sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O poema da sexta-feira

Andorinha

Manuel Bandeira (nasceu em 19/04/1886)


Andorinha lá fora está dizendo:
— "Passei o dia à toa, à toa!"


Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa . . .

4 comentários:

  1. Desencanto
    Manuel Bandeira

    Eu faço versos como quem chora
    de desalento... de desencanto...
    Fecha o meu livro, se por agora
    Não tens motivo nenhum de pranto.

    Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
    Tristeza esparsa... remorso vão...
    Dói-me nas veias. Amargo e quente,
    cai, gota a gota, do coração.

    E nestes versos de angústia rouca
    assim dos lábios a vida corre,
    deixando um acre sabor na boca.
    - Eu faço versos como quem morre.

    Teresópolis, 1912

    Para ouvir, clicar aqui

    ResponderExcluir
  2. Passei a tarde à toa, à toa!

    Pena que andorinhas só apareçam no final da primavera.

    ResponderExcluir
  3. Vc precisava ver Letícia, minha neta de 4 anos, sentada no colo da estátua de manuel Bandeira, à beira do Capibaribe, recitando este poema pra ele. ;))

    Um beijo daqui.

    ResponderExcluir
  4. Pobre de quem passou a vida àtoa, àtoa.

    ResponderExcluir