement le remords. Aujourd'hui, quelque chose se replie sur moi comme une soie, énervante et douce, et me sépare des autres." (Bonjour tristesse)
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PS: Esta edição tem exatamente 154 páginas, já terminei a leitura. Não é um livro que marca, não dá para colocar em nenhuma lista dos 100 mais. É um livro leve, para leitura rápida mesmo, despretensioso. E, como eu previa, é bom para se trabalhar nas aulas de francês. Vou propor a leitura a meus alunos.

sábado, 9 de agosto de 2008


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QUE FRIO!!!
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Quase terminando a leitura de OS PREMIOS, Cortazar.

Alguém deixou esta citação no comentário:
"essa terceira mão que às vezes se insinua fulminante num momento de poesia, numa pincelada, num suicídio, numa santidade, e que o prestígio e a fama mutilam imediatamente e substituem por vistosas razões, essa tarefa de quebrador de pedras leproso que chamam explicar e fundamentar. Ah, em algum bolso invisível sinto que se fecha e se abre a terceira mão, com ela quereria acariciar-te, formosa noite, esfolar docemente os nomes e as datas que estão tapando pouco a pouco o sol, o sol que uma vez adoeceu no Egito até ficar cego e precisou de um deus que o curasse." (Pérsio, a terceira mão de Cortázar)

domingo, 3 de agosto de 2008

Conrad



Jozef Teodor Konrad Korzeniovski, ou Joseph Conrad, um dos meus escritores favoritos, faleceu num 03 de agosto.

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E em outro 03 de agosto nascí eu. Bem podia ser uma reencarnação dele.
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Cena do filme Lord Jim baseado em obra de Conrad: